capítulo 103

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Pov Luísa:

Eram sete horas da manhã quando a gente veio embora, só daí já dá para saber o nível de farra que a gente estava.

Estava todo mundo muito cansado, eu só estava alcoolizada, não estava bêbada, estava alegre, eu diria.

Pegamos caminho direto pra casa da minha avó, mais tarde eu levo essas encomendas embora. Agora eu só preciso de um banho e uma cama.

Chegamos na fazenda, os dois já estavam de pé. Meu avô mexendo com o cavalo e minha avó passando o café.

Ela olhou para a nossa situação e riu, acho que só não surtou porque o David estava no meio. Ela sempre admirou esse menino, falava que ele era muito responsável, certinho. Eu fico com dó da ilusão dela, mas também não vou falar nada, na vez minha ninguém contou.

Ruan: Tia de Deus, eu estou mesmo é com fome!_sentou diante a mesa, passando a mão na barriga.

Valentina: E a festa como é que foi? Pra ter chegado essa hora o negócio foi bão' então!_colocou a garrafa de café em cima da mesa.

Luísa: Muito boa vó, dançamos demais. Nós fomos na associação e encontramos esses dois. Bestagem de acabarem cedo com a festa da associação._comentei.

Antônio: Ah, eles estão fazendo a festa só pela tradição mesmo. O povo nem tá indo tanto assim, às festas de lá não é igual antigamente._falou colocando café na sua xícara.

David: A Eduarda tá ali só o grosope, tá aguentando nem ficar em pé!_falou e nós concordamos rindo.

Duda: Falando assim fica parecendo que eu estou bêbada, eu só estou com sono._passou a mão no rosto.

Valentina: Vai tomar um banho para tirar essa Inhaca pra você poder dormir.

Luísa: Vó, essas encomendas vão dormir aqui, porque a preguiça não me permitiu deixar eles na casa deles._falei e minha avó concordou rindo.

Valentina: David, o quarto é aquele mesmo de sempre, tá bom? Ruan, tem bolo de côco na geladeira menino, pega lá.

...

Era para ter sido só um cochilo para conseguir passar o restante do dia. Mas acordamos era cinco horas da tarde. Resumindo, perdemos o dia todo dormindo.

Me tornei aquilo que eu mais temia, aquela que troca o dia pela noite. Mas eu não posso reclamar, eu me diverti demais com isso.

Acordei com tanta fome que parecia que eu estava há anos sem comer.

Os meninos aproveitaram para pegar carona com o meu avô, e o final do dia foi basicamente para falar dos acontecidos da festa. Meu celular estava descarregado e eu nem lembrei de colocar para carregar.

Por um lado é até melhor assim, prevejo o tanto de mensagem que terá quando eu ligar ele. Enquanto isso eu aproveito o pouco de sanidade mental que me resta.

Não vou mentir, é muito difícil me manter madura em situações como essa, porque eu sou muito explosiva, odeio mentiras, traições e injustiças e com isso eu acabo perdendo a cabeça, mas com calma a gente percebe que muitas pessoas não valem o nosso tempo.

Duda: Que cara mais borocoxô é essa?_me olhou e eu ri negando.

Luísa: Homem, o tal do homem é foda né? Impressionante o quão filha da puta que ele consegue ser!_levantei para pegar café.

Duda:Eu sempre falo, encontre alguém que lute por você igual os meus primos lutam pelo terreno dos meus tios._falou séria e eu dei uma gargalhada.

Luísa: Estou bem assim, obrigada!_falei comendo um pedaço de bolo.

Duda: Toda hora que eu te vejo você tá comendo, tem fundo não?_me olhou impressionada.

Luísa: Acontece que a vida é muito curta para eu deixar de comer. Me deixa!_fingi ignorar e ela riu.

Era madrugada, todo mundo dormindo e apenas eu e ela acordada, porque dormimos o dia todo e estamos sem sono agora.

Problema é que na madrugada tudo parece ser mais engraçado, e é impossível segurar a risada. A Duda é tola, com certeza ela serviria para ser piadista, ou comediante.

Luísa: Agora é sério, aquela hora que você sumiu com o Ruan, rolou alguma coisa?_olhei perversa para ela.

Duda: Depende de qual momento que você está falando!_falou sem muita importância.

Luísa: Eduarda sua vagabunda, e ainda garantiu ser a mais responsável._cruzei os braços olhando pra ela.

Duda: E eu sou, ué. Você estava ocupada demais dançando com o David, dois sem costume. Aí eu e o Ruan fomos procurar mais privacidade para conversar.

Luisa: Ata, ótimo. E o assunto da conversa foi qual?

Duda: A língua humana, ele disse que admira a profissão do dentista, e então eu deixei ele consultar a minha boca. Simples assim!_deu de ombros.

Luísa: Bacana, e como ele se saiu?

Duda: Falando profissionalmente, ele seria um excelente dentista. Sem sombra de dúvidas, eu seria uma cliente fiel._sorriu pervertida.

Luísa: Beijou uma vez e já se apaixonou?

Duda: Quem falou que foi só uma vez? Tá muito mal informada. E outra, eu me apaixono até sem beijar a pessoa, não vejo problema nenhum nisso. Mas relaxa que eu acho que eu não estou apaixonada._levantou as mãos em forma de rendição.

Luísa: Você acha, imagina quando tiver certeza!_falei e ela revirou os olhos.

Duda: Você fala assim, mas o David não parava de olhar para você. Na minha opinião, ele queria relembrar os velhos tempos!

Luísa: Sem essa, não confunda às coisas. Somos amigos, quase irmãos._ignorei.

Duda: Óbvio, isso até me lembra da vez que deserdaram o tio do meu pai. Ele chegou bêbado da festa juntamente com a irmã e lascou um beijão nela, na frente de todo mundo. E olha que eles são irmãos de sangue, impressionante né?

A Eduarda é pior que aqueles velhos mentirosos, que exageram na história. Logicamente isso não aconteceu, se tivesse acontecido ela teria falado bem antes, e não agora.

Não me chame de princesa Where stories live. Discover now