Passei a mão por seus cabelos como resposta e a beijei. Era ao seu lado que eu queria estar para todo o sempre. Ela tinha me completado.

Um curto período de tempo passou. Ficamos observando Sophie e Andrew brincar e Aurora os acompanhar, mesmo já sendo uma adulta formada. Nossa primogênita seria sempre uma eterna criança.

Eles continuaram se divertindo enquanto eu e Malévola apenas os espiávamos com sorrisos bobos em nossos rostos. Hérmia e Lisandro também apareceram pouco depois para nos cumprimentar e saíram para casa. Minha esposa tinha providenciado um espaço especial para eles dentro da toca das trevosas, um espaço aconchegante e belo, como mereciam.

Já eu e Malévola ficamos morando em um lugar diferente. Um castelo que as fadas de Moors haviam construído especialmente para nós. Foi uma surpresa e tanto. Fora que a construção era linda.

Me detive preso nesses pensamentos até Sophie me despertar,vindo falar comigo e com sua mãe. Ela tinha uma expressão meio entristecida.

-Mamãe, papai – sua mão foi de encontro a nuca –A minha cabeça...tá doendo de novo -disse cambaleando para trás.

Olhei para Malévola que comprimiu os lábios e me lançou uma expressão preocupada enquanto ficávamos de pé. A trevosa murmurou para si mesma que a hora tinha chegado.

Eu só não sabia de que hora ela estava falando.

O rosto de Sophie estava começando a inchar. Ela começou a tossir e Malévola ficou desesperada.

-Você e Aurora –ela se dirigiu a nós meio apreensiva –Para o castelo. Chamem Tereza –a fada fez uma pausa –Agora!  -ordenou.

Antes que eu ou minha filha pudéssemos pedir qualquer explicação, minha esposa pegou Sophie em seus braços e pediu para que a menina se segurasse o máximo que pudesse. Obediente, a criança atendeu a sua mãe e as duas dispararam para o alto com velocidade, as asas de Malévola fazendo a mais forte de todas as suas ventanias.

Aurora se segurou em mim, tomando cuidado com seu filho em seu colo.

Para não cair nem causar um acidente com Andrew ou sua mãe, me agarrei a árvore mais próxima. Os ventos não duraram nem dez segundos direito.

-O que está havendo? -perguntou a princesa ao meu lado –Por que a mãe saiu com Sophie desse jeito?

Meu netinho chorava.

Eu também não sabia o que estava acontecendo e por conta disso, apenas balancei a cabeça para Aurora negativamente. Corremos para ir chamar a trevosa médica como Malévola havia pedido e depois fomos depressa para onde minha esposa estava.

Segurei a mão de Aurora todo o momento, desde quando passamos pela casa de Tereza para pedi-la ajuda até nosso percurso para o castelo onde agora era minha casa junto a mãe de minhas filhas. Andrew continuava chorando muito.

Quando chegamos ao destino, entramos tão depressa que nem mesmo me dei ao trabalho de apreciar as belas paredes feitas de ramos e flores brancas e negras de minha casa como sempre fazia ao chegar nela. Não parei para admirar a bela porta de vidro negro com pedrinhas preciosas na maçaneta ou mesmo a decoração de nossa sala de visitas que fora toda feita por Malévola.

Apenas apressei meus passos junto a minha filha mais velha e ela já ofegava cansada. Subi as escadas brancas que davam acesso ao quarto onde eu e Malévola dormíamos pois deduzi que era para lá que ela tinha levado Sophie. Quase caí diversas vezes pela pressa.

-Pai,pai,por favor vá na frente –implorou Aurora para mim no meio da escadaria –Se eu cair ou você num percurso como esse, Andrew pode se machucar e nós teremos não uma, mas duas crianças doentes! -evidenciou –Prometo que te alcanço.

LOVE-MALÉVOLA E DIAVALOnde histórias criam vida. Descubra agora