It's Not Over | Max Verstappen (Hiatus)

𝟐𝟑. Our Little Family

Cidade de Dandong, China — 18 de agosto de 2019

O silêncio predominava no quarto, o único som perceptível era a respiração de Sohui que finalmente tinha adormecido. A noite que passou tinha sido um caos completo, a menina norte-coreana não conseguia dormir, teve muitos pesadelos de noite que Nara tentou controlar, cantou músicas de embalar que a sua mãe lhe cantava, mas nada disso parecia acalmá-la. Por muito que isto tenha tirado uma noite de sono a Max e Nara, os dois ainda estavam dispostos a ajudá-la, não conseguiam deixar a criança desamparada.

     — Amor? Estás acordada? – Max sussurrou de maneira a que não perturbasse o sono de Sohui pois ela precisava descansar devido aos últimos dias que teve.

     — Eu estou. A Sohui não dormiu a noite toda, teve imensos pesadelos. Não sei com o que ela sonhava, mas com unicórnios ou flores não era de certeza. – Nara explica, bocejando logo de seguida.

     — Será que ela descobriu algo sobre os pais dela? Até agora ela não soube-te explicar o que se passou, pode ser que os pais dela morreram ou desapareceram. – o neerlandês supõe, virando-se para o outro lado da cama para assim estar de frente para a sua companheira.

     — É provável, mas eu também não a quero fazer recordar isso. Independentemente do que aconteceu aos pais dela, boa coisa não foi, o mais provável é eles terem sido apanhados pela polícia e posteriormente deportados de volta para a Coreia do Norte ou terem sido mesmo mortos em campos de concentração. – a sul-coreana continua a suposição de Max, enquanto olha para Sohui que dormia serenamente no meio deles.

     — Que merda. Não consigo imaginar, de longe, aquilo que se passa na cabeça dela. Acho que pior do que perder aos pais é não saber o que se passou com eles. – Max expõe enquanto passa os seus dedos pelos cabelos finos da norte-coreana.

     — Temos que fazer alguma coisa quanto a ela, por enquanto temos duas opções, ou vamos com ela até um centro de refugiados para assim ver se há alguma família de acolhimento disposta a ficar com ela ou dirigimo-nos à embaixada sul-coreana para ela obter a nacionalidade e depois ser adotada na Coreia do Sul. – Nara apresenta as duas opções disponíveis a Max que olhava pensativo e também apreensivo para Sohui.

     — Acho que precisamos pesquisar melhor sobre onde esses lugares se situam. Eu não conheço quase nada da China para além de Shangai e duvido muito que seja lá que essas instituições ficam. – o piloto recomenda, voltando a dirigir o seu olhar para Nara.

     — Tens o teu portátil contigo? Assim podemos ver onde se situa a embaixada e o nome do centro de refugiados para além da localização. – a sul-coreana pergunta e Max confirma com a cabeça. O neerlandês levanta-se e pega na sua mochila tirando de lá o portátil.

Nara levanta-se da cama logo de seguida sem emitir qualquer tipo de barulho para não acordar a Sohui que ainda dormia. Max senta-se num cadeirão que se encontrava perto da janela e abre o seu Macbook para procurar os locais que a sua namorada tinha referido antes.

     — O que queres procurar primeiro? – Max questiona com o olhar totalmente focado no ecrã, enquanto abre simultaneamente o navegador.

     — Acho que podemos começar pelo centro de refugiados, é a opção mais fácil. Se formos pela embaixada duvido muito que eles deixem-nos entrar porque a Sohui não tem nenhum tipo de identificação. – Nara propõe e Max trata logo de pesquisar no Google se havia algum tipo de centro de acolhimento aqui na China.

     — Então, aqui na China não existe propriamente um centro de refugiados, o que existe é o UNHCR, que é a sigla de Representative Office of United Nations High Commissioner for Refugees in China, que fica em Pequim. De carro são aproximadamente 8 horas de viagem, acho que o melhor é irmos de avião que são mais ou menos 4 horas e depois apanhamos um táxi para lá, que dizes? – o piloto recomenda, mantendo o seu olhar preso no site das Nações Unidas.