It's Not Over | Max Verstappen (Hiatus)

𝟐𝟒. Welcome to Our Life

Cidade de Pequim, China — 20 de agosto de 2019

Dois dias se passaram depois da visita de Max e Nara ao centro de refugiados, eles estavam frustrados e principalmente desiludidos com as condições do lugar que mostrava-se visivelmente "abandonado", sujo e sem esquecer as violências a que as outras crianças eram submetidas.
Depois de um diálogo franco entre os dois, eles decidiram que, para darem uma vida em condições e digna de um ser humano a Sohui, o melhor seria adotá-la através da embaixada. Ontem, Max tratou de agendar uma reunião com um responsável, de modo a discutirem o que é preciso fazer para adotar a Sohui.

     — Amor, eu tenho uma pergunta honesta para fazer. – Max refere olhando para Nara, que se encontrava a pentear o cabelo curto de Sohui. – Tu chegaste-me a dizer que, quando entraste para a China tiveste que alterar o teu nome por questões de segurança, não precisamos fazer o mesmo com a Sohui?

     — Sim, temos. Para garantirmos a segurança dela temos que alterar o nome, até porque não sabemos se ela tem família no norte e se tiver, isto é uma garantia que o governo norte-coreano não decida perseguir a sua família. – Nara explica enquanto o neerlandês olhava atentamente para Sohui. – Mas porquê? Já tens alguma ideia de nome?

     — Na verdade, tenho. Esta noite, antes de adormecer, comecei a relembrar um dos nomes que mais adoraria dar caso tivesse uma filha. – o piloto foca o seu olhar agora em Nara que se demonstrava curiosa com o que ele iria dizer. – O nome é Starley. Basicamente significa estrela, é um nome único e um tanto incomum e para mim evoca uma certa sensação celestial, talvez vás achar o nome mais estúpido na terra mas, para mim um filho é isso, uma estrela que ilumina a vida. – Max conclui o raciocínio a Nara olhava emocionada para ele.

     — Oh meu amor. – a sul-coreana levanta-se não sem antes deixar Sohui numa posição confortável. – Fico tão feliz e de coração cheio com o que acabaste de dizer. Eu não acho o nome estúpido, muito pelo contrário! Tenho o mesmo pensamento que tu, a minha mãe sempre me ensinou que um filho é tudo na nossa vida e agora não podia dar-lhe mais razão, nós vamos ser uns ótimos pais, tenho a certeza disso! – Nara envolve os seus braços no pescoço do seu namorado e este puxa-a para um abraço.

Sohui, que estava sentada na cama a observar o casal, levanta-se com alguma dificuldade e em passos lentos e desajeitados, aproxima-se de Max e de Nara que agora olhavam com bastante atenção para ela. A norte-coreana puxa a camisola do neerlandês e este, sem hesitar, pega rapidamente nela.

     — Abba, Umma. Saranghaeyo¹. – Sohui dirige-se aos dois e em questões de segundos, lágrimas começam a escorrer dos olhos de Nara, mas não eram umas lágrimas quaisquer. Eram lágrimas de felicidade, pois foi como se o seu coração tivesse sido preenchido com o que acabara de ouvir.

     — Amor, o que ela disse? – Max pergunta curioso, ele tinha uma breve noção porém, gostaria de ter certeza se o que ele pensava estava correto.

     — Max... ela chamou-nos de pai e mãe! – a sul-coreana exclama numa onda de felicidade e o piloto passa a mão no cabelo desacreditado devido às palavras de menina que está no seu colo. – E mais, ela também disse que gostava muito de nós. – o casal olha agora ternuramente para Sohui que ria para os dois.

     — Eu também vos amo tanto. Em tão pouco tempo vocês tornaram-se tudo na minha vida, não sei o que seria de mim sem vocês – Max confessa e Nara aproxima-se depositando um leve mas apaixonado beijo nos lábios do seu namorado que puxava tanto Sohui como Nara mais para si.

***

Algumas horas se passaram e o relógio de pulso de Max marcava precisamente três horas da tarde, o horário que marcou junto da embaixada para conversarem com um entendido sobre a adoção da Sohui. Os três caminhavam esperançosos pelo pequeno jardim que a embaixada tinha, no entanto foram interrompidos por dois polícias chineses que bloquearam o caminho deles.