capítulo 80

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Pov Luísa:

Estava completamente distraída, observando às crianças brigarem na praça para ver quem era o mais alto. Um pouco patético, mas engraçado. Porque ambas eram do mesmo tamanho, e mesmo assim insistiam em brigarem por aquilo.

Grego: Isso é um assalto, não reaja ou eu terei que tomar uma decisão drástica!_falou baixo no meu ouvido me fazendo assustar.

Luísa: Sabia que é errado chegar assim nas pessoas? Eu quase sofri um treco!_falei e o mesmo fez uma careta estranha.

Grego: Ah k.o, vai falar que não gostou de escutar a minha voz rouca no seu ouvido?_falou convencido.

Luísa: Porque me ligou?_ignorei a pergunta do mesmo.

Grego: Pô, eu tava lá de boa na minha e pensei, porque não ir me encontrar com a louça da Luísa, e cá estou eu!_fez um gesto com as mãos.
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Luísa: Então eu sou louca?_arqueei a sobrancelha.

Grego: Às vezes tu não bate bem das ideia, mas o importante é que você é bonita._deu de ombros.

Luísa: Ah então eu sou bonita?_perguntei rindo e ele revirou os olhos.

Grego: tô começando a me arrepender de ter vindo aqui te encontrar. Porra, tu me estressa pra caralho com essas tuas perguntas bestas._mudou a posição do boné.

Luísa: Você fala assim, mas eu não chamei ninguém para se encontrar comigo. Até então, eu achei que nem soubesse da minha existência._dei de ombros.

Grego: Impossível!

Luísa: como impossível? Se até então a gente nem conversava.

Grego: Tô falando que é impossível, mas num falei o porquê de ser impossível. Tem que saber separar as coisas.

Luísa: Certo, e porque me ligou?_olhei para ele que olhava atentamente para a briga das crianças.

Grego: Tava em frente a sua casa, fiquei mais de meia hora lá. Por um instante eu pensei que era você quem não queria atender. Mas com muito custo eu achei teu número, e te liguei.

Luísa: Se você já corre o risco indo lá em casa, o risco não é maior se ficar aqui?_olhei pra ele que concordou.

Grego: De qualquer forma eu já tô sendo procurado pelos cantos, os outros já sabem onde eu vivo, na mente deles eu estar fora do morro é estar em desvantagem.

Luísa: E não é?_negou rindo.

Grego: Põe uma parada na tua cabeça, eu nunca tô em desvantagem. Qual que é a fita da molecada ali?

Luísa: Estão brigando por conta da altura, um querendo ser maior que o outro. Tem um tempinho que eles estão nessa discussão._sorri sem mostrar os dentes.

Grego: Eles ficariam mó felizes sem soubessem que são maiores do que tu!

Luísa: Não acredito que está me comparando com uma criança!_falei rindo.

Grego: As atitudes são as mesmas, o que muda é tua idade na identidade.

Luísa: Alaa, o sujo falando do mal lavado. Devo processar por calúnia, difamação e o que mais?

Grego: Tem um monte na minha ficha, depois tu vê com o pessoal direitinho que eles te passam o livro de tudo que devem me processar._falou sério mas logo em seguida sorriu.

Estávamos conversando, rindo da discussão das crianças que agora já não era pela altura, e sim por quem corria mais rápido, até eu perceber uma movimentação estranha.

Luísa: Grego, onde está seu carro?_perguntei para ele que me olhou sem entender.

Grego: Quê?

Luísa: Onde está a porra do seu carro?_falei impaciente.

Grego: Tá ali na frente, e para de falar a porra dos palavrão, tu sabe que eu não gosto._falou sério.

Luísa: A polícia tá cercando, é sério que você quer discutir agora?

Grego: Fudeu!_falou assim que avistou a viatura.

Luísa: Sim, eu sei que fudeu. E agora?

Grego: Me empresta tua blusa de frio aí,  preciso esconder essas tatuagens antes que percebam!_falou enquanto ajeitava o boné, deixando o rosto praticamente coberto.

Eu nunca tinha presenciado aquilo, eu estava com medo. Eu literalmente não tinha o mesmo controle que o Grego estava tendo.

Grego: Me abraça, não faça nada que seja suspeito. Vamos fingir que somos um casal, você vai me acompanhar até o carro e vazamos daqui, sem dar suspeitas, certo?_me olhou e eu concordei.

Ele passou a mão por cima do meu ombro, e eu abracei a sua cintura. Saudades que eu estava daquele perfume que só ele tinha, era forte e ao mesmo tempo suave, era um aroma inexplicável.

Um dos policiais não parava de encarar, e eu senti o corpo do Grego se estremecer um pouco com aquilo.

Caminhamos até o carro, e o Grego entrou logo. Porque quanto mais olhassem, mais fácil era de perceberem quem ele é.

Saímos dali, e por nossa sorte eles não perseguiram. Eu estava morrendo de medo e agoniada.

Grego: Foi mal por isso!

Luísa: Relaxa, o importante é que nada aconteceu._falei olhando atentamente para a estrada.

Grego: Se fosse o caso de acontecer alguma coisa, como que tu ia reagir? Tá ligado que eu ia exigir pelo menos um choro, implorando para que não me levassem._falou rindo.

Luísa: Não sei, mas pode ter certeza que eu não ia implorar por isso.

Grego: Mas ia chorar?_me encarou.

Luísa: Depende!_sorri sem olhar pra ele.

Grego: Depende?

Luísa: Depende de quanto você iria me pagar pela encenação._dei de ombros.

Ele continuou dirigindo, quando vi já não estávamos dentro da cidade. Sérias chances de eu estar sendo sequestrada ou algo do tipo, eu não sei porque, mas eu confio nesse idiota, na mesma intensidade que eu o odeio.

Não me chame de princesa Where stories live. Discover now