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Como se houvesse possibilidade de haver algo a mais, é óbvio que não! Possibilidade zero. Oras Felipe, as vezes tenho vontade de te esmurrar garoto.

Me perco em pensamentos ao lavar as mãos no banheiro, xingando Felipe de todas formas possíveis e me alto policiando sobre cada pensamentos meu. Era bem notável que precisava parar de encara-la a cada vez que a visse, mas, ela não era a única pessoa cujo eu encarava, sempre que esbarrava com Stuart pelos corredores o fitava até perde-lo de vista, ou seja, era bem comum me pegarem distraída a observar outras pessoas. Não a nada demais! É certo que Luís acabara me dando motivos para ficar curiosa e intrigada sobre esta garota que, em primeiro, nunca a virar na escola durante os dois anos que passaram, não que eu notasse muitas pessoas, porém, seu jeito peculiar dificilmente passaria despercebido por alguém. Em segundo, quem além dela já teve ousadia o suficiente para nocautear Dylan Freitas? Quem? Era de se admirar.

Ouço o barulho de uma porta se destravar. Eu podia jurar que estava sozinha no banheiro.

– Falando sozinha, Esquerda? – Sofie surge no reflexo do espelho. Confesso que me causou um susto tremendo.

– Não. Na verdade, só estou treinando meu discurso.

– Discurso para que? Para primeiro lugar na categoria idiota? – Eu não acredito que ela fez essa comparação ridícula.

– Não, querida. Para quando eu subir no pódio no seu lugar para receber a medalha de melhor oposto. – Ela pediu guerra. Eu estou apenas seguindo seu pedido. Ela arfa com fúria pondo a mão sobre a pia.

– Escuta aqui fedelha. – Ela se aproxima. – Você acha que pode fazer uma simples regra e me tirar das competições? – Ela me prende contra a parede.

– Posso pensar? – Digo sarcástica em frente ao perigo. – Acho! – Digo saindo de frente a ela. Sofie agarra meu pulso com força. Suas unhas penetravam minha pele. (aquelas unhas falsas de meia tigela) – pode soltar meu braço, embuste? – repuxo o braço, mas ela não o solta. Cerro o punho e confesso que se alguém não intervisse por ela. A mesma teria uma leve fratura no braço no outro dia. Em outros tempos, com certeza eu tremeria de medo com as palavras de Sofie. Mas, hoje. Hoje é apenas piada para mim.

Ouço a porta de entrada se abrir. O olhar de Tereza cai direto sobre nós, e rapidamente Sofie Solta meu Pulso, deixando a marca de suas unhas cravadas em minha pele. Como sempre, ela com um escorão passa por mim como uma carreta a mil; e com um olhar matante passa por Tereza e fecha a porta com toda força fazendo com que ecoe por todo o banheiro.

Meu braço arde. Verifico a marca das unhas de Sofie dando as costas para Tereza imóvel na porta. Vou até a pia e amenizo o ardor ao jogar um pouco de água a cima do pulso. De relance a via ainda ali, imóvel a me observar.

Ela puxa a mochila de suas costas e retira de lá uma pomada a estendendo para mim que êxito a pegar.

– Vamos, eu não mordo. – Ela balança a pomada em minha direção esperando que eu a pegue. Mas, eu apenas desvio o olhar e continuo a larvar o braço. – Tenho que fazer tudo sozinha mesmo? – Ela toma minha frente e desliga a torneira, puxando meu braço para perto de si, (o que me fez ficar petrificada. sem reação.) Seus movimentos eram leves e macios ao passar o remédio nas marcas que Sofie havia deixado em meu braço. – Foi um belo estrago o que ela fez no seu braço, enh. – Ela finaliza com um leve soprar em minha pele. Uma rajada de eletricidade corria pelo meu corpo me sugando as palavras e qualquer argumento e, eu não fazia a mínima ideia do porquê.

Ela guarda a pomada e se afasta para onde estava de início, a me observar. O que me causou tamanha irritação e incomodo.

– Agradeço pela pomada, mas agora já pode ir. Ou esqueceu como se dirigir a saída? – Não era minha intenção ser rude, mas a situação de raiva súbita que Sofie causara me era inevitável.

– Na verdade, estou esperando que você me dê privacidade para que eu possa acender meu cigarro a sós. – A olho perplexa. Todo e qual quer curiosidade que havia sobre ela, tinha se dispersado bem ali.

– Cassete. Sabes que eu posso te dedurar, certo? E eu não estaria sendo X-9. Eu estaria fazendo meu trabalho. – Ela solta um sorriso de lábios selados e balança a cabeça negativamente. Seu sorriso reluzia beleza e malicia na mesma proporção.

ESTAÇÃO 16Where stories live. Discover now