Naquela noite, Marcelo e Luciana foram visitar a igreja dela; Claudia preferiu ficar em casa, e antes que os dois saíssem o pai ligou chamando-a para jantar, e ela concordou.
Chegou à casa dos pais, pouco mais depois das oito horas, e apesar de ela ainda ter as chaves, pois os pais não permitiram que nenhuma das filhas ficassem sem as chaves de casa, ela preferiu tocar a campainha.
- Oi minha filha! - Cumprimentou a mãe. - Cadê a sua chave?
- Estão na bolsa mamãe! - Respondeu beijando a mãe.
- E por que você tocou a campainha? - Perguntou confusa.
- Acho melhor assim. Não moro mais aqui, agora sou apenas uma visita.
- Essa casa é sua, e jamais você será apenas uma visita na sua própria casa. - Disse a mãe melancólica.
- Não precisa ficar assim mamãe, eu estou bem assim. Se precisar usar a minha chave eu usarei, não fique triste.
- Vocês duas vão ficar até quando aí na porta fuxicando? - Perguntou Pablo sorrindo, vindo ao encontro da filha e abraçando-a.
- Oi papai! Tudo bem? - Perguntou abraçando-o também.
- Estou bem! Apenas com saudades da minha filha mais velha. - Comentou pesaroso.
- Eu também papai, eu também! - Sussurrou desolada.
O jantar como sempre estava ótimo. E ao terminar de jantar, ela pediu licença e foi falar com a cozinheira, uma senhora que ela conhecia desde criança, e amava profundamente.
- Oi nana! - Cumprimentou da porta. A boa senhora, apareceu em seu campo de visão, sorrindo genuinamente, feliz em vê-la.
- Oi minha filha! Como você está? - Disse dona Conceição, abraçando-a fortemente.
- Eu estou bem! E a senhora? Só com saudades da sua pupila? - Brincou sorrindo.
- Com certeza eu estou com saudades, sem você aqui minha cozinha fica muito arrumada.
Claudia apenas sorriu, lembrando das inúmeras vezes, que foi imensamente feliz na cozinha da dona Conceição; de todos os funcionários que a família tinha em São Paulo, apenas ela quis seguir com a família para o Tocantins.
- Você está diferente hoje! Está mais alegre, os seus olhos estão brilhando. - Comentou sorrindo.
- Eu estou me sentindo diferente. Não sei o que está acontecendo, de repente é como se eu estivesse mais leve, não sinto tanta raiva mais, não sei explicar.
A boa senhora a abraçou, chorando.
- Oh, minha filha! Deus ouve as orações dos que o amam. - Disse emocionada.
- Ah, não! Até a senhora dona Conceição! Quando foi que a senhora, passou para o lado de lá? - Perguntou curiosa, e a senhora sorriu.
- Se você quer dizer o lado de Deus, desde sempre minha filha. - Respondeu olhando-a nos olhos.
- E por que nunca me disse nada? - Perguntou desconfiada.
- Era regra, para eu continuar trabalhando aqui. Mas agora você não mora mais aqui, então não me importo de ser mandada embora. - Disse voltando para os seus afazeres.
- Nana, por que a senhora se preocupa tanto comigo? - Perguntou confusa.
- Eu sempre me preocupei com todas vocês. - Disse firme.
- Eu sei. Mas eu já vi, a senhora enfrentar os meu pais por mim, qual é o segredo que há entre vocês? - Perguntou curiosa.
- Claudia deixa a Conceição trabalhar em paz! - Esbravejou a mãe.
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Deus também estava lá.
RomanceClaudia é uma jovem traumatizada, protegida pelos pais, e descrente. Ela decide morar sozinha e trabalhar, e quer ser livre e independente. Mas a mãe dela contrata Luciana para trabalhar na casa dela e o primo Marcelo vai passar uns dias com ela, e...