o plano

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– Você precisa se aproximar dela. – Pauso em meio a mordida no meu lanche para raciocinar. – Eu realmente pensei que fosse me contar. – Ele se curva sobre a mesa para se aproximar.

– O que exatamente você quer que eu faça? – Digo no espaço de uma mordida e outra. – Que eu chegue e Faça um questionário e uma sequência de perguntas sobre o pai dela? Assim, do nada?

– Não te custaria nada arriscar. Porém, sua porta de entrada já lhe foi dada. – diz ele como se tivesse achado a solução do caso por completo. – Temos quatro mês.

– Reformulando. Eu, tenho quatro mês. – Sentia que estava entrando em uma boa furada. – Você só fica na porta a observar eu executar seus planos malucos.

– Hora, eu sou o cérebro por traz das missões. Nada aconteceria se não fosse minhas habilidades detetives. Eu sou fabuloso. – Diz com sagacidade. E seu olhar cai além de mim. – Sua presa passará por nós em três. – Ele era tão persistente que era cansativo. – Dois. – Não sabia ao certo se deveria retomar essa loucura, eu estava sobrevivendo muito bem sem um pai. – Um. – E poderia continuar assim, porém, assim como ele era inegável o desejo de conseguir alguma resposta. Eu era tomada pela curiosidade, e pela vontade ganhar outro mero jogo criado pela minha cabeça. De relance vejo que ela em um segundo passara por nossa mesa. Precisava tomar uma decisão. Ou deixar que meus impulsos falassem por mim, já que decidir não era algo em que eu fosse boa. Fechei os olhos por um micro segundo.

– Tereza Néris. – Ela cessa os passos um metro a nossa frente. Abro os olhos e fito Felipe, que silaba um "yes" e solta um sorrisinho. Ela vira-se e volta alguns passos. Ótimo, eu não tinha algo em mente para desenrolar uma conversa. – É, Ham... – Ela arqueia a sobrancelha direita. Havia algo naquele olhar, que conseguia capturar-me subitamente. Ela segurava com uma bandeja vazia em mãos, umas das pessoas que encaravam a combinação esquisita da cantina. – Espero que seja boa em Literatura tanto quanto é boa em estragar com seus pulmões as escondidas pelo Campus. – Felipe cresce os olhos com espanto.

– Espero que você seja melhor em Literatura. Por que no quesito brigas em banheiros não se encaixam no seu currículo. – como ela ousa. Ela acabou de insinuar que eu não sei brigar? Ela precisa experimentar o toque do meu punho em seu rosto. Só aí poderá opinar em algo.

– Eu me garanto. – Dou um sorriso de lábios selados. Juro que não foi forçado. Ela assente em um positivo com a cabeça. – Então, você é a novata? – Eu esperava que ela me desse ao menos um sim em resposta, porém, ela permanece calada. – Amanhã vai rolar uma festa na casa do capitão da primeira liga. Pode aparecer lá se quiser, te apresentaremos para a galera.

– Certo. Me passe a localização depois. Talvez eu apareça. – "Talvez?" Será que eu sou tão irritante quanto ela quando sempre dou em resposta um talvez? É sem dúvida bem ruim receber um "talvez" como respostas. Assenti com a cabeça e ela seguiu viagem com sua bandeja vazia para a cantina.

– Que papo estanho foi esse. Pelos Deuses. Como Você consegue fazer amizades assim? – levantei os ombros em um talvez.

– Achou ruim? Faça melhor! – Digo com seriedade dando uma mordida em me meu X-bacon. Ele sente-se magoado e encena tristeza. Como se eu não o conhecesse tão bem seu ser debochado no qual eu estava bem à frente.

ESTAÇÃO 16Where stories live. Discover now