𝟎𝟒. Drive To Survive

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Xinhuangbanna, China15 de abril de 2019

O relógio marcava precisamente 4 horas e 30 minutos da madrugada. Max não conseguia pregar o olho de jeito nenhum, já Nara dormia serenamente nos seus braços e o neerlandês limitava-se a observá-la.

O piloto desvia o olhar e fixa-o no teto, apenas pensava na loucura que estes últimos dias tinham sido, estava tão distraído que nem reparou que a norte-coreana acordou. Quando sentiu uma mão no seu ombro, Max olhou para o seu direito e encontrou Nara com os olhos levemente abertos mas focados nos seus, o neerlandês sorriu e passou o seu dedo indicador na bochecha dela e a norte-coreana retribui o sorriso.

Max pega no seu aparelho móvel que estava na mesa de cabeceira e aproveita para responder umas mensagens em atraso da sua família, amigos e equipa que perguntavam por ele andava. O piloto entendia e não entendia esta preocupação com ele pois todos sabiam que Verstappen era desenrascado portanto, segundo ele, não havia motivo para tanta preocupação e alarido.

Desta vez, Nara é a primeira a levantar-se e a primeira coisa que ela faz é tirar o elástico que pretendia o seu pequeno cabelo dado que o governo do seu país disponibiliza um número limitado de cortes de cabelo, logo ela optou por o ter curto. Caminhou até à sua mochila já um pouco desfeita e pegou num vestido que ela comprou num mercado ilegal, pois é uma das outras coisas que o governo norte-coreano não autoriza.

A norte-coreana dirigiu-se à casa de banho, não sem antes depositar um beijo leve nos cabelos de Max, uma corrente elétrica percorreu o corpo do piloto e ele apenas sorriu. Uns 10 minutos depois, Nara regressava ao quarto já vestida com o seu vestido azul bebé que lhe assentava que nem uma luva, automaticamente o neerlandês paralisa e percorre o corpo da norte-corena com o olhar, a mesma encolhe-se e as suas bochechas adquirem uma cor avermelhada.

O piloto espreguiça-se e vai até ao seu guarda-roupa tirar uma roupa simples, uma t-shirt e umas calças de ganga e nem 5 minutos demorou a arranjar-se. Após calçar as suas sapatilhas, Max olha para Nara e vê que ela está sentada na ponta da cama a apreciar o amanhecer em Shangai, impressionada com o imenso movimento que a cidade já tinha de madrugada, coisa que não acontecia no seu país pois a capital Pyongyang consegue ter as ruas desertas mesmo em hora de ponts.

Max dirige-se até Nara e estende a sua mão da qual a norte-coreana não hesita em agarrar, eles entrelaçam os dedos e ambos colocam uns óculos de sol, que o piloto fez questão de comprar para evitarem dar muito nas vistas. Pegam na sua "mercadoria" e caminham até ao hall do hotel, não antes sem verificar se tinham tudo fechado.

O neerlandês encaminha Nara até ao seu Aston Martin, abre a porta e ajuda-lhe a entrar e alguns minutos depois já estavam com os olhos voltados para a estrada. O calor estava insuportável naquele dia e leves gotas de suor escorriam pelo rosto de Max e partes do seu cabelo estavam ligeiramente molhadas. A norte-coreana não entendia o porquê, mas estava a achar estas características de Max atraentes, desde a sua barba que já estava a dar sinais de crescimento até à t-shirt branca colada ao peitoral do neerlandês que acentuava um pouco os seus abdominais.

Nara suspirou e automaticamente o piloto olhou para ver se estava tudo bem com a norte-coreana. O sol começava a espreitar cada vez mais e era notório a temperatura estar a aumentar. Contudo a última coisa que eles poderiam fazer era acabar esta busca pela liberdade, Max conduzia para Nara sobreviver.

***

O piloto já tinha perdido as contas de há quanto tempo estava a conduzir, ao seu lado, Nara dormia serenamente com a cabeça encostada no vidro. Max começou a raciocinar e calcular se deveriam fazer uma pausa e continuar mais tarde, porém tudo o que ele viu foi um grupo de polícias a aproximar-se do seu carro.

     — Filhos da puta... – Max sussurra e Nara acorda assustada, o piloto pede silêncio e a norte-coreana concorda com a cabeça.

O piloto abre os vidros do seu Aston Martin e à sua frente encontra três polícias sendo que um deles tinha um bloco nas mãos.

     — Bom dia, no que lhes posso ajudar? – o piloto pergunta em inglês e dois dos policias olham confusos um para o outro.

     — Bom dia, nós somos a polícia nacional chinesa e de momento estamos a fazer un interrogatório a todos que se aproximam da fronteira com o Laos. – o polícia explica num inglês quase incompreensível. – Pode nos dizer o porquê de querer ir para lá?

     — Esta aqui ao meu lado é a minha namorada. – Max omite e aponta para Nara e a mesma encolhe-se no banco. – Não sei se sabe mas eu sou piloto de Fórmula Um e como tal, a minha companheira veio assistir à corrida e agora estou a levá-la até à sua família que ficou hospedada no Laos devido à indisponibilidade de hóteis em Shangai e arredores.

     — Tudo bem, podemos ver os seus documentos de identificação e os da sua namorada? – o polícia pede arrogante e Max revira os olhos.

     — Os meus podem ver, mas infelizmente os documentos de identificação da minha namorada ficaram com a família dela no Laos, por isso mais um motivo de irmos até lá para ela ir buscar o seu passaporte e assim podermos regressar a nossa casa. – Max explica.

Um dos polícias olha desconfiado para Max e os três começam a conversar em chinês. Nara tremia da cabeça aos pés e em sinal de reconforto, o neerlandês coloca a sua mão na perna da norte-coreana e acaricia o local.

     — Nós geralmente não fazemos isto. – o polícia interrompe o momento de Max e Nara e o piloto olha confuso para o mesmo. – Mas vamos deixá-lo passar, devido ao seu estatuto. Sabemos que existem muitos famosos que tentam atravessar a fronteira com refugiados para salvar-lhes a vida, contudo esse ato de carinho que presenciamos agora esclarece todas as dúvidas que tínhamos em relação a si e a essa mulher. Desejo-lhe muitas felicidades e uma ótima viagem.

     — Muito obrigada. – o neerlandês agradece. – Um ótimo dia de trabalho para vocês.

Max volta a fechar os vidros e toda a pressão que tinha nos ombros e que ele nem sabia que existia desapareceu. O piloto volta a ligar o carro e observa na placa à sua frente que faltavam cerca de trezentos e cinquenta quilómetros até à fronteira com o Laos.

Após mais alguns minutos de condução, Max estaciona o seu carro à frente do hotel que tinha reservado esta madrugada para ficar com Nara.

Ambos saem do veículo, dirigem-se ao hall de entrada e o piloto pega na chave correspondente ao seu quarto. Caminham lado a lado até ao quarto, Nara abre a porta e dá passagem a Max e a primeira coisa que ele faz é tirar os seus sapatos e colocar as chaves do carro e a sua carteira no móvel perto da porta.

Sem perder mais tempo, Nara salta para os braços de Max e um abraço entre os dois é formado. O neerlandês segura fortemente a norte-coreana pela cintura e ela mantém as suas mãos nos seus cabelos loiros.

Mais uma etapa tinha sido concluída, mas mal sabiam eles que ainda havia muito caminho para percorrer...

Mais uma etapa tinha sido concluída, mas mal sabiam eles que ainda havia muito caminho para percorrer

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capítulo não revisado

olá olá meus amores, tudo bem com vocês?

peço imensas desculpas pela demora a atualizar mas a escola está a ser uma loucura autêntica e eu mal tenho tempo para respirar...

apesar disso espero imenso que tenham gostado deste capítulo e vemo-nos no próximo! ♡

It's Not Over | Max Verstappen (Hiatus)Where stories live. Discover now