It's Not Over | Max Verstappen (Hiatus)

𝟐𝟐. If Everyone Cared

Província de Jeju, Coreia do Sul — 16 de agosto de 2019

Era madrugada. Da janela do quarto de Max e Nara não se via nada, para além de umas estrelas que complementavam o céu escuro e ouvia-se ainda alguns carros a passar na rua. Max dormia serenamente já Nara, não conseguia pregar o olho de forma alguma, a morte da sua mãe abalou-a de uma maneira que nem ela sabia que era possível e o facto de não a ver há alguns meses piorava tudo, sentia que de certa forma tinha falhado com a sua mãe e agora não podia corrigir isso.

     — Amor, está tudo bem? – o neerlandês sussurra, de modo a não perturbar os pensamentos da sua namorada.

     — Está. Estava só a pensar na minha mãe. – Nara responde breve, não queria preocupar Max mesmo sabendo que isso era praticamente impossível.

     — Eu sei que jamais irei substituir a tua mãe, mas não te esqueças que eu estou aqui para ti. Se algo te perturba, podes falar comigo eu não te vou julgar. – Max refere, voltando mais uma vez a acentuar a ideia de que ele estaria sempre ali para ela.

     — Eu sei. Obrigada mais uma vez. – a sul-coreana sorri pequeno.

Max retribui o sorriso e envolve a sua namorada nos seus braços, apenas a aproveitar o calor dela e para assegurar, novamente, que ele ia estar ali para ela. Ele não conseguia imaginar a dor que a Nara podia estar a sentir pois, mesmo não estando com a sua mãe com a frequência que gostaria, sempre que ele precisa ou sente-se desamparado, bastava ligar para ouvir a sua voz e pedir conselhos sobre como agir em certas situações.

     — Eu esqueci-me de avisar-te ontem, mas, vamos sair daqui às 6h30 da manhã. – o neerlandês avisa, a verdade é que ele decidiu organizar uma surpresa para a Nara.

     — E que horas são? – Nara pergunta para assim se puder situar no tempo.

     — São neste momento 5h30.

     — Só dizes isso agora? Nós vamos perder o voo! – a sul-coreana levanta-se precipitadamente da cama e quase cai devido a um sapato.

     — Calma liedfe¹, podes deitar-te, nós não vamos num voo convencional. Para deixar-te mais à vontade decidi comprar um jato privado, que depois até vai ser útil para as corridas assim não levo com filas insuportáveis nos aeroportos. – Max explica. Não era suposto divulgar agora a a surpresa, mas ele não conseguia mais esconder. Já eram algumas semanas sem desvendar o segredo que se não o fizesse agora, sentia que podia explodir caso continuasse a adiar.

     — Ah mas quem pode, pode. – Nara ri-se. – Acho que fizeste bem, se já eu que sou tranquila não aguento as filas gigantes para o check-in não quero imaginar tu que tens um grau de paciência inferior a cinco porcento.

     – Que piadinha Nara, vou fingir que não ouvi isso. – o neerlandês revira os olhos, para tentar esconder o sorriso.

***

Cidade de Dandong, China — 17 de agosto de 2019

A aterragem no aeroporto Dandong Langtou tinha sido um sucesso, Nara e Max já se encontravam na cidade onde a sua progenitora tinha falecido e que, ao contrário dela que atravessou a fronteira pelo rio Tumen até Yanji, a sua mãe optou por atravessar pelo rio Amrok até Dandong.