Capítulo 135

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Quando abro o papel os meus olhos arregalam-se em surpresa. A folha está inteiramente coberta de rabiscos pretos, frente e trás. Imediatamente reconheço a letra do Harry e examino a página. É uma carta, uma carta escrita pelo Harry. Tenho quase medo de ler ela, mas eu sei que devo.

Tess,

Visto que não sou muito bom com palavras, talvez tenha roubado algumas da Darcy, de quem você gosta tanto.

Escrevo sem nenhuma intenção de te causar dor, ou de me humilhar, residindo nos desejos que, para a felicidade de ambos, não podem ser esquecidos em breve: e o esforço que a formação desta letra deve ocasionar, a minha personagem devia ter sido poupada de ser escrita e lida. Deve, conseqüentemente, perdoar a liberdade com que eu exijo a sua atenção; os seus sentimentos, eu sei, concedem contra a sua vontade, mas eu exijo-o de sua justiça. (desculpem a tradução desta parte, provavelmente está um pouco mal feita, porque o inglês é antigo e difícil de entender)

Eu sei que te fiz tanta coisa fodida e eu, de forma alguma, te mereço, mas estou pedindo, não, estou implorando, por favor, olha para as coisas que já fiz. Eu sei que espero demais de você, sempre, e lamento por isso. Se eu pudesse tirar tudo o que fiz, tiraria. Eu sei que está zangada e desapontada pelas minhas ações e isso me mata. Em vez de inventar desculpas pelo que sou, vou falar de mim, o eu que nunca conheceu. Vou começar com a merda que me lembro, tenho a certeza que existem mais coisas, mas prometo que não vou esconder mais nada a partir de hoje. Quando tinha à volta de nove anos, roubei a bicicleta do meu vizinho e parti o volante, e depois menti sobre isso. Nesse mesmo ano, atirei um taco de baseball pela janela da sala de estar e menti em relação a isso. O meu pai foi embora pouco depois e fiquei feliz quando ele se foi. Não tinha muitos amigos porque era um idiota. Gozava com crianças do meu ano, muito. Todos os dias basicamente. Era um caralho para a minha mãe, esse foi o último ano em que lhe disse que a amo. O gozar e ser um caralho para todos continua até agora, por isso não posso nomear todas as vezes que o fui, só sei que fui muito. Por volta dos treze anos, eu e alguns amigos assaltamos uma loja no fim da rua da minha casa e roubamos montes de merdas quaisquer, não sei porque fizemos isso, mas quando um dos meus amigos foi apanhado, ameacei-o para ele levar com as culpas e ele levou. Fumei o meu primeiro cigarro aos treze anos, sabia a merda e tossi durante dez minutos, nunca mais fumei até ter começado a fumar erva, mas vou chegar a isso em breve. Quando tinha quatorze anos, perdi a virgindade com a irmã mais velha do meu amigo Mark. Ela era uma puta e tinha dezessete anos, foi uma experiência estranha, mas gostei. Ela dormiu com todo o grupo de amigos, não apenas comigo. Depois de ter feito sexo pela primeira vez, não o fiz novamente até aos quinze anos, e depois continuei a fazer depois disso. Eu curtia com garotas em festas, sempre menti em relação à minha idade e as raparigas eram fáceis. Nenhuma delas se importava comigo, e não dava porra nenhuma para elas. Comecei a fumar erva neste mesmo ano e fiz isso diariamente. Comecei a beber nessa época, eu e os meus amigos roubávamos licor dos pais deles ou daquela loja que mencionei a cima. Comecei a brigar muito também. Levei algumas vezes, mas a maioria das vezes ganhava. Estava sempre irritado, sempre, e era bom magoar alguém. Começava brigas com as pessoas a toda a hora, por diversão. A pior foi com um rapaz chamado Tucker que tinha uma família pobre, ele usava roupas velhas e eu torturava-o como o caralho por causa disso. Eu marcava a t-shirt dele com uma caneta só para provar quantas vezes ele a usava sem a lavar. Fodido, eu sei. Então, um dia viu-o a andar e bati-lhe no ombro só para ser um estúpido, ele ficou zangado e chamou-me de caralho por isso espanquei ele. O nariz dele quebrou e a mãe dele não tinha dinheiro para ele ir a um médico, continuei a me meter com ele depois disso. Alguns meses depois a mãe dele morreu e ele foi para uma casa de acolhimento, de um rico por sorte, e ele passou por mim de carro um dia, era o meu aniversário de dezesseis anos e ele estava num carro novo de marca. Fiquei irritado na altura e queria encontrá-lo só para lhe quebrar o nariz outra vez, mas agora que penso nisso, estou feliz por ele. Vou saltar o resto dos meus dezesseis anos porque tudo o que fiz foi beber, ficar mocado e lutar. Na realidade, isso também serve para os meus dezessete anos. Roubei alguns carros, quebrei algumas janelas também. 

AFTER 2 (Tradução Português/BR)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora