38 | uma nova casa

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GRACE

— Essa é minha casa, Grace. Seja bem vinda! — Foi o que ouvi de Sra. Lovington, depois de uma semana como sua cuidadora no hospital. E ouvir isso, foi um alento a meu temor de sair do hotel.

A semana passou mais rápido do que o esperado. Estive ocupada a ajudando em sua recuperação, que felizmente, ocorreu. Sra. Lovington apesar de ser uma mulher distinta e de natureza forte, se mostrou alguém de uma generosidade que me surpreendeu. E agora... Eu tinha deixado o hotel, para habitar em um dos quartos de sua casa. Eu tinha o emprego como sua acompanhante, ajudante e cuidadora.

Eu havia agradecido a Eric, é claro, ele que fez tanto por mim, o abraçado fortemente e mesmo que eu tenha insistido ele não aceitou que quando eu recebesse meu salário, eu lhe desse parte dele, por mês, até cobrir o que ele gastou comigo. Mas deixei claro que apesar de estar saindo do hotel, nos veriamos em nossas folgas. E sra. Lovington inclusive o convidou para jantar conosco no domingo.

Ela vivia fazendo alguns comentários perto de Eric que o deixava sem graça perto das outras enfermeiras... Como o "Dr. Vallahar tem traços finos, é encantador e um ótimo partido". E era óbvio, que eu e Eric sabiamos o que ela estava fazendo. Tentando arrumar uma namorada para ele!

Ela não mentia, digo, Eric era mesmo encantador e um incrível partido. Qualquer garota teria sorte em ter a atenção dele...

— Sua casa é belíssima Sra. Lovington. — Elogiei. Na verdade se tratava de um apartamento amplo, no centro de Paris. Era luxuoso e refinado. E eu me perguntei, quanto do meu salário iria embora quando eu e meu desastre natural começassem a quebrar coisas.

— Eu sei. Tenho muito bom gosto. — Ela disse, como se o elogio fosse algo óbvio. E bem, era.

Ali estavam um homem por volta de seus 60 anos, um mordomo, e uma mulher de meia idade, ambos se encontrava parados a nossa frente, logo dizendo a Sra. Lovington como ficava feliz com sua recuperação e se oferecendo para ajudar em tudo, mas a Sra. Lovington não nos apresentou, mas a chamou a mulher de Marie.

Assim que adentramos em sua casa, Sra. Lovington solicitou que eu a ajudasse a ir para seu quarto e que Patrice, o homem, levasse nossas bagagens. Ela ainda estava fraca, pois a infecção urinária que teve, por pouco não levou sua vida.

A amparando, nos guiamos até seus aposentos. Eu a ajudei a se vestir com algo confortável, e pouco depois ela estava deitada, pronta para uma boa sesta. Ela logo pediu para que eu desfizesse suas malas, com ajuda de Marie. E foi o que fizemos. Dobrando, separando as roupas sujas e guardando o que era necessário no closet.

— Precisa de mais alguma coisa Sra. Lovington? — Perguntei a ela, quando terminamos.

— Marie... Leve Grace para o quarto que se refere a ela. — Disse para Marie, e se virou para mim. — Por agora é só Grace. — Disse me dispensando, para poder descansar.

— Voltarei mais tarde para lhe dar seus remédios. — Tive que dizer.

— Eu não teria a sorte que você se esquecesse daquele verdinho? — Se referiu a um que era muito amargo.

— Não, Sra. Lovington.

— E se eu lhe der um par de brincos? — Tentou. Isso me fez rir.

— Não mesmo, Sra. Lovington.

— Gosto disso em você, Grace. — Disse, mas não entendi bem do que ela se referia, pelo seu tom. — Agora me deixe sozinha. — Completou. E foi o que eu fiz.

Assim que fechei a porta, Marie se dirigiu a mim. — Seu quarto é este. — Apontou para o que ficava ao lado de senhora Lovington.

— Não deveria ser na ala dos empregados? — Perguntei, pois aquele era um quarto de hóspedes.

O que queima através de nós | LIVRO IWhere stories live. Discover now