Não me chame de princesa

capítulo 162

Pov Grego:

Primeiro natal que eu e a Luísa passa juntos, e de quebra foi o pior que teve.
Só passei em casa pra pegar umas roupas dela e uma minhas. Não vai ser essa a lembrança do nosso natal, aproveitar que ainda dá tempo de concertar isso.

Ia ser só nós dois, mas ia fazer valer a pena. Estacionei o carro na garagem, e a bichinha tava dormindo.

Arrumei os bagulho dentro de casa, e ela lá no carro dormindo. Tava com dó de acordar ela. Peguei ela no colo pra colocar ela na cama lá dentro, minhas costas estavam todas fudidas, mas eu não ia acordar a Luísa.

Sono pesado da porra, quem olha assim pensa que virou umas três noites acordada. Ajeitei ela na cama e mermo assim não acordou.

Só tomei um banho rapidão e fui dormir também. Momentos a serem aproveitados, não ia deixar minha nega dormindo sozinha na cama.

Grego: Aí como o pacotinho do papai está?_falei baixinho alisando a barriga da Luísa.

Pô, não senti mexer, mas uma tremura onde eu tava com a mão eu senti. Eu nem tinha fumado, tô lúcido e eu senti o negócio pô.

Olhei pra Luísa, que deu um sorriso de olhos fechados. Acho que ela deve ter sentido, tentei conversar com o pacotinho pra ver se fazia de novo, mas nem isso rolou.

Grego: Tu sentiu?_olhei pra ela.

Luísa: Geralmente, nos primeiros meses quem sente esse tremor é a mãe. O tremor é imperceptível para os outros._sorriu.

Grego: Puta que pariu, mano. Mexeu pra mim vida, eu senti a parada._falei impressionado.

Luísa: Pelo quarto, estamos em Angra, não estamos?_me olhou e eu concordei.

Grego: Nem só pelo quarto, daqui da pra escutar o barulho das ondas.

Achei que a gatinha ia voltar a dormir, mas ela quis ir pra praia. Namoral, já vi alguém gostar de praia, mas igual a Luísa, eu nunca vi.

Nós ficamos em cima da pedra, onde nós costumava ficar quando eu não gostava dela.

Ficamos lá admirando as ondas, sem falar nada. Por um motivo bem óbvio, eu tô começando a curtir essa parada de praia à noite.

Luísa: Seu violão está aqui?_me olhou.

Grego: Deve tá, lá em cima do guarda roupa. Porque?_arqueei a sobrancelha.

Luísa: Você bem que podia tocar agora, você fez isso uma vez!_fez carinha de inocente.

E como aqui o malandro convence rápido com uma nega dessa, eu fui lá e peguei o bendito violão. Tinha um tempão que ele tava lá, bicho tava empoeirado, só de pensar eu já espirrei umas quatro vezes.

Grego: Que música cê quer ouvir?

Luísa: Não sei, que música você quer tocar?_me olhou sorridente.

Eu nem tenho pique pra essas paradas, sei nem como faz isso. Prova vivinha que a mulher muda o homem de um jeito.

Eu nem sou de fazer essas coisas. Cachorrinho dela mermo, ela manda e eu obedeço.

Enquanto eu tentava deixar as cordas do bagulho afinada, eu pensava em que música eu ia cantar pra mulher. Nem cantar eu sei direito, mas a gente acaba abrindo mão de uns sacrifícios tem horas.

Grego: Deixa eu mudar essa nossa história hoje
Vamos ser mais que amor de fim de noite
Eu posso fazer tudo, ser melhor do que da última vez
E fazer bem melhor do que seu ex um dia te fez
Basta você dormir comigo hoje
Me dá sua mão e me beija essa noite
Eu posso fazer tudo, ser melhor do que da última vez
E fazer bem melhor do que seu ex um dia te fez...

Foi a música que veio na minha cabeça. Que na verdade, quando eu escutei ela eu tava separado da Luísa, e a primeira coisa que eu fiz quando ouvi, foi pensar nela.

Tem um pá de músicas aí, que só de ouvir dá aquela sensação boa tá ligado. Acho o nome desse bagulho é amor, uma parada que eu nem pensava que ia sentir.

Tava tão inspirado nas músicas e ela também, nem sono sentiu. Quando nós foi ver, já tinha amanhecido o dia.

Agora pega a visão, o amanhecer, com a morena do meu lado. Última vez que isso aconteceu, nós se odiava. Eu perto dela correndo altos riscos, e ela perto de mim com medo de eu matar ela.

Só que agora diferente, nós dois juntos, se amando, vendo o nascer do sol. Mó parada de gente gay, isso aí. Só que tá ligado, pela morena nós vira bichinha assumida rapaz.