𝟏𝟎. Wish You Were Here

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Nota inicial
Todo este capítulo será narrado pelo Max.

***

Monte Carlo, Mónaco — 22 de maio de 2019

Um mês. Um mês que eu não tenho notícias tuas, não sei por onde andas nem como estás sendo que isso era tudo o que eu mais queria saber. Eu sei, eu fui um egoísta e sei que se nos encontrarmo-nos não precisas aceitar o meu perdão, eu fiz merda e preciso aceitar as consequências.

Mas dói, dói saber que se eu tivesse feito as coisas de outra forma tu agora estarias nos meus braços. Minha liefde¹, nem imaginas as saudades que tenho tuas, do teu toque delicado que me deixava nas nuvens, o entrelaçar dos nossos dedos. Tudo, eu tenho saudades de tudo que me proporcionaste.

Eu nunca me senti assim por ninguém e tal como os jornalistas dizem eu sou apenas um sem coração e que não se preocupa com os sentimentos de ninguém para além de si próprio, eu sou um egocêntrico aos olhos de muitos que convivem comigo diariamente. Talvez à dois meses eu até poderia lhes dar razão, mas é verdade que desde que te vi eu mudei, tu fizeste-me entrar na linha e descobrir o real sentido da vida.

Eu preciso de ti. Preciso de ti como nunca precisei, quando estava contigo eu esquecia-me das minhas dificuldades, seja eles pessoais ou dos meus fins de semana de corrida, tu eras uma espécie de cura para a minha doença ou até a salvação dos meus problemas.

Mais uma vez estou a ser egoísta e a pensar apenas em mim. Será que tu gostavas de estar comigo? Ou era eu o único que sentia isto? Eu compreendo que quando me encontrares e confessares que isto não passou de um mero acaso e algo que ficou no passado e que não queres levar para o futuro, eu compreendo e não te vou obrigar a quereres conviver comigo novamente.

Contudo eu sonhei muitas vezes contigo este último mês, sonhos que eu nunca tive antes. Sonhei que tínhamos a nossa família, casados e com uma filhinha pequenina. Provavelmente eu atingi um nível de ilusão extremo e se eu te contasse isto, tu ias te rir da minha cara. Claro que eu entendo, é impossível sentires alguma coisa por mim.

E por falar em sentimentos, pensei também durante estes dias o que eu realmente sinto por ti. Estaria eu apaixonado? Mas algo me diz que é impossível alguém se apaixonar tão rápido e eu próprio não sei o que é o amor, nunca senti nem mesmo com antigas namoradas, contudo quando te via todas as manhãs o meu coração palpitava e saber que te tinha ao meu lado deixava-me numa certa paz e tranquilidade.

Volta para mim Nara, eu preciso de ti. A minha vida só tem sentido contigo e não te ter ao meu lado, está a enlouquecer-me cada dia que passa.

     — Max? Max! – a voz da minha irmã chama pelo meu nome, eu neste momento estava deitado no meu sofá a pensar apenas em Nara, já que ela ultimamente era a razão de todos os meus pensamentos.

     — Estou aqui. – respondo breve.

     — O que se passa? – Victoria pergunta-me atenciosa. – Tens estado tão em baixo estes últimos dias.

     — É complicado. – suspiro cabisbaixo. – Mesmo que te queira explicar eu não consigo de momento, prometo que um dia o irei fazer mas esse dia não é hoje.

     — Tudo bem Max, eu compreendo. – a minha irmã aproxima-se de mim e coloca a sua mão nas minhas costas em sinal de reconforto. – Trouxe-te uma carta que estava na caixa de correio e pelo que me parece vem de um país asiático.

Ao ouvir país asiático, levantei-me precipitadamente da cama e peguei na carta que se encontrava nas mãos de Victoria, olhei para a localização e apenas dizia 'Tailândia' o que me faz criar imensas teorias na minha cabeça.

Abri rapidamente a carta e deparei-me com um papel praticamente todo preenchido, pedi licença à minha irmã e ela rapidamente se retirou. Eu ia ler cada palavra em voz alta e esclarecer as minhas dúvidas.

"Olá Max. Um mês desde o nosso último contacto, confesso que me sinto um pouco vazia a escrever esta carta.

Antes de tudo, quero te agradecer por me ajudares nesta busca pela liberdade, tens noção de que ajudaste uma completa desconhecida? Tu colocaste a tua vida em risco por mim e só isso, é um ato heróico.

Eu sei, deves te estar a culpar internamente pelo facto de eu ter sido levada pela polícia tailandesa mas não te preocupes, eu estou bem. Fiquei cerca de quinze dias na prisão e mais outros quinze na imigração agora só me falta uma última etapa, o Hanawon na Coreia do Sul.

Entendo se não queiras esperar por mim, aliás, eu vou enfrentar mais um mês numa espécie de prisão.

Eu queria deixar este assunto para um futuro encontro presencial mas estes dias que passei entre a cadeia e a imigração, fizeram-me pensar várias vezes no que sentia por ti. A palavra amor para mim, sempre existiu com um significado: amor ao líder, fruto do país onde nasci mas eu pergunto-me, este afeto que tenho por ti é amor? A sensação de querer estar contigo todos os dias e de ansiar o teu toque é considerado amor?

Gostaria de saber o que é o amor, mas se for a descobrir que seja contigo. Eu gostaria de te ter para sempre na minha vida Max, quero descobrir o que fazes (e o porquê disso te parecer incomodar tanto), acompanhar todas as tuas conquistas, eu vou aprender inglês só por ti e para conseguir expressar verbalmente tudo o que sinto.

Despeço-me de ti, não posso demorar a escrever mais esta carta se não enfrento mais umas semanas na imigração. Se te faz sentir melhor, eu perdoo-te pela situação que tu bem sabes, situação que não tens um pingo de culpa.

Obrigada Max, do fundo do coração.
Saranghae², Kang Nara."

Os meus olhos brilhavam intensamente e lágrimas rebeldes e incontroláveis insistiam em cair pelas minhas bochechas, ela perdoou-me.

     — Eu espero por ti Nara, o tempo que for preciso. – sussurro para mim mesmo e não evito em sorrir para um simples pedaço de papel nas minhas mãos.

 – sussurro para mim mesmo e não evito em sorrir para um simples pedaço de papel nas minhas mãos

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capítulo não revisado

[ liedfe¹: amor em neerlandês
saranghae²: amo-te em coreano ]

olá olá meus amores, como estão?
tenho vos a dizer que chorei imenso a escrever este capítulo porque eu literalmente identifiquei-me com o Max nesta situação, aproveito já para dizer que a carta que a Nara escreveu é inspirada numa mesma carta que eu já escrevi, logo mais uma razão para eu me emocionar com este capítulo.

a pergunta que tenho para vocês é: como acham que vai ser o tão ansiado encontro entre Max e Nara após este tempo todo afastados? deixem aqui as vossas teorias.

não tendo mais nada a acrescentar, espero imenso que tenham gostado deste capítulo e vemo-nos no próximo!

stay home, stay safe.
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It's Not Over | Max Verstappen (Hiatus)Tahanan ng mga kuwento. Tumuklas ngayon