𝟎𝟐. Bring Me To Life

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Shangai, China12 de abril de 2019

A cabeça de Max estava pior que um tsunami e um furacão juntos. Em tantas coisas que ele podia pensar, a sua mente apenas girava em torno de uma pessoa: Nara.
Ele não sabia o que era isto que sentia cá dentro, o seu coração ardia fortemente dentro de si. Já Luís de Camões o dizia e com muita razão "o amor é fogo que arde sem se ver."

O neerlandês tinha pensado muito bem antes de deixar Nara sozinha no seu quarto de hotel. Até pensou em inventar uma desculpa a Christian Horner, simplesmente dizer que estava "doente" e que não conseguia sair da cama, mas sabia que se o fizesse ia ter sérios problemas.

     — Max? Max? – Pierre Gasly cutucou no seu ombro. – Está tudo bem?

     — Não Pierre, está tudo uma merda. Estou mais fodido que sabe se lá o quê, hoje não tenho paciência para conduzir e vou tratar disso agora mesmo. – Max respira fundo e passa as mãos no cabelo.

     — Max têm calma, por favor. – o seu companheiro de equipa pede atencioso e também preocupado. – Pensa muito bem antes de fazeres alguma loucura.

O neerlandês ignorou as palavras do seu companheiro de equipa e dirigiu-se até Christian Horner.

      — Christian. – Max chama pelo seu chefe de equipa e o mesmo vira-se para si. – Eu não vou conduzir hoje.

     — Como assim tu hoje não vais conduzir? – Christian Horner cerrou os olhos e cruzou os braços.

     — Hoje não estou com cabeça para conduzir, ponto final. – o piloto resmunga.
– Estou todo fodido.

     — Desculpa meu amigo, mas vais ter que conduzir aquele carro nem que seja amarrado. – o seu superior aponta o dedo na sua cara. – Esta é a minha equipa e quem manda aqui sou eu.

     — Foda-se que a equipa é tua. – Max estala os dedos em sinal de nervosismo. – Quem ainda conduz o filha da puta do carro sou eu e não tu.

Ao dizer isto, o neerlandês vira costas e começa a correr. Ele não queria mostrar a sua parte fraca a ninguém. Aliás ele era Max Verstappen, o piloto sem papas na língua e que todos têm medo de enfrentar porém estava a ser impossível controlar as lágrimas nos seus olhos e algumas rebeldes insistiam em cair pelo seu rosto.

Correu como se fosse apenas ele na rua, ainda com o seu macacão de corrida e com o seu habitual chapéu, as pessoas olhavam assustadas para o piloto sem entender a sua atitude. Max não queria saber se as pessoas tiravam fotografias, tinha outros assuntos para se preocupar e ir parar nos jornais por "não ter conduzido hoje" era a sua última preocupação.

Chegou rapidamente ao hotel e não hesitou em subir até ao seu quarto que ficava no quarto andar. Quando finalmente estava à frente da porta ele abriu-a com toda a força que nem sabia que tinha, contudo deparou-se com um local completamente silencioso e sem absolutamente ninguém.

     — Puta que pariu. – Max sussurava para si mesmo. – Onde é que será que ela se meteu...

O piloto revirou o local e foi quando encontrou um bilhete em cima da almofada completamente escrito em coreano. Para não perder mais tempo, Verstappen tirou uma fotografia ao bilhete e enviou-a para um dos imensos sites de tradução disponíveis para uso gratuito obtendo assim, o bilhete traduzido.

"Olá. Nem sei como ei de começar este bilhete porque eu nunca soube o teu nome nem tu o meu, mas vá, isso é o de menos.

Eu via nos teus olhos, sim tu, de cabelos loiros quase sempre escondidos por um chapéu, eu sabia que tu me querias ajudar mas nem imaginas o perigo que te ias meter se decidisses levar-me até à Coreia do Sul.

Nós norte-coreanos sofremos imenso, o nosso país é tão triste e sem cor...
Eu não poderia meter-te nesta 'aventura' é muito arriscado, se eu for fugir deste regime quero que seja sozinha, não te quero ver neste sofrimento comigo.

Obrigada por tudo que fizeste por mim, ajudaste-me com aquele policial chinês e deste-me asilo algo que nunca tive na Coreia do Norte. Dormi numa cama macia (sendo sincera não sei como não te sentiste incomodado comigo a dormir ao teu lado). Aproveito para confessar que olhei imensas vezes para ti de noite já que não conseguia adormecer de jeito nenhum. Os teus cabelos desarrumados, os teus lábios carnudos, nunca havia visto alguém tão belo em toda a minha vida.

Por favor não procures por mim, eu suplico. Vive a tua vida e alcança os teus objetivos, seja qual eles foram. Vou te apoiar de longe e quem saiba um dia a gente se volte a encontrar.

Com muito carinho, Kang Nara."

Max cerrou os seus punhos, imensas lágrimas corriam pelo seu rosto. Ele nunca se havia sentido assim. Seria raiva? Seria tristeza?

     — Mas eu não te vou deixar por aí sozinha Nara. – Max expõe as suas palavras com convicção e acentua o nome da jovem. – Ou eu não me chamo Max Verstappen.

Meteu a chave do carro ao bolso e voltou a descer as escadas do hotel. Entrou no seu Aston Martin e não demorou a ligá-lo e a acelerá-lo, sabendo que podia apanhar uma multa por excesso de velocidade.
Colocou no GPS o caminho até à cidade mais parto da fronteira com o Laos: Xishuangbanna. O piloto até se assustou quando viu que se demorava aproximadamente 32 horas para chegar à tal província.

Estava quase à 20 minutos a conduzir e perto a desistir de procurar por Nara quando a viu de costas. Os seus cabelos a ser levados pelo vento e molhados por causa da eventual chuva que ela havia apanhado.

O piloto estacionou e saiu rapidamente do carro. Agarrou a mão esquerda de Nara e automaticamente a norte-coreana virou-se e quase gritou quando o viu.
Max colocou a sua mão esquerda na boca de Nara para evitar que ela chama-se à atenção das imensas pessoas que caminhavam pela rua.

     — Eu não te vou deixar. – Max falou mesmo sabendo que Nara não ia entender. – Quando estou contigo sinto tudo a arder cá dentro, mas sem o teu toque é como se estivesse congelado. Tu tornas-me real, tu trouxeste-me à vida.

Os olhos da norte-coreana estavam cheios de lágrimas, mesmo com a barreira linguística foi como se ela tivesse entendido tudo que Max tinha dito.
Nara entrelaçou os seus braços na cintura de Max e o neerlandês puxou-a mais para si. Foda-se o mundo e as pessoas. Eles iam lutar juntos até ao fim.

❛ Agora que eu sei o que me falta
Tu não podes simplesmente deixar-me
Respira dentro de mim e torna-me real, traz-me à vida. 

capítulo não revisado

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capítulo não revisado

só quero dizer que estou em tristeza profunda depois de escrever este capítulo 😭*

olá olá meus amores, tudo bem com vocês? como foi o vosso natal?

aproveito para vos desejar um ótimo ano novo e esperemos que 2021 seja melhor que este tormento que 2020 foi

espero imenso que tenham gostado deste capítulo e vemo-nos no próximo! ♡

It's Not Over | Max Verstappen (Hiatus)Where stories live. Discover now