67 - Deus é maior que a nossa consciência.

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A mãe respirou fundo mais não disse nada. Claudia abaixou-se ao lado dela.

- A senhora não entende, mas eu tenho orado para Deus por o perdão em meu coração; e estou feliz por não odia-lo, apesar de que não sei exatamente como me sinto em relação ao Jorge, mas eu sei que Deus resolverá tudo da melhor maneira possível.

- Minha filha, você está ouvindo o que está falando? - Claudia olhou-a confusa. - Você está deixando as decisões importantes da sua vida nas mãos de uma divindade!

- Claro que não mamãe! - A mãe a olhou desconfiada. - Deus não é uma divindade mamãe! Ele é o Senhor Supremo da minha vida, o Deus Único e Imutável que sempre esteve comigo mesmo quando eu nem imaginava que era assim.

- Minha filha o que fizeram com você? Você é uma pessoa racional e adulta, sabe que temos que lutar pelo que queremos, como pode acreditar em uma força misteriosa e mística que age na sua vida tirando tudo do lugar? Isso é fanatismo!

- Não sei te explicar e não conheço todos os versículos da biblia que te ajudaria a entender, mas eu te entendo, eu era assim, eu me recusava a aceitar que Deus poderia ter alguma coisa com a minha vida, principalmente depois de tudo pelo qual eu passei, e hoje eu dou graça pelo Espírito Santo ter me convencido do Seu Amor. Olha bem para mim, a senhora não vê a mudança?

- Claro que eu vejo, até a Carla está diferente, mas eu me preocupo filha, essas mudanças são boas?

- Me diz a senhora! Qual a situação que mais te agrada? Aquela do natal em que a senhora não estava com todas as suas filhas e as que estavam juntas ainda ficavam se agredindo verbalmente, ou está de agora, em que mesmo com tudo o que está acontecendo suas filhas estão juntas e se defendendo? Quando a senhora viu uma de suas filhas arrumando para ir embora e as outras estarem juntas com ela e ainda lamentando a sua partida?

- Verdade! - Disse emocionada. - O que está acontecendo? Eu fiquei surpresa quando elas sugeriram vir com você conhecer o Sérgio. - Ela sorriu para a mãe. - Tudo isso é muito confuso para mim, estou feliz por você e suas irmãs, mas essa Fernanda e o irmão dela! Ele destruiu a sua vida minha filha! - Disse com lágrimas nos olhos.

- Eu sei mãezinha! Mas Deus cuida de mim, e ele cuida dos meus inimigos, li um dia desses com Luciana, que devemos orar pelos nossos inimigos, e eu vou fazer isso, vou orar por cada um daqueles que me machucaram, para que um dia eles sintam a paz que eu sinto agora.

- E se eles não quiserem? Bandido será sempre bandido.

- Se eles não quiserem, só lamentarei por eles, assim como lamento pela senhora.

- Não entendi!

- A senhora já conversou com o meu pai?

- Sobre o quê? Ele mal teve tempo de explicar como foi na delegacia.

- Mamãe, eu não estou falando do meu pai Pablo... - Disse franzindo a testa, a mãe ficou corada, ela sorriu, era a primeira vez que via a mãe corada.

- Ah!

- Ah! E aí quando a senhora vai falar com o meu pai Sérgio? Vai se resolver com ele, perdoar e se por no lugar dele, entender que ele também sofreu, e que ele não havia muita coisa que ele pudesse fazer naquela época!

- Preciso mesmo disso? - Perguntou desconfortável.

- Mamãe! A senhora está na casa do cara, e vai continuar ignorando ele? Continuar agindo como se fosse uma jovem, mimada e imatura?

- Menina você me respeita! Você pode até ter conseguido outro pai, mas mãe, você ainda só tem uma, 'euzinha'. - Claudia gargalhou. - Não existe mais respeito! - Disse dramática.

Deus também estava lá.Onde as histórias ganham vida. Descobre agora