capítulo 95

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Pov Luísa:

Pelo menos aqui na fazenda eu não vou precisar reclamar da falta de atenção. A cada dois minutos meus avós me perguntam se eu estou bem, se eu quero alguma coisa. Estou me sentindo uma criança aqui, sendo mimada a todo momento. É a melhor sensação que pode existir na vida, isso me lembra um pouquinho de como era o meu convívio com os meus pais.

Eu me arrependo amargamente de não ter resolvido fazer isso mais cedo, visitar meus avós. Independente do trabalho, da minha correria, família é e sempre será mais importante que tudo.

Antônio: Pensando em?_me olhou meigo.

Luísa: Em como e quanto vocês são importantes para mim!_sorri.

Antônio: Ô minha neta, você cresceu tanto. Hoje já está uma mulher, independente, bonita. Seus pais tem muito orgulho de você!_deu um beijo demorado na minha testa.

Luísa: Vocês são tudo para mim!_abracei ele.

Já estava de noitinha, o dia passou rapidamente, mas eu consegui aproveitar bastante dele. Estava arrumando a cama para dormir e lembrei da existência do meu celular.

A tecnologia anda tão avançada que os meus avós fizeram questão de colocar o wi-fi aqui. Eu passei o dia todo sem usar o celular, e eu não senti nem um pouco de falta.

Tinha inúmeras mensagens, e a maioria era do Grego. Ligações, e várias mensagens, agora que perdeu a graça ele lembrou da minha existência. E falando no indivíduo, olha ele me ligando.

Ligação

Luísa: oi Grego, o
que foi agora?

Grego: O que foi
agora? Porra meu, tu
some sem dar satisfação,
deixa geral preocupado,
e não sabe o quê que foi?

Grego: Tá aonde?

Luísa: Não enche
Grego, você some
todos os dias, e nem
por isso eu faço
esse auê todo.
Segura a sua onda!

Grego: Eu não tô de
gracinha parça, tô
falando sérião. Tá
ciente da gravidade
do negócio? Você
não pode sumir
assim do nada porra.

Grego: Deixou todo
mundo aqui preocupado
pra porra. Olha Luísa,
só solta o papo de onde
você está. Tá ligado que
eu não tô afim de discutir
com você por ligação!

Luísa: Todo mundo
é muita gente. E eu
imagino que não é
essa repercussão
toda.

Luísa: Mas tudo bem.
Se o problema é a
sua preocupação
afinal. Eu estou
segura, e eu sinto em
lhe informar, mas
estarei ocupada
durante uns dias.
Então, por favor,
Não me atrapalhe!

Grego: Ô porra, eu
não tô pra brincadeira.
Luísa, pelo amor de
Deus, só diz onde que
você está. Eu te garanto
que não vou atrás e te
deixo quieta até você
voltar.

Luísa: Relaxa Grego,
estou longe do Rio, bem
longe. Pretendo ficar
aqui por uns dias,
satisfeito?

Grego: Tá com quem?

Luísa: Estou com quem
me dá atenção sem eu
precisar correr atrás.

Luísa: Vem cá, você
realmente se importa?
Acho que agora não é
a hora de ficar preocupado.
Dentro do Rio de Janeiro
ou não, pode ser que
eu estava correndo o risco.

Grego: Quando tu
chegar a gente se
resolve. Já que cê
tá bem e boa de
vida aí, se cuida só!
Qualquer coisa é só
acionar, tu sabe disso.
Te amo nega!

Luísa: Obrigada, boa noite!

Ligação

Discutindo por ligação, porque pessoalmente eu não sei discutir de forma certa, e quando estou com raiva, eu só sei jogar os erros na cara da pessoa. Resumindo, eu não sei enfrentar uma discussão com maturidade, isso é fato.

Estava cansada e morrendo de sono, mas nada me fazia deixar de pensar em como deram conta do meu sumiço? Isso não tem lógica. Além de ter sido algo que foi de última hora, eu não contei para ninguém. Nem meus avós sabiam que eu estava vindo.

Quando eu chegar eu quero conversar seriamente com o Grego, isso só pode ser coisa dele. Possessividade, não é certo colocar alguém para me vigiar, isso é que ainda não percebi. Talvez eu estava completamente enganada, mas não faz sentido.

Antes de desligar a ligação, ele murmurou algo, que foi indecifrável saber, infelizmente ou felizmente, apesar da internet, o sinal de telefone aqui é fraquíssimo, às vezes a ligação até corta, devido o sinal fraco.

Antes de deitar eu tomei um banho bem rápido, meus avós já haviam deitado. E eu fui fazer o mesmo, amanhã eu pretendo levantar cedo para ajudar o meu avô no curral, relembrar os velhos tempos.

Eu tive uma infância recheada de coisas legais, tirando a parte do meu pai que estragou um pouco dela, até hoje eu carrego o trauma. Mas fora isso, minha infância foi divertida.

Eu brincava com tudo, amava andar à cavalo, vivia nas cachoeiras aqui perto, com a Duda e a Tia Lucinda. Sinto saudades de algumas coisas que vivi.

E apesar de tudo isso, tinha quem me chamasse de patricinha chata, metidinha, desumilde. E o mais engraçado é que eu nunca dava motivos para me julgarem, mas nada mudou, até hoje é assim.

Não me chame de princesa Where stories live. Discover now