O médico tinha me liberado e por isso já estávamos no quarto do hotel. Eu assistia televisão, esperando o lanche da noite, já que eu estava morrendo de fome, apesar de termos jantado a pouco mais de uma hora.
Me sentei rapidamente e engoli a seco ao me ver na televisão, com os cabelos roxos, pareciam mais fortes. Ela segurava o cedro.
—Eu sei que você vai ver isso, Kylie. Quero que me encontre ao nascer do sol nos destroços do castelo. — ela olhava atentamente, parecia que podia me ver. — Não se atrase, ou o povo vai pagar! — seus olhos brilharam, engoli a seco e fechei os olhos.
Ao abrir vi o Justin parado na porta com a bandeja. Ele veio para o meu lado deixando a bandeja na ponta da cama.
—Você não vai! — sua voz era autoritária.
—Eu vou. Você não pode me pedir isso, Justin. Acha que eu vou arriscar o país para me salvar? Não vai adiantar, iremos morrer se eu não for. Se eu for tenho pelo menos a chance de acabar com ela.
—Não! — ele gritou me dando as costas. Abaixei meu olhar saindo da cama. — Você acabou de sair do hospital pelo seu ato heroico. Quer que eu deixe você ir numa missão suicida? — seus olhos estavam marejados, segurei seu rosto sentindo os meus ficarem iguais.
—Não. Eu não quero ir. Não quero te deixar. Só que não vou fugir disso. Só eu posso resolver. Não irei morrer. Nós vamos nos casar. — disse sorrindo levemente para ele.
—Eu vou com você. — neguei com a cabeça.
—Você só vai se machucar. Astra, Gabriela e talvez Amelia vão comigo. Você fica aqui.
—Não! Eu preciso ajudar. — eu o guiei até a cama o fazendo sentar. — Não me deixa. — ele implorou com a voz falha.
—Eu não vou. Eu prometo, que voltarei inteira para você. — ele fechou os olhos. Eu o abracei e assim nos deitamos.
[...]
Eu não dormi, passei a noite pensando no que estava por vim e então mandei mensagem para Astra. Quando vi a hora eu me levantei deixando-o dormir. Tomei um banho tentando ser a mais silenciosa possível. Então me vesti e sai do quarto o vendo dormir.
Comi algo rapidamente e então sai dali sem poder continuar, sem fraquejar na minha decisão. Desci até a sala de reuniões que era nossa, me sentei em uma das cadeiras tentando focar minha mente, mas tudo que fiz foi chorar o medo tomava conta a cada segundo do mundo corpo.
A única coisa que passava na minha mente era e se eu não voltar?
[...]
Estava em campo, a espera de Addison. Apenas eu no castelo, mandei as meninas ficarem invisível até serem necessárias.
Já Addison surgiu com um exército de monstros prontos para me atacar. Eu estava no centro e logo ela se juntou a mim.
—Você está atrasada! — falei entediada, com os braços cruzados.
—Eu sei, queria fazer uma grande entrada. O que achou? — ela perguntou sorrindo e apontando os lados.
—Nada demais. — dei de ombros. — Então, o que você queria?
—Acabar com você, já que está acabando com meus planos. — ela suspirou e eu ri.
—Não acho que você possa acabar comigo, mas vale a pena tentar. — disse sorrindo para ela.
—Eu vou começar assim. — ela gesticulou e fez o Jeremy aparecer, ele estava maltratado, com sangue em várias partes de seu corpo, roupa rasgada. Meu coração doeu ao vê-lo assim.
—Matando o rei? — perguntei a olhando com a sobrancelha arqueada.
—Sim! — arregaleis os olhos ao ver que ela formou uma lâmina grande e brilhante em seu braço.
Addison puxou os cabelos de Jeremy fazendo sua garganta ficar exposta. Minha respiração falhou. Senti meu coração disparar, por meros segundo me senti inútil, ate eu lançar bolas a fazendo voar para trás. Puxei Jeremy rapidamente e o joguei para uma das meninas o pegarem.
—Você não vai fazer isso! — gritei indo para cima dela, que fez seus dois braços serem lâminas.
—Vem, Kylie! — Addison gritou de volta sorrindo perversa.
Fiz bolas de fogo com as mãos e comecei a jogar na sua direção.
Algo rugiu me distraindo de Addison, eram seus dragões, estavam sobrevoando o local. As medusas seguravam espadas e vinham na minha direção. Eu estava encurralada. As gárgulas começavam a voar pegando impulso na minha direção.
Prendi a respiração e então fiz uma explosão soar a minha volta afastando todos eles. Até que uma lâmina passou pelo meu braço, segurei a respiração mordendo meu lábio inferior. Vendo que Addison se divertia com minha dor.
Gesticulei minha mão a fazendo se ajoelhar pela a dor de cabeça.
—Você não vai me vencer. — disse brava, o ódio começava a correr pelas minhas veias.
De alguma maneira eu consegui prever seu movimento, me esquivando por centímetros de sua lâmina que iria passar pelo o meio da minha barriga. O que tinha acontecido?
—Você que não vai me vencer. — Addison passou sua perna me derrubando no chão de costas, bati a cabeça no chão, mas não me deixei abalar, logo estava de pé.
Disparei um soco em seu rosto deixando as magias de lado, já que nenhuma me vinha a mente. Soquei mais algumas vezes seu rosto a deixando atordoada. Ela me empurrou para longe dela e eu cai no meio de duas gárgulas. Elas se preparam para me atacar, mas eu ateei fogo nelas antes de seus movimentos.
Vi Astra e Gabriela lutaram com os monstros.
O clima ficou quente, e o sol saia de seu esconderijo. Engoli a seco vendo um dragão me perseguindo com fogo. Atirei outra bola de fogo em sua direção tentando abate-lo.
—Já cansou? — Addison perguntou sorrindo, ela parecia estar se divertindo com toda a situação.
Isso só me deixou mais zangada com ela. Eu tentei imita-la com as lâminas, mas apareceram garras. Ótimo!
Corri até ela cravando minhas unhas em seu tórax e deslizei abrindo feridas, o que fez ela urrar. Então girei seu pulso com minha mão e ela encolheu o braço. Entortei a cabeça vendo seu cabelo brilhar em azul, levitei a pedra e então a segurei com força, me deixou totalmente atordoada apenas tocar naquela pedra.
Levitei Addison e eu podia sentir todos os seus sentidos funcionarem, sorri com isso, era muito poder.
Comecei a lhe torturar fazendo uma enxaqueca aparecer, sorri de lado. Dificultei sua respiração lentamente, ela levou as mãos para a garganta.
Minha visão escureceu e eu soltei a pedra. Pisquei algumas vezes recuperando os sentidos. Foi então eu notei que tudo estava em câmera lenta. Como isso estava acontecendo?
Eu precisava pensar em algo para fazer contra ela. Como iria me livrar de todos esses monstros? Olhei em volta a procura de algo, foi quando vi Amelia. Corri até ela trazendo a pedra atrás de mim. Pisquei e o tempo voltou ao normal.
—Eu preciso de ajuda. — falei deixando a pedra no chão. — Some com esses monstros. Mas tenha cuidado. — disse apressada e então corri na direção de Addison. Para mantê-la presa no chão. — Eu disse que você não ia ganhar! — falei brava a olhando seria.
— Esse não é o meu fim, Kylie! Pode anotar!
Os monstros sumiram e eu sorri com isso.
—Acho que esse é o seu fim. — disse a levantando com a magia. A observei atentamente enquanto eu tinha um sorriso vitorioso.
—Você acha que eu vim sem ter um plano b? — ela riu e balançou a cabeça. — Não sou o Brian, Kylie. Eu te conheço, bem o suficiente.
O ar faltou em meus pulmões e eu andei para trás agoniada. O que estava acontecendo? Isso fez ela sumir. Só então consegui respirar novamente. Olhei em volta e as meninas se aproximaram.
—Merda! — gritei frustrada por não a ter capturado.
—Podemos fazer algo. — Amélia falou se aproximando. — Ligar vocês. Se ela te machucar ela vai sentir também. — Abri a boca, mas não consegui responder.
—Vamos fazer isso.
—Não! — Astra gritou e eu a olhei, ela corria na nossa direção.
—Faça! — disse e ela assentiu sumindo em seguida.
—Você é louca? Você vai se matar assim. — neguei e ela bufou, sumindo em seguida.
Eu sabia para onde ela tinha ido. Gabriela me olhava.
—Eu te entendo, mas é perigoso. Ela pode se matar só para te matar. — assenti.
—Eu sei, mas não sabemos onde ela está se escondendo. Ela parece estar com mais magia do que eu. Não sei como vence-la. Parece que eu estou incapaz de vence-la.
—Vamos achar um jeito. Só tenta não se arriscar demais.
—Estou tentando. — disse engolindo a seco. — Obrigada pela a ajuda. Eu vou voltar para o quarto. — ela assentiu e eu assim fiz voltando para o quarto, onde encontrei o que já esperava.
Justin e Astra conversavam na sala, eu não fui lá não estava com vontade. Eu fui cuidar do meu arranhão. Limpei com cuidado e então tomei um banho para tirar o sangue e o suor.
Sai de roupão vendo Justin sentado na cama. Coloquei um pijama e em deitei, enrolando por completo meu corpo e fechando os olhos.
—Você prometeu. — a voz dele saiu baixa, se eu não tivesse tão perto não teria escutado.
—eu não morri. — disse abrindo os olhos, ele ainda estava de costas. — Não passou nem perto disso.
—Você quer ligar sua vida a dela? O que acha que vai acontecer? — Justin se virou e eu engoli a seco.
—Espero eu seja o fim disso. É um risco, mas cada luta dessa também é. Você viu seu pai? Como ele estava? Eu vi! Você pode ser o próximo. A Astra, sua mãe, Jazmyn, minha mãe, tanta gente, Justin. E você quer que eu faça o que? Espere ela levar todos vocês? Ela quase matou seu pai, ela quase me matou. Ela disse que tem um plano B e você quer que eu faça o que? — perguntei já chorando, eu sentia raiva por estar chorando e tentei me segurar ao máximo.
—Não se coloque em risco. — ele falou vindo até mim.
—Estou tentando, mas... — Justin me fez parar de falar e então se deitou comigo.
—Kylie, eu... — me levantei tendo uma ideia.
—Vamos casar! Hoje, amanhã. Agora! — fitei seus olhos, que não parecia surpreso com minha sugestão.
—Mason disse que poderia ser uma grande forma de conseguir dinheiro para o país. Faria a economia se movimentar.
—E por isso não podemos casar? — perguntei confusa. — Estou falando de seguir nosso plano. Eu e você casados, sem precisar do mundo.
—Podemos pensar nisso, mas ainda assim não quero sua vida ligada à dela. Em nenhuma hipótese. Por favor, não faça isso. — comprimi minha boca me sentando.
—Não posso te prometer isso. Não quero mentir para você, Justin. Não me faça mentir. — Fitei a cama sem conseguir olhar para ele, que fico calado. — Justin... — eu o olhei, que estava de cabeça baixa. — Não pode me deixar agora. — Implorei sentindo as lagrimas quentes deslizarem pelo meu rosto, ele não reagiu, meu coração apertou. — Tudo bem. — Minha voz saiu tremula e eu me levantei saindo do quarto. Astra não estava mais aqui, me encolhi no sofá tremendo por completo.
O que estava acontecendo comigo?
Abracei minhas pernas tentando fazer meu queixo parar de tremer. Pela a primeira vez eu me sentia quebrada e sem chance de ganhar. Como eu poderia ter ficado tão dependente dele? Isso não poderia estar acontecendo.
Meus braços caíram e eu me sentia fraca, uma tontura tinha me atingindo, minha cabeça latejava e meu pulso doía. Não aguentei tantas dores e acabei vomitando do lado da mesa de centro.
Acho que Amelia tinha conseguido nos ligar.
—Ei! O que aconteceu? — Justin me puxou para os seus braços.
—Nada. — falei sem coragem de contar para ele o que eu sentia.
—Eu estou com você. Nunca vou te deixar, Kylie. — ele tentou passar uma confiança que eu sabia que não tinha. O abracei chorando desesperadamente. — Você precisa se acalmar. — sua voz saiu mais preocupada do que o comum.
—Acho que estou ligada a ela. — falei baixo. — Acho que atingi mais do que imaginei a Addison. Você também me assustou. — eu olhei para ele. — Não faça isso. Eu não tenho ninguém além de você, minha mãe me deixou.
—Desculpa, não foi minha intenção te assustar. Eu só precisei de um tempo, mas eu estou aqui. Para sempre com você. Vamos nos casar, ok?
—Chama a Astra e a Amélia, eu preciso de algo para me ajudar com toda essa dor. — pedi sentindo que ia vomitar novamente. Justin me deixou ali e então correu até o telefone. Segurei minha barriga vomitando.