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 – Morreu! – dou um salto da bancada. – Vamos ver o mar? – O convido e aperto o passo até a saída, enquanto ele vai ao frízer pegar as bebidas e seguimos para fora.

O barulho das ondas e contra ondas era o mais doce soneto que meus ouvidos podiam pedir mesmo em uma noite nublada, com o vento trazendo areia contra nós e agitando nossos cabelos, uma lanchonete ao fim da praia abandonada não fora uma boa ideia para um investimento, mas, fora um bom investimento para nós que a fazíamos de mini hotel com apenas alguns retoques com vista diretamente para o mar, fazendo de acento as várias rochas gigantes nos fundos da lanchonete, ao iluminar dos vagalumes do letreiro em neon da saída dos fundos da mesma. A brisa suava fazia com que em segundos me desligasse de tudo, até mesmo que Felipe se encontrava do meu lado assim, o silencio imperava entre o ambiente.

– Isso me parece mais um funeral ao em vez de uma despedida alegre. – O encaro por um breve momento e o mesmo ignora me servindo uma cerveja. – Releva por favor. Por que cerveja é tão ruim e mesmo assim as pessoas a bebem? – diz o mesmo fazendo cara feia após vira-la a boca. Olho a embalagem de cima a baixo observando o rotulo e repetindo a pergunta na mente.

– Talvez pelo estupido motivo de ela nos tirar por leves momentos da realidade. por mais ruim que ela possa ser, algumas garrafas já te são o suficiente para permitir uma rápida fuga de qualquer que seja a situação. Uma leve fuga do controle. – Viro a garrafa a boca ingerindo metade da cerveja. – Às vezes é preciso não estar no controle.

– Victória Jheek, você é notavelmente o amor da minha vida, minha alma gêmea, o ketchup do meu pastel de frango. – Felipe estava bebendo a mais tempo que eu, era provável que o mesmo já estivesse porre – Juro pela madona que, se eu fosse hetero não te dispensaria.

– Ei, acho que já batemos nossa cota por hoje. Estou exausta e você está bêbado, vamos entrar. – Digo me erguendo em cima da grande rocha tentando ao máximo me manter em equilíbrio e ao fim dou um salto para o chão arenoso e frio, Lipe faz o mesmo tendo mais dificuldade para se manter de pé, então nos recolhemos apoiados um ao outro em equilíbrio.

– Ei, Vick? – Felipe falava sonolento – Eu amo você. Eu sei que eu sou Gay, mas, que vá para a puta que pariu. Eu amo você! – E assim seguimos atravessando as palavras e atropelando os próprios pés, trazendo e equilibrando um contra o outro nosso próprio peso. – Eu sei que você deseja essas respostas a muito tempo, não faço a menor ideia de quão grande é carregar o fardo de carregar um pai morto, mas, eu vou te ajudar. Eu falei carregar duas vezes? – Sei que Felipe era um cara totalmente embriagado, porém, entretanto e, todavia, se ele continuasse a falar, ele dormiria no relento da praia juntamente com qualquer outro beberrão que passasse por ali...

ESTAÇÃO 16Where stories live. Discover now