ESTAÇÃO 16

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Percebi que minha Vida sempre fora uma incógnita. Eu nunca fui grata por isso, e agora o que eu mais queria era permanecer em um mar sem perguntas.

Agora eu estava no meio de uma maratona da segunda temporada de stranger sthings. Apaixonada pela elevem e o Mike.

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Três batidas na porta.

– Faço-te o mais formal convite para que a senhorita pizza de calabresa junte-se a nós, vamos a igreja. – O convite de mamãe nunca se tratava de um convite. Sim era sim, e Não, também significava sim. Não haviam opções.

O único evento que certamente me veriam a trajar vestidos, de certo, era em uma igreja. E uma das maravilhas de ser eu é questionar até mesmo as entidades de uma religião. Assim como tantos outros se perguntam, e se não soubéssemos o que é pecar, ainda assim existiria um inferno? Grandes filósofos indagavam isso muito antes de mim. Mas, hora eu sou filosofa e ora outra me vejo deslumbrando as maravilhas de um Deus. Eu odiava Pitágoras apenas em partes. Ele poderia nunca ter se envolvido com matemática, porém, a vida não é um mar de tulipas brancas.

– Irmão. Sei que estás confuso. – Uma outra coisa que eu tenho medo, é de quando ele fala exatamente o que tá no teu consciente. Aquilo que você nuca falou a ninguém. – Ele, ele nunca tardará. Ele apenas aguarda o teu chamar, irmão. – Teu corpo vibra e sentes de imediato tudo arrepiar. Era de causar medo, sem dúvidas. Minha mãe nunca perde um domingo. Ela aprendeu com minha avó, que aprendeu com a mãe dela. E tudo passara para mim. Para mim e Hanna. E quando ela crescer, pode decidir passar isso para seus filhos ou não. Eu por outro lado, já criei uma identidade, tenho minhas próprias ideias e princípios (não tão bem construídos, mas os tenho). Sentir essa presença é algo íntimo. Se quiser sinta, ou não. Caso queira ir vá, caso não queira, fique! Faça suas escolhas e tome as consequências, carregue sua cruz.

Fora a manhã na igreja. Nosso domingo era igual a qualquer outro dia de domingo. Almoçávamos juntos, dividíamos as tarefas de casa e logo depois ficávamos em frente a TV. Tradicional família Jheek. O mundo a esconder, sem nada a declarar.

A noite passada vinha como um flash várias vezes em minha mente. Mas era como se tudo não tivesse passado de um sonho. Um sonho ruim que te faz acordar no meio da noite e você receia que se feche os olhos e ele de play novamente. Porém, tudo em minha mente era vago e sombrio, o ar frio passava entre minha nuca nua toda vez que o pensamento vinha. Então eu o espantava para longe.