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Bebendo cada vez mais para esquecer minha culpa, e a mesma se alastrava cada gole a mais corpo a dentro. Não costumava frequentar muitas festas e também não costumava ingerir essa quantidade absurda de bebida. Dois motivos me arrastavam para essa festa que essas são: a insistência de Adam; em outra ocasião meu currículo não me permitia entrar em uma festa. E, para fugir de mim mesma, da culpa que eu recusava acreditar que era somente minha.

Debruçada em uma mesa, com uma tequila em mãos; a sombra da amargura corroendo o peito. Eu estava com fúria e magoa e só queria que todos os sentimentos evaporassem, o que não era possível.

Os olhares passavam pela minha imagem à beira de uma mesa e logo se saiam. Eu era a pessoa na qual você nota a beleza não vulgar, o rosto pálido e embriagado, cabelo maleável e bagunçado e despreza logo no segundo seguinte. Não sou alguém memorável na vida das pessoas e não faço questão de ser. Não vou deixar minha marca no mundo e muito menos ser o motivo do suicídio de alguém. Carrego a fama de uma ordinária que ama apenas a si própria, com seus interesses próprios, sem notar a existência das pessoas a não ser que elas lhe ofereçam algo útil que satisfaçam seu ego e seus interesses. assim eu carregaria minha fama ao tumulo.

Agora eu me encontrava sem Felipe e Giovana. Apenas eu e Adam dançando em meio aos moveis como várias outras pessoas. Eu ainda mantinha consciência, mas tombava vez e outra em meus próprios pés. Adam dançava ao meu lado com uma cerveja em mão e com outra envolvia minha. Dançávamos bêbados e sem ritmo enquanto eu procurava os amigos com os quais eu deveria estar.

– Procurando alguém gatinha?

– Sim! – A bebida não me permitia mentir. – Preciso achar Felipe.

– Você não vai encontrar. – Meu olhar sobre ele pedia respostas. – Edu acabou de ver seu amiguinho dando no pé com outro garoto. Eles estavam chapados. – Adam sorri malicioso e beija meu pescoço até meados da orelha. – Você pode dormir aqui se quiser, ou posso levar você na sua casa. Basta pedir. – Eu mataria Felipe na primeira oportunidade que encontrasse. Mas agora, meu olhar deu de encontro com Tereza. Trajava algo tão sensual que meus olhos percorrem todo o seu corpo em um piscar. Ela estava sentada no braço de uma poltrona que era ocupada também por Nicolas. Enquanto ele conversava com outro garoto, ela concentrava seu olhar em Adam e eu. como pode, será que ela estava a observar há muito tempo? – Ei gatinha. Quer mais uma cerveja? – Ele me tira do transe.

ESTAÇÃO 16Where stories live. Discover now