capítulo 68

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Pov Luísa:

Hoje eu resolvi sair, estava cansada de ficar em casa fazendo as mesmas coisas de sempre, uma rotina nada prazerosa. Por incrível que pareça ser, hoje eu resolvi não ir em bar, porque basicamente é onde eu coincidentemente encontro o Grego. E no momento eu estou preferindo fugir da realidade.

Saí de casa mas eu não fazia ideia de para onde eu iria, só sabia que não poderia ser um bar.

E foi aí que eu lembrei do rodízio de pizza que tanto amava ir quando mais nova. Fazia um bom tempo que eu não frequentava lá, é um lugar que me trás ótimas lembranças e me trazia um gostinho de infância.

Fiz o meu pedido com o garçom, e enquanto eu esperava o meu pedido, eu fiquei curtindo o show ao vivo que tinha lá.

Eu odiava sair para os lugares sozinha, mas depois eu aprendi que nada vale mais que a minha própria companhia, e será sempre assim,"eu por eu mesma".

Abandonei o celular de lado um pouco para ter mais tempo comigo mesma, essa última semana eu fiquei completamente viciada no celular de uma forma inexplicável. Eu estava indo dormir tarde pelo vício terrível que eu estava no celular.

Em um momento de distração meu, acabou sentando alguém na minha mesa. Eu ia gritar, imaginei que seria um ladrão, todo de preto, com um boné deixando seu rosto completamente coberto.

Só não gritei porque reconheci o perfume. Era um bandido, mas não tinha a necessidade de eu gritar, eu acho.

Grego: Bacana esse lugar._sorriu de lado concertando a posição do boné.

Luísa: Já não tem mais lógica, isso se trata de uma perseguição. Você sabia que é crime né? E que eu posso muito bem te denunciar!_falei em tom de ameaça.

Grego: O assunto nem é esse pô, o negócio é, porque que tu tá me ignorando? Te fiz nada, e tu vem com essas neuras._deu de ombros.

Luísa: Não estou te ignorando, é questão de proteção. Não quero que você seja preso ou algo assim por algo que poderia ser evitado facilmente._falei e ele negou rindo.

Grego: Não quer que eu seja preso, mais minutos antes tu falou que podia me denunciar por algo que aconteceu por mera coincidência._piscou.

Luísa: Mas agora o fato de estar me perseguindo é um caso sério._falei sem expressão.

Grego: Tô te perseguindo não fia, tem que entender que o Rio de Janeiro é pequeno, uma hora ou outra a gente vai se trombar por aí._ começou a palitar o dente.

Luísa: Eu acho engraçado, porquê até então a gente nunca havia se encontrado na vida. As coisas só começaram a acontecer após a ligação!_falei e ele concordou.

Grego: Basicamente! Negócio é que eu quero conversar contigo. Isso aqui poderia ter sido evitado se tu não tivesse me ignorando no whatsapp.

Luísa: E o que tem de tão importante que não poderia ser por uma ligação?

Grego: Tomar no cu também viu, acabei de ressaltar que tu tá me ignorando, todas as vezes que eu te liguei tu fazia questão de desligar. Tô perdendo a paciência contigo, papo reto!_passou a mão no rosto.

Luísa: Tá, diz!_falei sem vontade.

Grego: Quer saber, esquece. Negócio tá totalmente explicado já. Só dá falta de questão que tu tá fazendo aí. Sorte aí pra tu._fez jóinha e se levantou.

Sabe quando a gente faz aquele drama falando que vai embora e quer porque quer que a pessoa fica se humilhando para que a gente permaneça naquele local? Acho que essa era a intenção dele, eu não me humilhei a esse ponto, mas pedi pro otário ficar.

Eu queria muito saber qual era o assunto que até então ele queria tratar. Estamos passando por uma situação completamente complicada, e eu não posso simplesmente tentar ignorar algo que eu sinto por ele.

Acho que quando eu comecei a me envolver com o Grego, eu já estava ciente dos riscos. Só não sabia que era constrangedor passar por eles.

Eu jamais imaginava ser investigada por uma denúncia, que literalmente envolve um bandido, um dono do morro, melhor ainda, o Grego.

Grego: Queria me desculpar contigo pelas coisas que tu passou aí por conta minha. Namoral, tu fica me ignorando e pá, fiquei mó triste com isso, porque tá ligado, essa seria uma coisa que eu não queria que tu passasse nunca, sei que o bagulho é constrangedor pra caralho, tu tem muita razão, mas agora me ignorar sem uma satisfação sequer é foda._falou enquanto fazia um aviãozinho com o guardanapo que havia sobre a mesa.

Luísa: Acho que se eu te ignorei não era exatamente por esse motivo. Eu sabia desse risco, eu só não estava preparada para passar por ele. Eu me afastei por conta dos meus sentimentos, Grego você é o dono do morro cara, tem noção? Quais são as chances da gente dar certo? Eu não falo pela realidade que vivemos, apesar de serem completamente diferentes uma da outra. Eu falo no sentido de, ilusão, entende?_olhei pra ele que concordou sem me olhar.

Grego: Tendi, tu tá com medo de eu te iludir, trair, fazer o caralho que for de qualquer forma te machucar. Na verdade, cê tá se afastando de mim por conta dos teus sentimentos, certo?_me olhou e eu concordei.

Luísa: É mais ou menos isso, não entenda mal. Não quer dizer que eu não acredite no amor, só que se trata de receio e segurança. Não posso me entregar de corpo inteiro para alguém que nem sequer fala de sentimentos. Eu simplesmente não posso e não quero ser a única a sentir alguma coisa aqui.

Grego: Não me leve a mal, só que se tu for prestar atenção no bagulho tu vai perceber que quem corre o risco de se fuder aqui é eu. Acha mermo que se eu não quisesse nada contigo eu ia viver atrás de você sabendo que tem um monte aí pra mim? É isso que eu tô tentando entender de tu novinha, a minha parada não é falar, o negócio é agir tá ligado? Demonstrar nos pequenos e mínimos detalhes._fez um gesto com a mão.

Falou me deixando pensativa, tudo o que ele havia dito fazia muito sentido. E eu acabei ficando em dúvida também, talvez ele até tenha razão, mas eu não vou ceder tão facilmente, se ele realmente estiver disposto, vai ter que batalhar, e muito.

Não me chame de princesa Where stories live. Discover now