capítulo 98

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Pov Grego:

Fotinha no Instagram, pelo menos viva eu sei que ela tá. Não é orgulho, mas eu também não procurei mais a Luísa. Só que discutir pelo celular não compensa, o negócio é sentir vontade de matar e não poder porque ama demais é pessoalmente.

Hoje é um dia comum como todos, não tão comum porque tá estranho, tá tranquilo, tá quieto, e eu resolvi ficar guardado hoje, pra não precipitar.

Não é questão de medo, o bagulho é que, eu não vou ficar desfilando por aí como se eu não corresse o risco de ser assassinado por um que eu nem sei quem é ainda.

É porque eu tô me resguardando e ficando quieto, mesmo sabendo das possíveis causas. Porque não tem coisa pior do quê ser pego desprevenido.

Eu tô igual detergente, tô neutro parça. Quer gritar, grita. Quer sair, sai! Quer ficar, fica! Vai fazer diferença nenhuma. Porém, depende, isso não é o caso da Luísa. Negócio é que se continuar nessa imaturidade que tamo, nós vai se perder aos poucos.

Porque eu sou orgulhoso e ela não gosta de ficar pra trás, dá pra saber a merda que fica.

Ângela: Não foi pra boca hoje? Que milagre!_me olhou impressionada.

Grego: Essa semana eu vou ficar guardado, tô podendo ficar correndo o risco não dona Ângela. Isso serve de conselho para a senhora também, certo! Toma cuidado, porque mesmo eu colocando um monte pra te escoltar, todo cuidado é pouco._deitei no sofá.

Ângela: E a Luísa? Faz tempo que não vejo ela._falou da cozinha.

Grego: Sei onde que essa maluca se meteu não, tá emburrada sem conversar comigo._dei de ombros e ela escorou na parede que dividia a sala e a cozinha.

Ângela: Mas pra ela estar assim, alguma coisa tem. Ela não ia ficar assim do nada, qual foi a merda que você fez dessa vez?_arqueou a sobrancelha me olhando.

Grego: Eu? Iii ala, surtadona? Porque eu? Fiz nada pra mina não mãe, e tô longe de fazer. Se ela não quer papo, eu não vou obrigar ela a falar comigo, não tô precisando de atenção pra ficar mendingando._falei sem importância.

Ângela: Você infelizmente puxou a raça ruim do seu pai. Credo!_fez careta e voltou para a cozinha.

Grego: Não sei se eu devo entender isso como um elogio ou uma ofensa!_fui até a cozinha.

Ângela: Pense o que quiser, mas não é coisa boa não viu? Eu acho bom vocês se entenderem logo, porque perder alguém por orgulho não é bonito!

Grego: É mermo é?_falei sem importância.

Mesmo eu tentando não colocar aquilo na cabeça, a Dona Ângela estava certa. Não tava afim de perder a Luísa por conta do orgulho, só que o bagulho é que eu não vou ficar correndo atrás, não agora.

Vou dando corda pra ver até onde a bichinha vai, apesar que a minha preocupação não é essa, minha preocupação é se a mina tá bem.

Ela é tão pau no cu, que nem a localização ela mandou. Eu não ia atrás dela, eu ia respeitar o tempo dela e tudo. Mas eu ia colocar uma escolta escondida só pra confirmar que ela vai estar segura.

Agora nem isso e nem aquilo, o jeito é jogar nas mãos de Deus e torcer pra que ela esteja segura.

Almocei com a Dona Ângela no meu pé falando sobre eu e a Luísa, às vezes ela esquece que o filho dela sou eu, palhaçada.

...

Estava deitado, foi a única coisa que eu fiz hoje também. Comi, deitei e fui no banheiro. Só pra ter ideia do quanto o meu dia foi produtivo.

O pior é que eu fico estressado porque eu não gosto de ficar parado, não gosto de ver os outros fazendo meu serviço e eu moscando. Só que dessa vez não vai ter jeito. Tirando um diagnóstico aqui na hora, se eu não tiver TDH, eu sou imperativo, com certeza.

Nada contra quem seja, até eu posso ser. Eu inventei de mandar mensagem para a Luísa e a mina nem online tava. E pra aumentar ainda mais a minha minha preocupação, o visto por último dela foi ontem de manhã, agora já são sete horas da noite.

Ela quer fuder com meu psicológico essa otária. Só sei que ela tá viva por conta da foto que ela postou mais cedo no Instagram, se não fosse isso, eu tava com o cu na mão aí cheio de paranóia.

Tem briga que eu quero evitar, mas ao mesmo tempo tem umas paradas que enquanto eu não disser, não vou parar de pensar. Eis o dilema.

Capaz que a doida deve ter encontrado um macho na puta que pariu que ela tá aí. E se tiver mermo, a única coisa que eu quero é esclarecer o bagulho do afastamento. Igual ela fez, esclareceu e depois sumiu, a mesma coisa que eu fiz com ela, sumi e deixei de correr atrás.

A parada de deixar as coisas mal resolvida é foda, negócio é agir feito adultos, na maturidade, e resolver o bagulho de forma correta.

Eu não sou o errado da história, pô, eu tenho meu ponto de vista além dos motivos. Se depender de mim, eu continuo protegendo ela a distância até eu perceber que a poeira abaixou ou não, independente se vamos estar juntos. O negócio é garantir a segurança dela.

Minha preocupação toda é que se chegar e falar: "mataram a Luísa". Quem vai carregar a culpa vai ser quem? A abelha que não vai ser. E de culpa eu já tô bem carregado, tô precisando de mais nada.

E a questão nem é apenas pra não ter culpa na história, querendo ou não, eu amo essa otária, apeguei demais, o único defeito é que às coisas estão acontecendo de forma que não era pra acontecer.

A proporção que essa parada tomou, só problema, só problema. Difícil mermo vai ser eu convencer a dona lá de conversar, e se ela não quiser, vai ser o jeito ficar mal resolvido, vou obrigar ninguém de conversar comigo não. Tá achando certo, vai lá e faz!

O Grego é o personagem que eu menos entendo e que mais se parece comigo. Ele fala que ama, mas com raiva ao mesmo tempo.

Não me chame de princesa Onde as histórias ganham vida. Descobre agora