01 - O Senhor é o meu refúgio.

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Palmas - TO, janeiro de 2005

Ela passou por cada cômodo do apartamento inspecionando para ver se tudo ficara do seu agrado; e sorrira feliz, estava tudo organizado exatamente como ela sonhara, 'seu apartamento' iria morar sozinha finalmente. Rodopiou pela sala, feliz da vida rindo sozinha, como uma criança que acabara de ganhar o presente que esperara o ano inteiro,e se jogou no sofá, ainda sorrindo feito uma boba.

Foi uma luta convencer os pais a deixarem ela morar sozinha. Até a irmã mais nova, que só tinha dezessete anos, já estava morando sozinha, quer dizer não exatamente sozinha, pois ela iria morar com os avós paternos; Jéssica a caçula, passara no vestibular para jornalismo, no Rio de Janeiro, e os pais simplesmente concordaram com ela ir morar com os avós; agora ela a mais velha, e adulta, eles ainda sentiam a necessidade ficar o tempo todo de olho nela, sentiu uma pontada de tristeza ao constantar que para os pais ela iria ser sempre aquela que não sabe se cuidar.

A campainha tocou, e ela suspirou pulando do sofá. - "Minha mãe com certeza" - Pensou abrindo a porta e sorriu ao ver a mãe com a cara mais inocente que ela conseguia fazer.

- Oi, mamãe! - Cumprimentou-a beijando-lhe o rosto. - A senhora já subornou o meu porteiro? - Perguntou sorrindo, ajudando com as sacolas.

A mãe também a beijou, e sorriu inocentemente.

- Eu também te amo filha. - Ironizou entrando. - E eu estava passando por aqui, e o seu porteiro já me conhece, e ele se sensibilizou com as sacolas, por isso me deixou subir logo.

- Sei! E a senhora resolveu passar por aqui, e trazer todas essas sacolas? Não poderia deixar no carro? - Perguntou cruzando os braços.

- Bem, é que essas sacolas são meus presentes de casa nova, já que você não me deixou comprar nada para o seu apartamento. - Respondeu ressentida.

- Ai, ai, mamãe! Muito obrigada, pelos presentes. - Abraçou-a e pegou as sacolas, verificando o conteúdo. Havia jogos de cama, e toalhas. - Oh, mamãe são lindos. - Tornou a abraça-la, feliz com o carinho da mãe. - Obrigada mãezinha! E eu também te amo.

Ainda abraçava a mãe, quando o interfone tocou. Ela se afastou do abraço, ainda sorrindo.

- Só falta ser o papai! - Disse sorrindo.

- Não! Seu pai não tocaria nem a campainha! - Disse sarcástica. E ela apenas fez careta para a mãe, que riu.

- Oi seu Antônio! - Atendeu distraída.

- Dona Claudia tem uma moça aqui dizendo que a senhora está esperando por ela, seu nome é Luciana.

- Mãe a senhora conhece alguma Luciana? - Gritou.

- Sim. Pode manda-la subir, eu estou esperando por ela. - Respondeu no mesmo tom que a filha.

- Tudo bem seu Antônio, ela pode subir. - Disse sacudindo a cabeça.

- E então mamãe, se é a senhora quem está esperando por ela, porque ela disse que era eu quem esperava por ela? - Perguntou cruzando os braços bem na frente da mãe.

- Porque você é a dona da casa. - Retorquiu inocentemente.

A campainha tocou. Suspirando profundamente Claudia foi abrir a porta. Para a surpresa dela, não era apenas uma garota; era uma garota e duas malas.

- Bom dia! - Cumprimentou a moça tímida.

- Bom dia. - Respondeu Claudia. - Por favor, entre.

Claudia fuzilou a mãe com o olhar, que fez de conta que nem era com ela.

Deus também estava lá.Tahanan ng mga kuwento. Tumuklas ngayon