capítulo 92

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Pov Grego:

Tava em casa, tava acontecendo altos bagulhos e eu não sabia nem por onde começar.

Primeiro, eu tô sendo ameaçado por um pau no cu que eu ainda não sei quem é. E o infeliz garantiu que se não tiver o que ele quer, ou seja, o morro... irá matar todos aqueles que estão próximos à mim.

Cabeça tá na puta que pariu com essa parada. Já pensei em um monte de gente que poderia ser, mas não tinha sentido nenhum. Um dia você vive a paz e o restante é só b.o.

Com essa porra toda eu acabei me afastando um pouco da Luísa, contra a minha vontade. Ela não sabe, às vezes até cobra a parada da minha parte, mas eu não vou alarmar.

Não estou indo visitar ela e toda vez que ela vem pra cá, eu fico na boca ou nas biqueiras. Tô fugindo real, e dessa vez, o bagulho é por proteção.

Se na ameaça o cara já ressaltou que se não tiver o morro, vai matar os meus próximos. Na minha cabeça só veio a Luísa que eu apeguei pra caralho e que mora longe daqui. Mesmo eu colocando um monte pra vigiar ela, eu não consigo proteger o suficientemente, na minha cabeça é isso.

E a única opção que eu encontrei foi me afastar. Tá sendo difícil pra caralho, por que já era costume a gente se ver todos os dias, conversar e pá. Nem isso tá rolando.

Ela falou um monte pra mim, que eu estava sendo infantil agindo desse jeito.  Da forma que ela falou, até eu fiquei com raiva de mim mesmo. Minha consciência só não tá pesada, porque tudo que eu tô fazendo é pelo bem dela, mesmo que a forma que eu tô agindo seja imatura na mente dela.

Foda é que eu não vou precipitar, vou me guardar e ficar de olho em qualquer suspeita.

Ligação

JL: Coé, firmeza
mermo? Te falar.

Grego: Suave,
solta o papo!

JL: Tem uma
mina aqui na
boca, disse que
o papo é só contigo.

Grego: Puta que
pariu. Hora dessa?
Qual o nome?

JL: Disse que é
uma tal de Sofia.
Falou que foi uma
amiga sua de infância.
Falou um monte aí,
cê tem que vim aqui.

Grego: Marca um
dez, daqui a
pouco eu chego aí!

Ligação

Minha mente deu um branco, tava lembrando de ninguém que eu conhecia que chamava Sofia. Eu até acho que já vi alguém com esse nome, mas amiga minha de infância não lembro. Aquela época eu era rebelde, fazia amizade com poucos, até pelo meu pai também. O coroa sempre fez muita boa vontade de cuidar do morro, e qualquer amizade era suspeita, eu atentava na escola, mas num era qualquer um que tinha a moral comigo.

Troquei a roupa e desci pra boca, eu tava com preguiça. Nem pretendia pisar na boca hoje, mas sempre tem alguma coisinha que faz eu fazer o contrário.

Por um instante eu achei que poderia ser a Luísa atrás de mim. A cara dela fazer isso, mas a gata tá tão puta das idéia comigo que acho difícil ela vim atrás.

Estacionei a moto e entrei na boca. Tava os dois que era a obrigação de estar lá e a guria sentada na minha mesa mechendo no celular.

Aí já é folga pra caralho, exige minha presença, e ainda usa a minha mesa, que parada é essa? Tá virando bagunça na minha favela e eu num tô sabendo.

Sofia: Grego?_me olhou impressionada.

Grego: O próprio, em carne e osso._falei sem mostrar ânimo.

Sofia: Lembra de mim?_levantou vindo em minha direção.

Grego: Tá ligado que se eu lembrasse eu nem tinha dado o trabalho de sair lá de casa pra vim aqui né?_arqueei a sobrancelha impaciente.

Sofia: A joaninha da quarta série no branca de neve, a gente era inseparáveis. Melhores amigos, fazíamos trabalhos escolares juntos. Lembra?

Grego: Pô, é tu? Sabia nunca que teu nome era Sofia parceira. Todo mundo te chamava de joaninha._sorri mostrando os dentes.

Sofia: Mas aí, tu cresceu ein bicho!_me olhou de cima abaixo.

Grego: Você também, achei que tu ia ficar minúscula pro resto da vida Joaninha._dei um abraço nela.

A Sofia era uma mina que eu era apaixonado no fundamental. Só que eu não tinha chances e a parada ficou só na amizade mermo.

O JL me passou um olhado que de cara eu entendi tudo. Negócio que rolou entre eu e a Sofia foi passado, coisa de criança, e nem rolou nada também. Eu não tinha muita lembrança dessa mina, mas ela sempre ficou guardada na minha memória, tenho um carinho imenso por ela.

Sofia: Voltei de viagem e agora é definitivo, vou ficar no Brasil! E eu quero uma casa aqui no morro._sorriu animada e eu retribuí a animação.

Grego: Então quer dizer que a Espanha não rola mais?_falei e ela negou rindo.

Sofia: Talvez em breve eu volte pra lá, eu necessito respirar o ar poluído brasileiro, por um bom tempo!_piscou.

Resolvi a parada da casa com ela, falar pra tu. A joaninha não mudou nada, continua a merma maluquinha de sempre.

Pelo menos animou uma parte do meu dia ter reencontrado ela.


O que acharam da tal da "Joaninha"?
Personagem nova na área pessoal, a Luísa vai amar conhecer a Joaninha, sacaram a ironia? (Spoilerzinn)

Não me chame de princesa Where stories live. Discover now