« Amar é arriscar tudo sem garantia alguma, apenas com a fé de que no amor nós cumprimos. Amar é desprender-se e prender-se, abrir-se e abandonar-se à vontade de ser feliz. »
A Coreia do Norte é um, se não, o país mais fechado do mundo. Imensos nort...
O grande prémio da China tinha finalmente chegado ao fim e Max já podia colocar um visto na sua agenda de que mais uma semana de correria estava concluída.
A corrida tinha sido estável, o piloto ficou em quarto lugar mas claro que isso não o agradou pois Verstappen sempre anseia por mais e chegar a casa de mãos a abanar não é o seu objetivo.
O próximo grande prémio seria a 28 de abril em Baku no Azerbaijão por isso o neerlandês aproveitou para ficar pela China a auxiliar Nara.
Após um exaustivo domingo, tudo que Max queria era chegar a casa, tomar o seu banho e atirar-se para a cama e adormecer as horas que quisesse. Entrando dentro do seu quarto de hotel, Nara estava lá, silenciosamente sentada na cama a apreciar as imensas estrelas que brilhavam no céu e a norte-coreana nem deu pela presença do piloto até ele se aproximar dela e sentar-se no chão ao seu lado e esquecer a corrida de hoje.
Nara olhou para o rosto de Max e pela sua feição logo notou que ele parecia estar revoltado e mesmo que quisesse questionar o que era ela não podia, já que ela não falava inglês e muito menos neerlandês.
Depois de respirar fundo, Max levantou-se e tirou a sua camisola mesmo com a Nara ao seu lado. O piloto aproximou-se da janela e ficou mais algum tempo a observar o céu que brilhava de forma intensa.
A norte-coreana achou que este era o momento perfeito para mostrar que independentemente de não falarem a mesma língua ela ia apoiá-lo nos bons e maus momentos portanto, ela levantou-se e caminhou delicadamente até ao piloto. Nara pensou se o que ia fazer era correto ou não contudo, decidiu abraçar os ombos largos e nus de Max, o piloto ficou imóvel e apenas aproveitou o toque leve de Nara nos seus ombros.
Depois de estar um certo tempo com a cabeça a vaguear por algum lugar desconhecido, Max acordou do transe e virou-se para Nara. Os olhos da norte-coreana brilhavam juntamente com a lua, pareciam diamantes.
O piloto hesitou um pouco antes de pegar na norte-coreana ao colo e ela colocar as suas mãos no peito dele. Nara não estava habituada a tal proximidade, já que no seu país não era permitido e foi notável as suas bochechas ficarem vermelhas de tanta vergonha, mas logo se recompôs e encostou a sua cabeça no ombro de Max e manteve as suas mãos no peito destapado dele apenas a acariciar aquela zona.
Ficaram assim alguns minutos, apenas a sentir o calor um do outro. Max agarrava muito bem Nara e sentia-se nas nuvens com os pequenos círculos que ela fazia com o dedo indicador no seu peito. O piloto estava rendido ao toque de Nara e isso era impossível negar.
O neerlandês caminhou com Nara até à extensa cama presente naquele quarto e voltou-a a sentá-la nos lençóis fofos. Max ajoelhou-se à sua frente e observou a norte-coreana, fez um carinho na perna de Nara que estava apenas tapada com uns calções de pijama e levantou-se para ir tomar banho.
Nara ainda se encontrava sentada na cama e apenas aproveitou para ouvir a água a escorrer, era a música dela de fundo. Max não tinha demorado nem dez minutos a tomar banho e rapidamente regressou ao quarto, na mesma sem camisola mas sem as suas calças de ganga e com uns calções de fato de treino azul marinhos.
O piloto sentou-se atrás de Nara e com as suas mãos, começou a acariciar o cabelo da norte-coreana e aproveitou para o prender já que a noite de hoje era uma das mais quentes do mês. Nara virou-se para ele e o neerlandês voltou a colocá-la no seu colo. Já habituada ao toque de Max, ela mais uma vez deitou a sua cabeça no seu ombro e encostou a sua mão esquerda um pouco gelada no peito do piloto.
O neerlandês acariciava as costas da norte-coreana e o seu pescoço parecia estar a formigar devido à respiração dela estar a bater levemente no local.
Max nunca se tinha sentido assim por ninguém, as pessoas achavam que ele era alguém que não gostava de mostrar os seus sentimentos. Nesse aspeto, ele até podia dar razão a esses jornalistas que todos os dias insistiam em prejudicar ainda mais a vida do neerlandês e contarem mentiras que não se adequam nada ao piloto.
A verdade é que ele havia mudado imenso desde que entrou para a Fórmula Um. Amadureceu e aprendeu a lidar com diversas situações mesmo que muito delas não fossem do seu agrado e Max estava a começar a entender cada vez mais isso desde que encontrou Nara quase a ser presa por um polícia chinês apenas por ser norte-coreana. Naquele momento a raiva percorreu-lhe o corpo todo como uma corrente elétrica e desde aquele dia ele jurou a si próprio que ia proteger a norte-coreana não importasse como.
Nara olhava para o rosto de Max. Ela conseguia ver que ele estava perdido nos seus pensamentos porém não era isso que estava em causa. Os traços do piloto encantavam cada vez mais a norte-coreana. Os seus olhos azuis, a sua boca carnuda e os seus cabelos loiros que ela odiava quando ele os escondia com um chapéu azul que nunca entendia o que tinha escrito.
Ela queria saber muito mais sobre ele. O que ele fazia na vida e o porquê de isso lhe parecer revoltar várias vezes ao dia. Nara queria acompanhar todas as conquistas de Max, todavia a norte-coreana ainda corria risco de vida pois se encontrava em território chinês e a qualquer hora ela podia ser descoberta pela polícia e deportada para o seu país.
O relógio tinha atingido agora meia noite em ponto. Max tentou explicar com gestos que era melhor se deitarem pois amanhã precisavam enfrentar uma longa viagem de carro para o piloto ajudar a norte-coreana nesta busca pela liberdade.
Nara rapidamente entendeu o que Max queria dizer e deitou-se na cama e o neerlandês acompanhou-a. Os dois começaram a olhar um para o outro antes de fecharem os olhos e adormecerem. O piloto tinha estudado uma frase em coreano e ansiava que ela entendesse o que ele queria exprimir.
Max colocou uma mecha solta do curto cabelo de Nara atrás da orelha e ela acariciou a sua mão.
— Naega neol kkeutkkaji jikyeojulge.¹– o neerlandês finalmente tinha ganho coragem e sussurrou esta frase perto do ouvido da norte-coreana.
Os olhos dela brilharam e pela primeira vez eles haviam se comunicado através de palavras, palavras simples mas que para ambos tinham muito significado.
— Gomaweoyo Max Oppa.² – Nara sussurrou de volta.
Max sorriu e Nara também. O piloto aproximou-se da norte-coreana e voltou a colocar as suas mãos nas costas dela e assim ficaram o resto desta noite estrelada a dormir abraçados e aconchegados um no outro.
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capítulo não revisado
[ ¹Naega neol kkeutkkaji jikyeojulge: vou te proteger até ao fim. ²Gomaweoyo Max Oppa: obrigada Max (oppa é usado de uma forma informal quando o locutor é mais novo que o recetor) ]
olá olá meus amores, tudo bem com vocês? como foi a vossa passagem de ano?
este capítulo foi tão lindo de escrever (chorei horrores por estes dois) e eu realmente espero que vocês tenham gostado e com isto vemo-nos no próximo! ♡
