15 | intangível

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GRACE

Fazia-se mais de duas horas que Damian havia seguido Chiara para dentro do desconhecido ambiente, que se localizava atrás da porta bonita ao centro do corredor.

Eu estava ansiosa. Eu sabia muito pouco sobre Ramona. A verdade é que eu sabia apenas que ela era mentora deles e a bruxa mais antiga da Floresta das Labaredas.

Mas meu receio não estava apenas em ela não gostar de mim, mas em não gostar de uma humana em sua casa e me mandar embora. Eu não tinha pra onde ir e ainda faltavam três semanas para a vinda do navio até o Vale das Cinzas.

Voltei a me sentar no sofá da sala me recostando ali pois meu quadril ainda estava um pouco dolorido, fechei meus olhos brevemente, mas voltei a abri-los, ao ouvir o som das botas do Damian no corredor, vindo em direção a sala.

Ele logo surgiu, sozinho. O olhei, e eu não podia decifrar sua expressão, mas seus olhos escuros estavam em mim.

Ele tinha em seu pescoço um amoleto azul, poderia parecer uma pedra preciosa, mas era mais do que isso. Era um recipiente em turmalina, repleto de um líquido desconheço.

Ele não tardou a falar algo que me pegou totalmente de surpresa.

— Preciso da sua ajuda e tem que ser agora. — Disse mais como um anúncio do que como um pedido.

— Ajuda? — Quis saber. — É o sangue?

— Não. Só preciso que venha comigo, é rápido. — Fez uma pausa. — E indolor. — Completou.

Respirei fundo e fiquei de pé, concordando. Era o mínimo, devido a hospitalidade que me foi concebida entre eles.

Damian e eu seguimos para o lado de fora, além da fenda no salgueiro, Aurin não estava por ali, mas eu podia ouvir o som de outros abernates e criaturas.

— Temos que ser rápidos, Eric já deve estar chegando aos arredores da barreira. — Disse se aproximando de mim.

Íamos nos encontrar com Eric? Eu não estava entendendo.

Damian olhou em meus olhos, pedindo permissão. Eu engoli em seco estranhamente muito nervosa, antes de assentir.

Não demorou dois segundos para que ele me pagasse em seu colo, e se fizesse inteiro em chamas. Como já fez antes.

E isso era melhor, pois o vestido  bonito da Braeden não era uma boa opção para andar dentro da floresta.

Desta vez fechei meus olhos,  ignorando as chamas, e a altura, as sombras das árvores, quando Damian alçou um vôo rápido comigo, carregando me, entre as árvores.

O pouso foi leve, e assim que foi feito, abri meus olhos, sentindo Damian me soltar com cuidado para que eu colocasse meus pés no chão. E o fiz.

A sua proximidade me deixava estranha, então recuei devagar, sem olha-lo.

Estávamos em frente a barreira, podia ver a diferença entre os campos verdes a frente e floresta escura e densa atrás de nós, mas eu não via sinal de Eric.

Me virei para Kingsley, com a curiosidade me corroendo.

— O que viemos fazer aqui? — Perguntei tentando entender o porque dele ter me trago de volta pra barreira.

— Não consegue conter sua curiosidade? — Perguntou até mesmo de maneira amigável.

Suspirou, antes de retirar o amoleto, era realmente bonito.

Ele deu dois passos a frente, e olhou fixamente em meus olhos, uma coisa estranha, gelada no fundo do meu estômago, se fez de maneira iinexplicável.

O que queima através de nós | LIVRO IWhere stories live. Discover now