capítulo 82

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Pov Luísa:

O mecânico já havia me ligado para eu ir buscar o carro. Eu estava a praticamente duas horas e meia do lugar, e por se tratar de final de semana, hoje eles fecham um pouco mais cedo.

E com o Grego estava tão bom que eu não queria ir embora. Queria ficar ali, quando eu falei que precisava de um descanso para a minha sanidade mental, eu estava falando disso aqui, só não sabia ao certo.

Um tempo, conversando com alguém que tem entende é uma das melhores coisas que pode existir. É um alívio enorme.

E por esse motivo, eu vou retirar o meu carro amanhã do mecânico. Foi a melhor solução que eu encontrei.

Grego: Tô pensando em pintar meu cabelo de verde, o quê que cê acha?_me olhou.

Luísa: Bacana, um pouco inovador._sorri.

Grego: Então pode pintar né?

Luísa: Ué, se você quiser pintar. Porque está me pedindo autorização?_encarei ele sem entender.

Grego: Tamo treinando pra quando formos um casal, tenho que te pedir autorização das coisas pô. Até se eu for cagar eu vou fazer questão de te avisar!_piscou e eu sorri.

Luísa: Se você quiser eu posso pintar para você!

Grego: Certo então, eu vou comprar os bagulho e a gente vê isso aí. Vai no baile amanhã?

Luísa: Não sei, talvez não._dei de ombros.

Grego: Lógico que tu vai, deixa de onda. Vai mesmo deixar teu macho no baile sozinho? Mesmo ele sendo fielzão?_arqueou a sobrancelha.

Luísa: Qual dos?_perguntei brincando e ele fechou a cara.

Grego: Não sei, o Dodô eu tenho certeza que não é!

Luísa: Eu acho incrível a forma que você já se considera meu. Falta mais o que? Eu te adotar?

Grego: Falta só tu ir lá em casa pedir mãe pra deixar eu namorar contigo, só isso. Coisa mínima!_fez graça.

Luísa: Eu tenho que pedir a dona Ângela?

Grego: Lógico, cê quer o que? Pra namorar comigo só se mamãe aprovar primeiro. Eu só não vou pedir o mala do teu irmão, mas a Andressa confirmou o bagulho. Ela ameaçou até o amigo meu se eu te fizesse sofrer.

Luísa: Calma aí! Você realmente está falando sério?

Grego: Lógico filhona, vê se eu tenho tempo pra brincar. Mas relaxa, a dona Ângela é ciumenta, quando tu for lá pedir ela tu me avisa antes pra eu amansar o coração da dona._falou enquanto acendia um cigarro de maconha.

Luísa: Será mesmo? Um tempo atrás ela me considerava como nora. Não acho que seja algo difícil.

Grego: Tu fez o bebezinho dela sofrer uma vez. Não pense que ela vai deixar facilmente, não confunda a parada. Ah menos que você me pague um babão, aí a conversa muda completamente.

Luísa: Não, eu prefiro encarar a dona Ângela mesmo!_falei convencida.

Grego: Mais é tolinha, a dona Ângela exige que a futura nora dela pague um babão pro filho dela.

Luísa: Desencana Filipe, eu tenho certeza que a Ângela não quer isso para o filho dela._falei pegando o cigarro da sua mão.

Grego: Mexe com isso não pô, dá isso aqui._tomou o cigarro da minha mão.

Luísa: Eu só ia dar um trago e já ia te devolver._falei sem acreditar.

Grego: Não, cê acha bonito mexer com essas coisas? Deixa de feiúra parceira, se eu te ver mexendo com isso eu quebro tua cara. Na moral, tô sem gracinha. Isso acaba com a sua vida, faz isso não. A primeira vez que tu fez isso eu fiquei impressionado, confesso. Mas não é pra mexer com isso._falou e eu concordei.

Luísa: Tá bom então senhor protetor._levantei as mãos em forma de rendição.

Grego: Tô falando isso pro teu bem guria. Tá ligada né?_piscou.

Passamos a tarde toda ali. Eu até desliguei o meu celular, assim como o Grego também fez. E passamos o tempo todo conversando e trocando carícias, o beijo dele fez muita falta.

Eu não sabia se estava fazendo a coisa certa na minha vida, mas eu estava me arriscando de corpo e alma. Pela primeira vez eu não estava dando preferência para o meu medo, e sim para o meu coração.

Algo que eu deveria ter feito desde o início, mas talvez, o destino está agindo de forma certa, no tempo certo. E tudo que aconteceu, é porque tinha que acontecer.

No finalzinho da tarde ele me deixou em casa e voltou para o morro. Eu estava com o corpo cansado da viajem e acabei dormindo rapidamente.

Mas dormi com uma sensação muito boa no coração, uma sensação de alívio, de leveza. E é isso, talvez eu Luísa Castro esteja absurdamente apaixonada pelo cara mais procurado do Rio de Janeiro.

E talvez seja recíproco. Achei conceito ele me confessar do ciúmes que ele sentiu quando me viu com o Dodô no chá revelação. Falou também que "homem conhece homem e sabe quando tão na intenção das coisas" e que com o Dodô não é diferente.

Enfim, paranóia e neurose da cabeça dela. Entre eu e o Dodô é apenas amizade, e ele é meu cúmplice de fofocas. Ele gosta da Fernanda, que mora perto da casa dele, é uma moça de família. Pelo o que eu entendi é uma moça dedicada nos estudos, trabalhadora, mas o Dodô tem medo dos pais dela não aceitarem por ele ser quem ele é.

Não me chame de princesa Onde as histórias ganham vida. Descobre agora