Capítulo 49

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3 anos depois...

O tempo passou. Passou mais rápido do que eu imaginei ser possível.

Malévola e eu iríamos fazer três anos de casados. Nem parecia. Ela continuava a aceder as chamas mais fortes do amor dentro de mim da mesma maneira de antes, da mesma maneira desde que eu me descobri estar apaixonado por ela.

Dizem as más línguas que um casamento se desgasta com o tempo e perde a graça. Mas sinceramente, para mim, a passagem dos anos só me fazia ficar mais próximo de minha esposa. Nossa ligação apenas aumentava. 

De fato, seria assim até o fim de nossos dias. Eu iria trabalhar duro para conseguir isso. E Malévola também.

Claro que tivemos nossos desentendimentos e discussões. Nada é perfeito, a vida não é um mar de rosas e facilidades; sinceramente seria totalmente entediante se as coisas fossem fáceis. Seria horrível todas as pessoas serem iguais e terem os mesmos pensamentos, sem exceções.

A beleza da vida são as diferenças.

Minha ama me ensinou isso muito bem.

Ela era e é totalmente o oposto de mim;só que esse oposto era justamente o que eu precisava para me completar. Malévola era o que eu precisava.

-Vocês vão, não é? -Aurora perguntou após nos convidar para a festa de aniversário de Andrew -É muito importante para ele e para mim que estejam lá,sabem disso!

Olhei para Malévola. Ela revirava os olhos, como sempre. Eu sabia que apesar de tudo, minha esposa odiava Ulstead e evitava passar por lá a todo custo. Por mais que tentasse disfarçar, (ou não) ela ainda tinha traumas com aquele ambiente. Talvez nunca fosse mudar.

-Por que essa festa não pode ser aqui, Praga? -questionou Malévola -Sabe que não gosto de ir por lá e insiste em fazer os aniversários de seu filho no palácio todo ano!

Aurora reprimiu uma risadinha enquanto desviou seu olhar para mim. Era engraçado ver Malévola meio irritadiça às vezes.

-Bom, mãe é que... -a princesa coçou sua cabeça e evitou contato visual com a trevosa - Não se trata de mim, mas Andrew também tem parentes e família entre os humanos em Ulstead, muitos deles não podem vir para os Moors.

-Então não os convide. - a fada gesticulou com as mãos -As pessoas mais importantes para meu neto já vão estar aqui, ele com certeza não vai dar pela falta de um tio ou padrinho distante que só aparece para comer e dar presentes patéticos.

Para Malévola tudo parecia bem simples. Até demais.

-Desiste, Aurora –adiantei colocando as mãos na cintura –Sua mãe não vai mudar de opinião.

A garota de cabelos loiros e olhos azuis bufou massageando as têmporas.

-As coisas não precisam ser assim! -exclamou ela –Todo ano a mesma coisa,mãe -reclamou Aurora, fazendo uma careta –E no final, você sempre vai para Ulstead de qualquer forma, esses escândalos são desnecessários.

Malévola levou a mão até sua testa e se apoiou em mim com sua outra mão em meu ombro. Ela deu um longo suspiro, como se estivesse sentindo falta de ar. Comecei a ficar preocupado.

Nossa filha continuou, não se atentando para o estado que minha ama parecia encontrar-se:

-Não vai fazer diferença a festa ser no palácio ou aqui em Moors,mãe - ela fez uma pausa –Vai ter humanos do mesmo jeito e sei que seu problema é com eles, não com Ulstead!

A fada trevosa não respondeu. Ela fez uma expressão torturada e olhou para mim. Procurei entender o que estava sentindo. Talvez a discussão sobre o aniversário de Andrew estivesse lhe dando uma tremenda dor de cabeça. Dei um pequeno sorriso para ela sem mostrar meus dentes e acariciei sua bochecha, pois sabia o quanto gostava desse gesto.

LOVE-MALÉVOLA E DIAVALOnde as histórias ganham vida. Descobre agora