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 – Você deveria tentar uma vaga na M.A.D. estamos perdendo tempo demais. – Ela senta-se a mesa e serve-se. Nunca olha diretamente para mim.

– Estamos? – encaro o meu copo de café. Ela emite um "aham" e dá uma garfada em sua panqueca. – Certo. Isso é tão hilário. – Digo forçando meu sorriso mecânico de lábios selados.

– Victoria, já conversamos sobre isso. – Retirando-me da mesa e apertando o passo par sair, a afronto uma última vez sentada a mesa.

– Não, senhorita Liliam. – Pego minha mochila. – Você comprou sozinha a ideia de que essa era a melhor faculdade e que eu deveria ir para lá. – Ela me olha com a sua típica reprovação. – Como sempre, eu não tenho escolha, então, termine o trabalho, inscreva-me onde achar melhor e se encarregue do todo o resto.

– Pode não achar isso agora, mas, vai me agradecer no futuro.

– Você tem certeza disso? – bato a porta ao sair, não por que eu quis, meu corpo me empurrou e não pude medir a força. A ira subiu a minha cabeça e meu dia pôr consequência foi desagradável à beça.

Eu carregava uma medalha deouro exuberante no peito. Era taxada como louca pela escola, e eu fazia questãoque me vissem assim. afinal, se não se permitir perder a sanidade, enlouquecera de uma forma ou de outra, portanto eu escolho a minha forma de ser louca.

A Diretora Cleo era uma das poucas pessoas mais loucas que eu, tão louca que me deu um cargo no conselho de classe do Campus. Ela deveria estar consideravelmente louca quando decidiu dar-me um cargo desse nível. A) Eu juntamente de meu fiel escudeiro Felipe Aguiar, conhecidos e odiados por todos por pregar peças pelo Campus. B) Ela não deveria sair confiando às cegas em uma aluna como eu que matava aula, burlava documentos e colava chiclete debaixo das carteiras. Não mesmo!

O dia hoje foi extremante irritante; sexta-feira era pra ser um dia relaxante o que provavelmente não está sendo. Quando chateada com algo, procuro evitar qualquer tipo de conversa e acompanhar a aula como se eu fosse invisível aos olhos dos medíocres alunos marionetes.

Costumávamos vir ao caís todas tardes livres, apenas eu e meu pai. Após a escola, ele passava no ginásio e descíamos alguns quarteirões. Sua companhia me era muito agradável, e ainda hoje me aperta o peito sua ausência. Acho que fazer três anos de teatro me serviram para alguma coisa. Ao menos para disfarçar sua falta. 

ESTAÇÃO 16Where stories live. Discover now