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Van Gogh é o que venho a nomear de um, famoso após morte. Um celebre ser doentio? Pois assim o condenavam; veio a ser lembrado, nem tanto por suas obras, (aqui estou eu, uma leiga em arte) mas, por sua vida suportada. Em suma, seus quadros só foram aclamados após sua morte; resolveram enfim nota-lo como um grande pintor; ou um grande sofredor? É necessário que eu corte minha orelha para ser notada?! Frida, Picasso e os grandes da arte, todos com dolorosas vidas, será que só após a morte seremos lembrados? Só o que importa são seus grandes feitos e não sua história em si; isso eles moldam a sua vontade. Afinal, você já estará morto mesmo.

Estamos fadados ao sofrimento, ao esquecimento e cursando um caminho único e direto para os braços da própria morte, que nos à de aguardar com um sorriso e sua foice.

Dizem que todos nascemos com um proposito, que o adorável destino tem por escrito os nossos caminhos. Se somos meros escritos do destino, não importa minhas ações tudo irá me levar para onde ele queira que eu vá, somos meros papeis, que serão facilmente apagados.


Portanto não me importa para onde o sábio queira me levar, me importa estar viva e sentir essa sensação fluir pelo meu corpo, não importa que caminhos eu vá cruzar e quantas folhas eu vá rasgar, já que é cada um por si e o destino por nós.

Quero dizer-lhes que esta minha forma de pensar me levara ao fundo do poço; mas tão pouco me arrependo!

***

Quero fazer tudo que me faça sentir viva, que me faça jazer o controle. Mas, tudo se torna duas vezes mais difícil quando se tem além de seres celestiais, uma mãe superprotetora. Mas sei que apesar de nãos nos entendermos sempre, sei que sempre posso contar com ela. A única pessoa relevante que sobrara em meu pacato roteiro.

– Já olhou seu E-mail hoje? – indaga ela ao pôr a mesa as últimas panquecas.

– Sim. – Sento-me a mesa. – Nenhuma resposta ainda. E bom dia pra você também.

ESTAÇÃO 16Onde histórias criam vida. Descubra agora