Claudia chegou ao restaurante nervosa, Carla ainda não havia chegado, falou com o maître e ele levou-a até uma mesa que a irmã havia reservado, ela nem havia pensado nisso. Pediu um copo d'agua e esperou pela irmã que logo chegou.
- Ainda bem que você já está aqui! Você me deixou preocupada, o que aconteceu? - Perguntou ansiosa.
- Pensei que você não se preocupasse comigo! - Comentou confusa, e sem jeito.
- Eu não me preocupo com você, porque você não me parece precisar de cuidados. - Respondeu inquieta.
- É sério, que eu passo essa impressão? - Perguntou ainda mais confusa.
- O que você quer Claudia, elogios? - Perguntou carrancuda.
- Desculpa! Foi só quê... - Ela sacudiu a cabeça. - Deixa pra lá. Vamos pedir primeiro, pode ser que quando eu falar o que eu tenho para falar você perca o apetite. - Disse baixo.
- Você sabe que eu não perco o apetite assim tão facilmente. - Disse sorrindo chamando o garçom, fizeram os pedidos.
- Desde quando você pede em um restaurante arroz, feijão, bife e salada? - Perguntou Claudia desconfiada.
- Porque é o mais rápido para ser servido, e eu estou curiosa para saber o que você tem para me contar. - Respondeu empolgada, e Claudia revirou os olhos.
- Aquele bilionário excêntrico, que vive falando em teoria da conspiração ainda é seu cliente? - Perguntou calmamente bebendo sua água, mas por dento estava em erupção.
- O Zigger? Sim, por quê? - Perguntou em alerta.
- Seria possível você conseguir alguns daqueles brinquedinhos de espionagem com ele? - Perguntou arqueando a sobrancelha.
- Por um bom motivo, creio sim! - Respondeu cautelosa, todos os sentidos de raposa dos negócios da irma ligados. - Temos um bom motivo para pedirmos isso a ele? - Perguntou ainda cautelosa.
- Sim. Temos um bom motivo. - Disse suspirando. O pedido delas chegou.
Comeram em silêncio, na verdade Carla devorou o almoço. Se alguém quisesse matar a irmã era só atiçar a curiosidade dela.
- Se o gentleman do seu marido te visse agora, ele iria ficar horrorizado. - Disse rindo.
- A culpa é sua, que disse que só vai soltar a língua depois que comermos. - Disse de boca cheia.
- Mas não precisa engolir a comida, pode mastigar. - Disse entretida.
- Por que você precisa dos apetrechos do Zigger? Pode ir adiantando?
- Melhor você terminar de comer. Eu pensei que você fosse ficar mais alguns dias com os nossos pais. - Disse mudando de assunto.
- Quero ver a Mariana e a Jéssica, tem mais de ano que eu vi as duas, estou com saudades.
- Entendo! - Disse mexendo na comida, sentiu um calafrio ao pensar que a irmã não sentia saudades dela, se elas não tivessem se visto na casa dos pais provavelmente ela nem ficaria sabendo da visita da irmã.
- E você vai ficar só brincando com a comida? - Perguntou tensa.
- Não! - Respondeu com um meio sorriso, e forçou uma colherada goela a baixo.
A grande verdade era que estava com medo, e o medo a deixava sem fome. Mas para que a irmã não ficasse mais tensa ela comeu quase toda a comida, Carla também não comeu tudo.
- E então, por que você precisa da ajuda do Zigger? - Perguntou bebendo seu suco.
- O padrasto de um dos alunos da escola onde eu trabalho, abusa dele. - A irmã parou com o copo perto da boca, e lentamente pausou-o sobre a mesa.
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Deus também estava lá.
RomanceClaudia é uma jovem traumatizada, protegida pelos pais, e descrente. Ela decide morar sozinha e trabalhar, e quer ser livre e independente. Mas a mãe dela contrata Luciana para trabalhar na casa dela e o primo Marcelo vai passar uns dias com ela, e...