𝟏𝟑. Not Alone

329 21 11
                                    

Monte Carlo, Mónaco — 20 de julho de 2019

Estes últimos dias pareciam um sonho para Nara, ela ainda não conseguia acreditar que tinha alcançado a sua liberdade e que tinha Max ao seu lado. Mas, mesmo com todas estas conquistas ela sentia-se perdida, perdida porque não sabia que rumo havia de tomar agora que estava em Mónaco.

Todos têm uma missão e Nara não é diferente dos outros, ela queria ajudar as pessoas, que tal como ela sofrem no seu país de origem porque a reunificação das duas Coreias ainda está muito longe de acontecer, contudo, a união faz a força e se os norte-coreanos e sul-coreanos se unirem, pode ser que esta guerra finalmente chegue ao fim.

Estava decidido, a sul-coreana iria lutar pela liberdade de outras pessoas assim como Max lutou pela dela, ela vai se tornar uma ativista dos direitos humanos. Faltava saber se Max aceitaria este novo rumo que Nara decidiu tomar.

O sol tinha praticamente desaparecido em Mónaco e as estrelas já eram visíveis da janela do quarto de Max. Nara esperava pacientemente pelo neerlandês que precisou se ausentar durante a tarde pois tinha uma reunião com a sua equipa para discutir o próximo Grande Prémio que seria na Alemanha. Durante a ausência de Max, a agora sul-coreana vasculhou as fotografias que tinha tirado com o piloto após a sua chegada ao ocidente e borboletas passeavam na sua barriga sempre que se relembrava de cada momento que tinham passado até agora.

Depois deste pequeno momento, Nara dirigiu-se à casa de banho para pentear o seu cabelo pois tinha tomado banho à uns minutos atrás e entretida a cantarolar uma música coreana qualquer, a sul-coreana nem deu pela presença de Max que tinha chegado a casa. Quando ela virou costas para guardar a escova no armário, sentiu alguém a abraçar-lhe por trás e a deixar um beijo no canto da boca.

     — MAX! Que susto. – Nara exclama assustada e coloca a mão no seu peito ofegante.

     — Desculpa liedfe¹, não te queria assustar. – Max desfaz o abraço e foca o seu olhar em Nara. – Mas foi inevitável, tu estavas perdida no teu próprio mundo.

     — Eu sei, estava a cantar uma das inúmeras músicas das Moranbong.² – a sul-coreana explica o motivo do seu entretenimento.

     — Moran.. o quê? – o neerlandês questiona baralhado com o nome coreano da banda.

     — Moranbong², é uma banda feminina norte-coreana. – Nara responde risonha ao ver a cara confusa de Max. – A música é muito anos setenta e a letra, nem falemos da letra.

     — Eu nem sabia que a Coreia do Norte tinha banda, mas tudo bem. O que me interessa de momento é saber como passaste a tarde sem mim. – Max pergunta e pega em Nara levando-a até ao colchão fofo da cama.

     — Estive a pensar em muitas coisas, mas especialmente em nós e em mim. – a sul-coreana confessa. – Sinto-me perdida sabes? Tu tens a tua estável carreira na Fórmula Um e eu não quero depender de ti, não leves a mal o que eu estou a dizer mas eu gostaria de fazer alguma coisa e que me ajude no futuro, já pensei em tornar-me uma ativista dos direitos humanos e partilhar a minha história para que outras pessoas ajudem os norte-coreanos tal como tu me ajudaste a mim.

     — Nara, eu não tenho nada que levar a mal o que tu disseste agora. – Max puxa Nara para o seu colo e ela deita a sua cabeça no ombro dele. – Tu não estás sozinha logo tudo que tu quiseres fazer eu vou apoiar. Queres te tornar uma ativista dos direitos humanos? Eu acho uma excelente ideia e vou fazer de tudo para que esse objetivo teu se concretize.

     — Obrigada oppa.³ – Nara deposita um beijo na bochecha de Max. – Mas também existem outras coisas que eu gostaria de realizar e contigo ao meu lado. Gostaria de conhecer a Coreia do Sul e ver com os meus próprios olhos o país que considerei durante muitos anos como o meu grande inimigo e esta talvez não seja possível, levar-te a conhecer a Coreia do Norte.

It's Not Over | Max Verstappen (Hiatus)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora