Tinha sido um mês bem agitado com todos os planos para o casamento, tinha sido uma ótima distração e desculpa para todo o sentimentalismo que meus pais sentiam ao querer recuperar o tempo perdido. Minha mãe estava presa em nossa casa, apesar de já ter passado um mês eu ainda não me sentia segura de que essa era a decisão certa.
O mais incrível nesse tempo foi as construções dos palácios, elas elevaram de uma maneira inacreditável a economia do país. Muitas pessoas trabalhavam em ambos os turnos para fazer a construção, pessoas já estavam sendo contratadas para trabalharam como empregadas e soldados do palácio.
—Não vejo a hora de poder correr nos jardins do palácio. — Justin falou se alongando, estava na academia do hotel.
—Você já pensou onde será o nosso lugar? Vocês tinham uma casa fora do palácio e nós? — perguntei o olhando seria.
—Não sei. Você quer uma casa? — Justin me olhou, o suor descia por todo seu rosto e braços. Ele estava pegando pesado no treinamento, enquanto eu só corria na esteira, andava me sentido mal e não queria pegar pesado.
—Não como a sua. Algo mais escondido. — disse sorrindo ao imaginar um tipo de sitio. — Enfim. Eu vou tomar banho. — Justin sorriu malicioso e veio na minha direção neguei fazendo cara de nojo de seu estado. Balancei a cabeça negativamente e então corri para o quarto, mas ele me alcançou quando esperei os soldados abrirem a porta. Justin me abraçou por trás e me tirou do chão andando comigo até o banheiro.
Justin me soltou e me virou para ele, fiz uma cara de nojo novamente e ele riu soltando meu cabelo. Mordi meu lábio inferior passando meus braços pelo seu pescoço suado. Ele passou suas mãos pelas minhas costas e foi descendo para me dar impulso, passei as pernas por sua cintura e ele andou comigo até a bancada da pia me colocando sentada lá.
Puxei seu queixo o beijando lentamente, puxei seus cabelos úmidos e deslizei minhas unhas da mão livre pela a sua nuca. Suas mãos foram para a blusa que eu usava e logo ela estava no chão, a dele se juntou em poucos segundos. Justin jogou meu cabelo para o lado e beijou meu pescoço. Suas mãos desceram pela a lateral da minha cintura até a barra da calça de academia que eu usava. Ele puxou minha calça e eu me levantei para ajuda-lo que tirou toda a peça me deixando apenas de top.
Meu olhar seguiu a calça vendo sangue....
—Ei! Você não está mais aqui. — Justin falou me olhando com um tom brincalhão. O olhei confusa, então sorri levemente.
—Desculpa. Eu... — umedeci meus lábios.
—O que foi? — ele perguntou preocupado, segurou meu rosto quando eu não respondi, olhei novamente para a calcinha. Justin me soltou seguindo meu olhar, eu fazia contas na minha cabeça, nada saia, eu nem conseguia pensar sem sentir que o mundo ia desabar. — Você menstruou? — sua voz saiu confusa.
—Acho que não. — Olhei para baixo e fechei os olhos.
—O que foi? Eu não entendi. — Ele tentou levantar minha cabeça.
—Eu sei. — Murmurei, com medo, minhas mãos tremeram e Justin as segurou.
—Kylie! O que está acontecendo? — Justin tentava manter sua voz firme e baixa, mas eu sabia que estava nervoso mais do que mostrava.
—Acho... — levantei a cabeça com os olhos marejados.
—Você está me assustando. — Justin falou com a voz tremula, ele recuou levemente e eu deixei as lagrimas descerem, funguei entortando a cabeça.
—Gravida. — a palavra saiu aleatória, não conseguia olhar para ele.
—Acha que está gravida? — Ele perguntou depois de algum tempo. Solucei tampando meu rosto. Senti sua mão perto da minha barriga descoberta e me arrepiei com seu toque. — Por que acha isso? — Justin tirou minhas mãos do rosto.
—Tem um tempo que eu não menstruo. Achei que era todo o estresse de tudo que estava acontecendo. Não é a primeira vez que eu sangro, achei que era a menstruação. Eu... Não sei, nunca estive gravida, mas já li que isso é algo que acontece. — ele balançou a cabeça lentamente.
—Vamos fazer o teste. — Justin falou segurando minhas mãos. — Só vamos nos preocupar depois do teste. — Neguei deixando as lagrimas caírem.
—Isso faz sentido. Tudo o que eu senti todo esse tempo, achei que era a ligação com a Addison. As quedas de pressões... Os vômitos... — Justin me abraçou e eu engoli a seco tentando não chorar.
—Vou chamar o médico. — Concordei e ele se afastou indo até o quarto. Abaixei o olhar para minha barriga, eu não precisava de exame eu sabia. Eu tinha visto ela crescer. Eu tenho os sintomas e o pior não nos prevenimos esse tempo todo. Apoiei meus cotovelos no joelho e então escondi meu rosto em minhas mãos.
[...]
Estava deitada o médico já tinha tirado meu sangue, mas ele concordou que tinha uma grande chance de eu realmente estar gravida. Ele disse que eu deveria ir no medico, fazer um ultrassom para detectar o tempo, que ele teria trazido o aparelho se Justin tivesse avisado além de dizer que eu precisava fazer um exame de sangue.
Eu estava toda enrolada, olhando para a janela semi aberta. Pela primeira vez nesse tempo minha mente estava vazia, e não conseguia nem pensar em nada. Absolutamente nada! Completamente dominada pelo medo.
Suas mãos me tocaram por cima do coberto, ele beijou meu ombro e se deitou do meu lado.
—Nós vamos ficar bem. — Ele sussurrou, tentando me confortar, mas isso só me fez chorar como eu tinha feito desde que cheguei a essa conclusão. Me virei para ele que sorriu.
—Eu sei. — falei o abraçando, ele me aconchegou em seu peito e eu fechei meus olhos. — Tenho medo do meu limite. Se eu realmente estiver gravida, não quero contar agora. — falei o olhando.
—Por que? — Justin ficou confuso.
—Tem tanto acontecendo. Eu não... Eu sinto que tem algo por vim.
—Tem, aqui dentro. — Ele colocou a mão na minha barriga sorrindo largo, isso me fez sorrir.
—Você vai ser um ótimo pai. — falei alisando seu rosto.
—Vamos ser ótimos pais. — Ele afirmou e eu suspirei. — Está com medo de contar pro seus pais?
—Para qualquer um. Tudo está tão tranquilo, tirando a construção do palácio, nosso casamento... — ele riu e eu o acompanhei, soltei um longo ar virando de barriga para cima. — Só não acho que seja hora, sabe. Quero que tudo esteja estável para contar. Afinal seu pai ainda pode tentar nos matar, imagina se souber que teremos um filho. Meus pais vão surtar por serem avos, tendo acabado de recuperar a filha. São tantas coisas. Vamos deixar tudo do jeito que está.
—Tudo bem. Será nosso segredo. — Sorri e o beijei.
—Temos muitos segredos, senhor Bieber. — falei, fechando os olhos. — Acha que estamos prontos para isso? — perguntei sentindo todo o nervosismo se espalhar pelo meu corpo me paralisando.
—Não, mas não estávamos prontos para nada do que aconteceu até agora. — Ele deu de ombros. — Eu sei como é ter uma bebê. Pelo menos esse é realmente meu. — Olhei para ele e então gargalhei.
—Ainda com isso na cabeça? Deixa-a para lá, Justin.
—E que se essa história tivesse vazado seria um caos maior do que o está agora. — Ri me virando para ele, afagando seu cabelo.
—Eu te amo. — falei e ele sorriu.
—Eu também te amo. Acho que deveríamos adiantar o casamento, enquanto você pode esconder a barriga.
—Pode ser. — disse pensativa. — Isso vai ser uma loucura. Quero nem pensar. — falei fechando os olhos em seu abraço. Ele começou a alisar minhas costas e eu me senti sonolenta.
[...]
As mulheres em minha vida estavam reunidas na minha frente com várias e várias coisas de casamento, revistas, fichários, planilhas... Não era algo que eu não tivesse acostumada, todas as reuniões eram iguais.
—Acho que o casamento deveria ser próximo mês. — falei atraindo a atenção de todas ali.
—Por que? Não temos tempo para planejar tudo em um mês. —Patricia falou surpresa.
—É pouco tempo para fazer o vestido perfeito. — Amelia falou e eu apenas me afundei na poltrona.
—Você sabe que eu estou fazendo isso por vocês? Eu já estou casada. Sabem disso, não é? —falei olhando para as duas rainhas, que se olharam.
—Acho que poderíamos fazer na igreja central e então a recepção no palácio daqui. — Violette sugeriu e eu assenti.
—Perfeito. — sorri para ela e olhei para as rainhas.
—Temos que esperar o castelo ser concluído, nem sabemos quanto tempo isso vai levar. —suspirei.
—Ta. — disse apoiando minha cabeça em minha mão observando elas voltarem a conversar animadamente sobre o casamento, as flores, as cores...
[...]
Tomávamos o chá que Amélia tanto implorou, quando Justin atravessou a porta de maneira afobada. Arregalei os olhos vendo-o me procurar pelo lugar, desci os olhos até sua mão.
—Algum problema, filho? — Patrcia perguntou colocando seu chá de lado. Justin ajeitou sua postura e então sorriu.
—Nenhum. Como está o plano? — ele se aproximou escondendo o papel em suas costas, eu parecia ter sido a única a notar.
—Estamos fazendo grandes progressos, tirando o fato de que ela quer se casar mês que vem. — Amelia falou apontando para mim, ele me olhou e então voltou a olhar para minha mãe.
—E não podemos? É apenas uma cerimônia formal, vocês sabem. — Justin deu de ombros como se aquilo não fosse nada.
—Que isso demanda tempo, precisamos de pelo menos 2 meses, temos muita gente para convidar. — Patricia falou sendo apoiada por Amelia.
—Claro. — ele falou me olhando, eu apenas sorria.
Me levantei tomando o papel disfarçadamente da sua mão e entrei em nosso quarto. Minhas mãos tremeram quando a ficha caiu sobre o que era aquele papel. Soltei na cama como se tivesse pegando fogo.
—Abriu? — Justin perguntou aflito, me virei para ele com os olhos cheios de lagrimas.
—Não. — Murmurei me afastando dele. — Eu...
—Vamos abrir juntos. — ele se sentou na cama e eu tomei coragem me sentando ao seu lado, entrelaçamos nossos dedos e ele abriu o papel eu não olhava para o papel, com medo dessa nova realidade.
Justin apertou minha mão e eu o olhei, sem conseguir ler sua expressão, então olhei para o papel onde estava escrito com letras enormes Positivo.
Sem perceber prendi o ar, sentindo que tudo tinha sumido, me encolhi tentando me proteger disso. Ainda não sabia se isso era algo bom ou ruim.
—Nós vamos ter um bebê. — Justin falou em meu ouvido, me virei para ele surpresa por ele estar ali. —Vamos conseguir, Kylie.
—Eu sei. — falei voltando a olhar para o chão.
—Você não quer? — sua voz vacilou e eu o olhei.
—Quero, mas não acho que esse era o momento. Eu não vou ser uma boa mãe, Justin. Você viu a mãe que eu tive? Você vê os problemas que surgem. Além disso é um bebê antes do casamento, isso é tão contra as regras. — Comecei a falar sem parar, ele segurou meu rosto me fazendo calar a boca.
—Você vai ser uma ótima mãe. A melhor que tem. Sua mãe não vai influenciar nisso, porque você é diferente dela. Sempre vai ter algum problema e teoricamente já estávamos casados. —Fechei meus olhos e balancei a cabeça lentamente.
—Você sabe que aquele pessoal na sala vai surtar? — pergunte e ele riu.
—Sei, mas não vamos contar. Não ainda.
—Nós vamos ter um bebê. — falei fitando seus olhos cor de mel. Ele abriu um grande sorriso e eu fiz o mesmo deixando as lágrimas descerem, o abracei fechando os olhos.
Um bebê!
O que iria acontecer agora? Uma vida está a caminho e minha vida parece uma grande bagunça. Eu preciso ajeita-la antes do bebê nascer. Tantas coisas para resolver...