ESTAÇÃO 16

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– E posso ressaltar que não estaria com fome se ao invés de apenas folhas e barras de cereais se alimentasse como um ser humano se alimenta.

– Wou, já conversamos sobre isso, não opino sobre suas massas e frituras e você não opina sobre minha alimentação que é devidamente saudável! – ela olha para mim com fúria então dou uma risada de canto para ela.

– Da próxima me avisem com antecedência para que eu possa trazer um extintor ou ao menos pipoca. – Gi se inclina para frente para ficar entre nossas cadeiras então começamos a rir.

Nossa ida ao petshop foi bem rápida; me despedi de Giovana ali mesmo pela janela do carona pois a Srtª Neles veio de encontro a minha mãe com uma pasta que deduzi ser os documentos de algum novo caso no qual minha mãe deveria estar trabalhando, e assim seguimos viajem. A monotonia em casa imperava juntamente ao silencio. Minha mãe pôs o carro na garagem e segui pela porta da frente indo direto para meu quarto arremessando a mochila para longe e afundando meu corpo no conforto da minha cama em uma análise geral do meu dia. Foi consideravelmente normal, olhares pelos corredores, Sofie querendo minha cabeça, eu dormindo na aula de arte, eu tendo um sonho muito louco...

Sobre o sonho, necessitava mandar uma mensagem urgente para Felipe. Me estiquei para alcançar a mochila que eu não tinha arremessado tão longe assim, peguei dentre um dos bolsos meu iphone, abri nossa barra de conversas e ele estava on-line então comecei a digitar e apagar pois mesmo ele sendo meu diário valia a pena pensar três vezes antes de revelar algo.

- Felipe amigo, tive um sonho estranho outra vez help me please!! – visualizada

LP- Já te disse o que são os sonhos guria? São nossos desejos reprimidos!

- Ela era uma CRIANÇA!

- Para Felipe, não crie paranoias! – visualizada

Já havia tido o mesmo sonho a três noites atrás. Nada me vinha a memória, nunca vira aquela garota na vida. E tal menos sabia sobre o que ela falava "me encontrar" "quem é você"

ATÉ OS SONHOS DECIDIRAM BRINCAR COMIGO.

LP- Jheek, Você não necessita de um amigo, e sim, de um Freud!

- Eu me arranjo sozinha! E a propósito Adam me convidou para sair. Vamos a um restaurante chique aí. E estou pensando seriamente em ir – visualizada

Adam e eu estávamos em um lance não oficial a mais ou menos três meses e alguns dias. Ele era quem fazia uso dos buraquinhos nos azulejos de entrada para o meu quarto agora. E Não faço ideia de como dizer a ele que o nosso lance casual, já não é o jardim de antes. E procurava um meio de descarta-lo sem o fazer sofrer, se é que o mesmo seja capaz de demostrar tamanho sentimento.

Embora eu não estivesse super afim de sair especificamente com Adam, e mesmo Adam não sendo prioridade, não era meu estilo desperdiçar uma boca livre. (sentiu a ambiguidade da frase?) e muito menos deixar de ver as caras e bocas de Felipe por simplesmente perder para mim. Talvez eu seja a louca sem sentimentos, e como eu disse, eu posso rasgar quantas folhas o destino me passar a mão; cada um por si e o destino por todos os tolos.

LP- Nem pense em aceitar, tá louca? Esse boy é meu!

- Caiu na vila o peixe fuzila – visualizada

LP- Onde fica a amizade, Hem Jheek? – O deixei falando sozinho e comecei a atividade de matemática para o dia seguinte.