« Amar é arriscar tudo sem garantia alguma, apenas com a fé de que no amor nós cumprimos. Amar é desprender-se e prender-se, abrir-se e abandonar-se à vontade de ser feliz. »
A Coreia do Norte é um, se não, o país mais fechado do mundo. Imensos nort...
Circuito Spa-Francorchamps, Bélgica — 1 de setembro de 2019
Depois de uma pausa de verão repleta de aventuras e acontecimentos inesperados, Max estava de volta à rotina. A corrida deste fim de semana era em Spa na Bélgica, corrida que o ano passado o piloto terminou em terceiro, posição que permitiu que ele fosse ao pódio, mas para Max ele queria sempre mais e mais, neste caso o lugar mais alto do pódio.
Por ser a primeira corrida que o casal viaja sozinho com a Starley, Nara optou por ficar a sexta e o sábado, dia de treinos e qualificação, em casa devido à Starley, já que ambos não pretendiam expô-la ao público. Como é claro, esta ausência repentina da sul-coreana fez com que houvessem mil suspeitas do que tivesse acontecido aos dois, algumas destas teorias envolviam dinheiro, traição e o facto da "família do Max não gostar da Nara" ou "ela ser refugiada" pois, a comunicação social não descansou até descobrir todo o paradeiro da namorada de uma futura estrela da Fórmula Um. Todos estes burburinhos fizeram o sangue do neerlandês ferver e em questão de minutos, ele desmentiu tudo nas redes sociais para calar a boca da mídia intrometida.
De momento, só Nara e Starley estavam no quarto dado que Max estava ausente a prestar declarações sobre o seu rendimento no fim de semana e os seus objetivos para a corrida aos canais desportivos que se encontravam no circuito. Enquanto Starley brincava com alguns brinquedos que o seu pai fez questão de comprar para ela, Nara navegava com alguma dificuldade na internet através do portátil do Max e foi quando caiu de paraquedas no site TED, as letras grossas e carregadas a vermelho vivo, chamaram à atenção da sul-coreana e esta rapidamente pesquisou sobre, vendo que a TED é conhecida pelas suas conferências globais que apresentam palestras inspiradoras em diversas áreas, como o objetivo de promover ideias inovadoras, as suas iniciativas visam disseminar ideias que merecem ser compartilhadas para inspirar mudanças positivas no mundo.
Entusiasmada pela breve explicação que a Google lhe apresentou sobre esta organização, Nara decidiu ir mais a fundo na sua pesquisa e encontrou uma aba no site em que qualquer pessoa poderia submeter o seu testemunho de vida e posteriormente este seria avaliado por uma equipa e os cinco melhores seriam escolhidos para dar o seu depoimento numa conferência que iria ocorrer em dezembro nos Estados Unidos da América.
Pensativa sobre esta opção que preenchia a tela do portátil, a sul-coreana ficou reticente se deveria ou não escrever o testemunho que deveria conter no mínimo cinco mil palavras mas, a verdade, é que dar a conhecer ao mundo um pouco da sua caminhada foi sempre um dos seus sonhos. Ela queria mostrar a outras pessoas que é sim possível ajudar os norte-coreanos, ela queria que os outros fizessem aos norte-coreanos aquilo que Max fez por ela. Nara respirou fundo, fechou os olhos e fez a sua mente viajar até às memórias do mês de abril onde atravessou a fronteira entre a Coreia do Norte e a China pelo rio Tumen, chegou a Shangai acidentalmente e conheceu o Max perto do circuito internacional de Shangai.
Abriu o bloco de notas e deixou as ideias e memórias que circulavam na sua mente fluir e aos poucos ia escrevendo aquilo que lhe parecia adequado, entre os momentos que ela ficava em dúvida do que escrever, verificava se estava tudo bem com a Starley que sempre respondia que sim. A brisa que saía da janela do quarto de hotel ajudava a que ela mergulhasse profundamente na escrita do seu testemunho e de tão concentrada que estava nem se apercebeu que Max estava ao seu lado com a Starley ao colo prestes a adormecer.
— Ai Max que susto! – Nara exclama ofegante com a mão ao peito e levanta-se logo de seguida.
— Desculpa amor, não era a minha intenção. – Max ri-se com a expressão da sua namorada. – Estavas tão concentrada que nem deste por mim a entrar, o que fazes?
— Nada nada, estava só a ver umas coisas. – a sul-coreana omite, não queria contar ao piloto aquilo que estava a fazer com medo de o desconcentrar para a corrida.
— Liedfe¹, eu conheço-te como ninguém e sei que não é verdade o que acabaste de dizer. Podes-me contar a sério, eu não te vou julgar, nunca faria isso. – o neerlandês assegura e sorri para mostrar segurança à sul-coreana que se encontrava um pouco nervosa.
— Max, preciso conversar contigo sobre algo importante. – Nara profere rapidamente e o olhar do Max muda percebendo a seriedade na voz da sua namorada. – Eu não vou à corrida, não é nada de grave mas é que eu descobri que a TED está com uma opção no site deles para submeter testemunhos e os cinco melhores serão selecionados para serem apresentados numa conferência nos Estados Unidos.
— Isso é ótimo, Nara! Mas no que é que isso afeta o facto de não ires à corrida? E além do mais, testemunho do quê? Nós até já tínhamos combinado com a Wheein que os pais dela iam ficar com a Starley. – Max questiona um tanto confuso e surpreso.
— Amor, eu quero enviar o testemunho sobre a minha fuga da Coreia do Norte o mais cedo possível. Eu sinto que é a minha responsabilidade compartilhar a minha história ou melhor, a nossa história. Quero partilhar com o resto do mundo que é possível eles ajudarem os norte-coreanos tal como tu me ajudaste. – Nara explica com o seu olhar focado no de Max, ela nem sabia como estava a conseguir manter contacto visual com ele pois, apesar de tudo, ela tinha medo da reação dele.
Max olhou para a sul-coreana com admiração e isso acalmou-a. Ele sabia o quão forte era o desejo de Nara de dar a conhecer ao restante do mundo a história deles.
— Nara, eu entendo. Tu sempre apoiaste a minha carreira. Desde que se tornou possível, que viajas comigo para todo o lado e acompanhas-me em todas as corridas e agora é minha vez de apoiar-te. Faz o favor de escrever e enviar o teu testemunho e com toda a certeza que em dezembro estaremos a voar para os Estados Unidos para eu ouvir a mulher da minha vida a falar nossa história – o piloto aproxima-se e um do seu braço repousa na cintura da sul-coreana e este puxa-a para si, enquanto que o outro segurava a Starley que colocou as suas mãos pequeninas nos ombros dos seus pais.
— Obrigada Max, eu amo-te. – Nara suspira aliviada. – A minha vida ia ser tão sem sal contigo, tu e a Starley são tudo para mim.
— Tu não precisas agradecer. Tu és a razão do meu viver, eu faço tudo por ti até colocar a minha vida em segundo plano. – o neerlandês sorri e a sul-coreana retribui o sorri.
Os lábios dos dois encontram-se formando um beijo apaixonado e diferente de todos os outros pois, tinham a Starley no seu meio e o calor dela tornava este beijo ainda mais especial.
Ops! Esta imagem não segue as nossas directrizes de conteúdo. Para continuares a publicar, por favor, remova-a ou carrega uma imagem diferente.
capítulo não revisado
[ liedfe¹: amor em neerlandês ]
olá olá meus amores, tudo bem com vocês?
antes de tudo peço desculpa pela demora a atualizar e pelo facto deste capítulo ser mais curto em relação aos anteriores mas a realidade é que este é uma espécie de um capítulo introdutório para o que vem aí e preparem-se que vai haver ainda muitas emoções para o Max e para a Nara (não me cancelem por favor).
a pergunta que tenho para vocês hoje é: acham que a Nara fez uma boa decisão em submeter o seu testemunho para a TED? e além do mais, acham que o dela vai ser aceite? deixem os vossos palpites.
não tendo mais nada a acrescentar, espero imenso que tenham gostado deste capítulo e vemo-nos no próximo! ♡
