capítulo 08

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Pov Grego:

horas depois...

Tava um frio do caramba. Minha consciência até pesou quando eu lembrei que a mina tá dormindo lá fora. Se aqui dentro tá frio, imagina lá. Vesti minha calça moletom e saí do quarto. Só a luz da sala tava acesa. Fui até a cozinha e botei o meu plano em ação.

Comi o pudim e deixei um pouco por caridade. Se eu pudesse eu comia tudo, sem problema algum. A lasanha só tinha um pouquinho e eu comi tudo. Fazer o quê? Sou contra o desperdício.

Abri a porta da sala e lá fora tava escuro como breu. O carro da mina tava normal, não tinha nenhuma barraca montada ao redor. Onde caralhos essa mina se meteu?

Botei um blusa de frio e fui para a praia. Ficava aqui na frente, era só seguir o caminho que tinha até lá.

A mina tava lá, sentada em cima de uma pedra, com os olhos fechados. Mancada, facinho de matar um trem desse.

Grego: Deixa de k.o parceira, a barata deve ter até saído de lá._sentei do lado dela.

Luísa: Não. Eu vou dormir no carro. Ninguém garante que aquela barata não vai aparecer lá novamente!_abriu os olhos.

Grego: Bobeira._neguei rindo.

Luísa: Então troca de quarto comigo._me olhou debochada.

É óbvio que eu não ia trocar de quarto, pô gosto de dormir em paz, sem bicho me atormentando. Invejo vai dizer que é medo de barata. Nem é!

Luísa: Tá vendo? Nem você quer ficar naquele quarto._riu.

Grego: Pra mim tanto faz. Tu é uma fresca mermo._falei sério.

Luísa: legal, mas foda-se!_falou encarando o mar.

Grego: Para mané, palavrão não combina contigo. Cadê aqueles bagulho de etiqueta, comportamento, postura. Ó, namoral! Tu é patricinha demais._falei e ela me olhou indignado.

Luísa: Cara, você só abre a boca para falar merda. Já reparou?_me olhou.

Grego: problema é que eu não menti.

Luísa: E o que te faz pensar que eu sou isso tudo que você falou?

Grego: Tudo, teu jeito. Pô, cê tem grana tá ligado? É dona de uma das maiores concessionárias..._falei.

Luísa: Sabe. Uma semana antes do meu pai falecer, uma pessoa chegou em mim e falou a mesma coisa. Eu fiquei muito mal, eu sabia que eu não era tudo aquilo que ela falava, mas as palavras me machucaram. Eu lembro que eu cheguei em casa chorando, e o meu pai foi até eu e conversou comigo, no final da conversa ele olhou no fundo dos meus olhos e disse: "nunca perca a sua essência, a vida é sobre o que você é e nunca sobre o que acham de você". Então se a sua intenção foi me diminuir, sinto em lhe informar mas não funcionou nadinha._sorriu.

Luísa: Você só está falando isso porque eu sou melhor que você na FIFA._sorriu convencida.

Grego: Só concordo depois de uma revanche, porra, aquele jogo foi pura sorte de precipitante._acendi o meu cigarro de maconha.

Ela me olhou e logo em seguida olhou para o mar. Ela não parecia nem um pouco incomodada com aquilo.

Luísa: É tão complicado aceitar que eu sou melhor que você?_me olhou sorrindo.

Grego: Não, por que sabemos que não é a verdade._pisquei para ela.

Luísa: Certo, mas qual é o sentido de falar tudo isso pra mim? Eu tenho certeza que não foi pelo jogo da FIFA.

Grego: Pô, cê tem medo do morro. Falou comigo que o dono do morro era um velho, rancoroso, que mata pessoas. Fiquei magoado!_menti.

Luísa: Eu pedi desculpas. A gente nem se conhecia._sorriu.

Grego: Pô, beleza. Gastei crédito ligando pra você. E tu ainda me diz que a gente não se conhecia._fingi estar decepcionado.

Luísa: Você me ligou e exigiu falar com um cara que até então eu nem sabia que existia. E o pior, ainda ignorou falando que estava ligando para o número certo. Depois me ligou novamente e insinuou que eu era uma puta ou sei lá o que.

Grego: Não foi bem assim. Eu fiz uma proposta. Primeiro quem desligou na minha cara foi você. E depois eu ainda elogiei a sua voz._ falei e ela negou rindo.

Luísa: No final ainda pediu para que eu salvasse o número. Sem chances de salvar um número privado.

Grego: A baixinha ainda partiu para o lado da ignorância e meteu um "você com quem está falando?"._imitei ela.

Luísa: Eu estava estressada, o Augusto estava me infernizando e ele também tinha uma mania besta de me ligar através de número privado. Não só ele, a empresa também. Eu havia acabado de bloquear o Augusto e do nada uma ligação, que dava a entender que era ele.

Grego: Tá, e esse carinha o quê que deu?_assoprei a fumaça.

Luísa: Troquei o chip, e até então ele nunca mais me incomodou.

Grego: porra, então foi isso. Quando eu fui salvar seu número dava como inexistente.

Luísa: Possivelmente.

Grego: Cê fala assim do cara, mas logo mais tá voltando com ele. Namoro de gente rico é assim._provoquei.

Luísa: Mas eu não sou assim. Ele não foi bom o suficiente para me fazer querer passar o resto da minha vida ao lado dele._falou serena.

Grego: Porra, esse negócio tem cara de traição._dei uma tragada no cigarro.

Luísa: Também. Ele é muito infantil, acho que eu fiquei durante dois anos dando uma chance dele melhorar. Ele se mudou, ficou ainda pior e namoro à distância não dá certo. Na minha opinião._pegou o cigarro de maconha da minha mão dando um trago no mesmo.

Tá aí uma coisa que eu não esperava. A mina fuma, e deve ter experiência porque nem engasgar ela engasgou. Ultimamente tô sendo tão surpreendido que se ela saber atirar eu nem duvido mais. Tô duvidando dela e tô só me fudendo.

Não me chame de princesa Onde as histórias ganham vida. Descobre agora