Com toda a calmaria do mundo eu tinha me focado nos livros, Freya me ajudava, assim como Gabriela. Porém, eu não estava no palácio, estava na cidade da minha casa, decidindo alguns detalhes com o Antonio. A estrutura da casa estava pronta, do lado de fora estavam apenas pintando, colocando os jardins e ajeitando a estrutura da piscina.
Antonio e sua equipe tentava me acompanhar em como ficaria a casa. Eu realmente estava animada para começar a montar o quarto dos bebês. Teríamos primeiro um berçário em ambas as casas. Estávamos tentando decidir quando separaríamos os bebês, eu acho que isso só deveria acontecer quando eles não derem tanto trabalho, pois são dois e ter que ficar correndo de quarto em quarto, não é legal. Já Justin acha que deveríamos separa-los logo.
O telefone de Ryan tocou e ele se afastou atendendo. Continuei a ver os desenhos feitos por Antonio e sua equipe, eles tinham várias opções para as disposições dos moveis em cada ambiente.
—Continuamos após o almoço. — falei saindo de perto deles e indo para Ryan que me chamava.
—Freya acha que tem algo para você.
—Vamos lá. — segui com ele ate o carro voltando para o hotel. —Então, o que temos? — perguntei entrando no quarto que tinhamos alugado para elas.
—Esse livro fala de usar magia para se encontrar o que busca. — ela falou me entregando o livro. — Pelo que entendi, uma pessoa com muitos poderes, pode achar tudo que quiser apenas com magia, sem precisar ler. Você poderia tentar. — assenti começando a ler o livro.
—Você acha que é só pensar e da certo? — perguntei confusa apos ler o livro.
—Talvez, nunca vi isso. Devemos tentar. — Freya falou, olhei para a Gabriela.
—Eu também não sei, talvez seja assim mesmo. Pensar, imagina a magia indo buscar o que você quer, algo assim. — concordei me sentando no chão, cruzei as pernas e mentalizei a maldição, tentando atingi-la com a magia. Não era algo simples
—Não consigo. —disse frustrada.
—Pode ser pela gravidez, eles estão sugando seus poderes. — assenti e balancei a cabeça negando.
—Então, vou precisar da pedra azul.
—Tudo bem, vou pega-la. — Gabriela falou sumindo, olhei para a Freya.
—O que foi? — ela perguntou se sentando na cama.
—Uma vez a Addison me falou sobre isso, que eu tinha muito poder e não sabia usa-la. Que eu poderia fazer o que quisesse apenas com uma estrelar de dedos. Nunca levei a sério, mas e se for? Agora eu queria ela aqui. — Freya olhou para o chão e eu arqueei a sobrancelha. — O que? — perguntei me aproximando dela.
—Tem um jeito de traze-la, ela está em você ainda. Você poderia prende-la num espelho, algo assim, numa pedra. Fazer ela uma pessoa é complicada, mas possível. Só não acho que é a solução.
—Se fizermos isso, ela pode nos ajudar a alcançar todo o meu poder. — disse sorrindo, Freya se levantou.
—Eu não acho uma boa ideia. Só contei para você saber, mas não deveria, Kylie. Você está gravida, não sabemos o que pode acontecer se você usar tudo isso de magia.
—Ela pode ser a nossa única opção, Freya. Olha tudo o que a Addison fez com os poderes dela. As maldições, os feitiços. A pedra azul também ajudou e ela sabe como fazer tudo isso. Ela pode me ajudar.
—É melhor não, mas é sua escolha. — Concordei suspirando. Sai do quarto indo almoçar, minha barriga roncava e minha cabeça estava a mil com essas ideias.
[...]
A noite tinha caído e eu ainda estava em reunião com Antônio sobre moveis. Minha coluna doía por tanto tempo sentada na mesma posição.
—Acho que terminamos, Majestade. — Antônio falou se levantando, sorrindo para agradecida pelo fim. — Qualquer coisa eu mando mensagem para resolvermos.
—Ótimo! Ou pode ir até o palácio para conversarmos. — Ele concordou, nos cumprimentamos e vi ele sair do lugar. Respirei fundo andando um pouco pela propriedade, eu tinha adquirido a pouco tempo a propriedade do lado para poder fazer uma pista de pouso particular.
A casa estava ficando perfeita, não via a hora de vim morar aqui, mesmo que por temporadas.
—Alteza! — me virei vendo um dos meus seguranças. — Está na hora de irmos.
Assenti seguindo com ele para o carro. Durante o caminho até o hotel pensei no que Freya tinha falado, talvez fosse o único jeito. Trazer Addison de volta para me ajudar com isso. Mas como ela iria me ajudar? Eu precisaria achar um jeito de faze-la me ajudar.
[...]
Eu estava no jatinho voltando para o palácio ainda com a cabeça a mil, era ruim estar só aqui, sem ninguém para conversar, por mais que eu soubesse a reação de Justin, não via a hora de conversar com ele sobre isso.
Levou algum tempo pensando e escrevendo sobre isso, foi um jeito de aliviar minha cabeça, colocando tudo no papel, até pousarmos.
Uma comitiva de seguranças me esperava, sem a menor necessidade de tantos, mesmo assim seguimos para o palácio. Mais algum tempo ate chegar no palacio, logo na entrada Violetta me recebeu.
—Boa noite, alteza. —ela falou se curvando rapidamente.
—Boa noite, Violetta. Sabe que não precisa disso. Onde está o Justin? — Violetta concordou.
—Está no escritorio dele.
—Adorei seu cabelo novo. — ela estava com o cabelo moreno, ela sorriu envergonhada e eu caminhei ate o escritorio de Justin.
—Eu não quero jantar agora, Edina. — Justin falou acenando com a mão para que saisse, revirei os olhos.
—Você deveria olhar antes de me dispensar, baby. —disse de braços cruzados. Ele riu fraco, se levantando.
—Desculpa. A Edina regulou o dia todo minha alimentação, já estou ficando doido com ela. — ele me abraçou e eu o beijei.
—Ela só está fazendo o que eu mandei. Não desconte nela. — apertei suas bochechas. — Precisamos conversar! — disse engolindo a seco e me afastando dele.
—O que aconteceu? Algo com a casa? — Justin perguntou preocupado.
—Não, a casa está bem. Todo o plano dela está pronto. É sobre a maldição. — cruzei os braços fazendo ele assentir lentamente.
—Tudo bem, vamos para o quarto, só vou guardar os papeis. — concordei, saindo da sala e seguindo para o nosso quarto.
Justin não veio logo atrás e eu aproveitei esse tempo para trocar de roupa, preciso de algo mais confortável.
—O que aconteceu? —Justin perguntou fechando as portas do quarto. Me sentei na cama para olha-lo.
—A Freya acho um tipo de feitiço que pode nos ajudar a resolver isso, mas eu não consigo faze-lo. — ele assentiu com uma expressão de concentrado, balançando a cabeça a medida que eu falava. — Por isso, eu lembrei da Addison, ela sabia fazer isso. —Seus olhos arregalaram e ele riu balançando a cabeça de um lado para o outro.
—Isso não é uma opção. Você sabe, Kylie. O que quer falar sobre isso? Que feitiço é esse? — ele me olhou confuso, começando a andar de um lado para o outro.
—Não é um feitiço. É uma pessoa que tenha muito poder, pode conseguir o que quiser apenas pensando em algo. Só que eu não consegui, acho que pela gravidez.
—Então, você acha que a Addison vai conseguir? — ele ficava cada vez mais bravo com a ideia.
—Sim, ela já falou nisso. Da extensão dos nossos poderes. Justin, olha o que ela fez. Se tem alguém que vai saber como usar a magia é ela. Ela tem força para isso, minha magia não é a mesma, eu tenho duas crianças aqui. As pedras não vão me ajudar, é apenas para me manter viva, você sabe. — disse me levantando e ficando na sua frente, ele parou de andar, com as mãos na cintura me olhando.
—Você... Kylie... Não! — ri colocando minhas mãos em seus ombros. Sua voz ia afinando a medida que ele tentava falar, então ele bufou. O beijei sem esperar uma palavra aleatória que fosse sair da boca dele.
—Não estou querendo liberta-la novamente, Justin. Não achei divertido lutar contra ela, só que eu preciso da ajuda dela com magia. — ele me olhou sem falar nada, passou seus braços pela minha cintura.
—Você acha que pode controla-la? — suspirei com sua pergunta.
—Tentarei, baby. Nem sei como traze-la. Só sei que ela vai me ajudar muito. — Afaguei seu cabelo, ele fechou os olhos juntando nossas testas, fechei os olhos também, levando a mão dele até minha barriga. —Por eles, Justin. Eu a prendo no meu mundo, sem ela poder vim pra cá.
—Vamos pensar nisso com cuidado, ok? Nada de ir no impulso, por favor. — o observei por alguns segundo fazendo ele arregalar os olhos. —Você já fez? Kylie, não, por favor. — Gargalhei me soltando dele e me jogando na cama.
—Não, baby. Não fiz. Eu sabia que você não iria gosta da ideia, mas queria conversar com você. Eu realmente acho que ela pode nos ajudar, só preciso saber como motiva-la a me ajudar.
—Seria bom se ela tivesse coração, talvez faze-la sentir o que você sente já está ótimo. Só vamos achar um bom feitiço para prende-la. Sem corremos nenhum risco de tê-la novamente no mundo. — assenti batendo na cama para que ele deitasse do meu lado. Me deitei em seu peitoral e ele me abraçou. — Isso me assusta, Kylie. Tudo o que ela fez, nem nos recuperamos.
—Eu sei. Eu não pensaria nisso se soubesse de outro modo, Justin. Estamos sem ideia de o que fazer ou onde procurar. Tenho certeza de que ela vai saber o que fazer.
—Eu confio em você, baby. Se você diz que ela vai nos ajudar, vamos fazer, só que com muita precaução. Para que nada saia errado.
—Vamos ter cuidado. Vou procurar como trazer o álter ego de volta a vida. Minha mãe vai ficar louca quando souber. — Rimos e então o silencio reinou, eu sabia que Justin pensava nos pros e contras de fazer isso, mas eu já tinha me decidido.
Só precisava de um motivo bom para ela e um feitiço que a segurasse, claro das algemas ou ela conseguiria sair.
—Não gosto de você nesse silencio. — Justin falou alisando minhas costas.
—Por que? Não estou planejando a dominação mundial, não ainda. — ele riu e eu também, virei meu rosto para ele e o beijei. — Estou pensando em um jeito de domina-la.
—Já pediu a ajuda das meninas? — neguei me deitando novamente em seu ombro.
—Ainda não falei com ninguém... Sinceramente, Justin, não queria que ninguém soubesse. — ele se sentou me fazendo cair na cama.
—Por que? — Justin se virou preocupado.
—Ninguém vai apoiar, Justin. Você sabe. Só quero evitar essa dor de cabeça. Se precisar de ajuda delas, eu falo, mas não antes. — disse suspirando, me apoiei em meu braço o olhando.
—Você tem certeza disso? — Justin perguntou ainda desconfiado.
—Você imagina o que cada um deles vai dizer? Eu sei e sinceramente temos mais com o que se preocupar. Temos um país, duas crianças a caminho, nossa casa e por aí vai. — ele abaixou a cabeça pensativo, esperei sua reação e então sorri.
—Tudo bem, vamos guardar isso, mas até certo ponto, ok? Sem segredos, Kylie. — Revirei os olhos.
—Se eu fosse esconder não te contaria sobre traze-la de volta, não acha? — entortei a cabeça e ele concordou rindo, balancei a cabeça e bati do meu lado. — Agora deita aqui, que eu tive um longo dia decidindo nossas coisas.
—Eu vi, Antônio me mandou o projeto concluído. Não vejo a hora de começar a montar as coisas aqui.
—Podemos começar a fazer isso. Vou encomendar algumas coisas. — disse sorrindo para o loiro, mas então o puxei para o meu lado.