Ontem eu cheguei tarde em casa e portanto as meninas já estavam dormindo. Tomei um banho, me deitei e peguei no sono logo em seguida. Agora eu me encontro na cozinha às 9:30h da manhã, fazendo meu café.
- Bom dia! - A voz de Anna ecoa ao entrar na cozinha.
- Péssimo dia! - Falo enquanto mexo meu café.
- Ih, acordou de mal humor foi? Algo lá na janta com seus país? - Reviro os olhos ao ouvi-la.
- Não, com eles foi de boa, até lucrei ganhando uma bmw. - A loira arregalou os olhos ao me ouvir.
- Vai levar a gente nas festinhas agora? - Deu risada. - Amiga, você tá parecendo uma burguesa muito safada por sinal. - Dou risada ao ouvi-la e tomo um gole do meu café.
- Deixa de exagero Anna Lívia!
Escuto barulho de chinelo arrastando pelo chão e na hora eu já sabia que a Nanda estava chegando na cozinha. Ela não perde este costume irritante nunca.
- Mas então, qual é o problema? - A loira fala enquanto faz seu café.
- Dor de cabeça apenas. - Falo e dou de ombros. - Sabe do baile que vai ter não é?
- Que baile? - Nanda pergunta já entrando no assunto.
- O baile que os empresários fazem todos os anos. - Falo por fim revirando os olhos. Eu odiava essas coisas, mas como era por um bom motivo eu sempre acabava indo.
- E quando vai ser? - Anna pergunta.
- Ainda não sei, mas creio que seja neste final de semana. - Dei outro gole em meu café. - E é óbvio que vocês vão, não é?
- Eu não perco por nada! - A loira falou já se animando. Como ela pode gostar de algo tão tedioso? Onde a gente é privado de fazer qualquer coisa "errada" que possa sair nos programas de tv.
Termino de tomar meu café e volto para o meu quarto novamente. Me deito e fico lendo um dos meus livros de romance. Sinto meu celular vibrar em cima da cama e o pego rapidamente.
Desconhecido: Não pense que eu sumi, meu amor! Nos veremos no baile.
Sinto meu coração acelerar. Como assim o Eithan iria ao baile? O Arnaldo faria picadinho dele se o visse. Quando esse garoto vai largar do meu pé? O foda é que esse jogo está começando a me assustar. Vou até o banheiro e tomo um banho rápido na intenção de me acalmar. Visto meu pijama e me deito novamente. Volto a ler o meu livro, até meu celular vibrar novamente. Penso que deveria ser o Eithan novamente, mas por curiosidade acabo olhando na tela e vejo ser mensagens do Brayan.
Brayan: Ficarei fora durante está semana! Não que eu lhe deva satisfação, mas achei que iria querer saber!
Maria Eduarda: Algum motivo especial?
Brayan: Negócios do meu pai.
Maria Eduarda: Tudo bem!!
Brayan: Voltarei a tempo do baile! Se cuida!
Estranhei a forma como suas mensagens foram escritas, mas penso que ele apenas deve estar com pressa. Largo o celular em cima da cama e volto a ler meu livro. Espero que nada me interrompa novamente.
Fico lendo até sentir meus olhos arderem. Eu deveria usar óculos, mas não uso por pura teimosia, então é sempre isso que acontece quando insisto em ler demais. Levanto e guarda meu livro em meu guarda-roupa. Eu tinha uma parte separada apenas para meus livros. Faço um coque em meu cabelo e desço até a sala. Me surpreendo quando vejo Edu e Arthur alí.
- Vocês não cansam de vir aqui? - Falo enquanto me jogo no sofá.
- Eu sei que você ama a gente Maria Eduarda. - Escuto Arthur falar e lhe aponto o dedo do meio.
- Então.. - Mexo em meu cabelo. - Vocês sabem para onde o Brayan foi? - Falo rapidamente.
- Por que Maria? Já está com saudade? - Reviro os olhos ao ver o Edu debochar.
- Não. - Dou de ombros. - Apenas fiquei curiosa.
- Vocês não me enganam mais, Maria. - O moreno de cachos responde e pisca para mim logo em seguida.
Eu estava tentando enganar a ele? Talvez, eu tento enganar até a mim mesma quando minto sobre não existir nada entre eu e o Brayan. Dou de ombros e vou até a cozinha, tentando fugir desta conversa.
Fico na cozinha durante o tempo em que Anna fazia o almoço. Ela não parava de tagarelar sobre estar super ansiosa para o baile.
- Você sabe que vai ser de máscaras não é? - Escuto a pergunta da loira e sinto meu corpo congelar ao saber que assim seria mais fácil de não reconhecer o Eithan.
- É obrigatório? - Pergunto e a garota apenas confirma com a cabeça. - Merda!
- O que foi? Qual o problema? Amo baile de máscaras.
- Não Anna Lívia, o Eithan vai estar lá, não tem nada de legal nisso. - Suspiro. - Eu não vou conseguir reconhecê-lo.
A garota começa falar sobre o quanto seria perigoso e também que eu deveria denúnciâ-lo, o que não vai adiantar em nada. Dou graças a Deus quando ela avisa que o almoço estava pronto e finalmente para de falar nesse assunto. Me sirvo e almoço na mesa, junto dos quatro. Assim que termino, subo para o meu quarto e começo a me arrumar.
Visto meu uniforme, solto meu cabelo e o aliso. Coloco minha bota de cano alto e faço uma maquiagem leve. Pego minha mochila e coloco as coisas que mais preciso dentro dela. Pego meu celular e a chave do carro e desço.
- To saindo! - Grito da sala.
Vou até o estacionamento e destranco o carro com o controle. Entro no mesmo e jogo minha mochila no banco do passageiro. Conecto meu celular no som e coloco na minha playlist Indie. Giro a chave do carro e dou partida para o escritório. Eu já morava aqui a algum tempo, mas ainda assim não sabia chegar nos lugares, portato me guiava pelo GPS.
Ao chegar estaciono o carro em uma vaga livre, pego minha mochila, meu celular e saio do mesmo. Tranco o carro e vou em direção ao escritório.
- Bom dia, Ste! - Falo ao ver a morena radiante. - Pode mandar a boa de hoje. - Falo me apoiando no balcão.
- Senhor Carlos quer que você viaje a trabalho! - Reviro os olhos ao ouvi-la.
- Como assim? - A morena abre um sorriso ao ouvir minha pergunta.
- Você terá que viajar com o Brayan.
- Mas ele me mandou mensagem mais cedo avisando que iria viajar a negócios, por que eu tenho que ir agora?
- Pergunte a ele. - A morena responde e rapidamente viro para trás. Tenho a visão maravilhosa do loiro me encarando.
- Vocês podem me explicar o que está acontecendo? - Falo enquanto arqueio minha sobrancelha.
- Preciso que você vá comigo! Ordens do meu pai. - O garoto falou dando de ombros em seguida.
- Mas e a faculdade?
- Já cuidei disso. - O loiro completou.
- Tudo bem então! - Respondo ainda estranhando. Por que o Carlos não havia me avisado nada?
- Eu te levo em casa e você arruma suas malas, ficaremos fora por dois dias apenas. - o garoto falou já caminhando em direção á saida. Dou risada.
- Nós vamos no meu carro, gatinho. - Falo passando em sua frente e sorrindo em seguida. Ao chegarmos na rua, eu destranco o carro e vejo os olhos do loiro brilharem. Eu sabia que ele amava carros.
- Caralho mina, vai deixar eu dirigir, não é? - Dei risada ao ver sua empolgação. - Ganhou de quem?
- Primeiro, não! Você nunca me deixou dirigir seu Porsche, pois falava que eu iria bate-lo. Segundo, ganhei dos meus pais. - Falo e em seguida entro no carro. O loiro faz o mesmo e senta no banco do passageiro. - Para onde nós vamos? - Falo já ligando o carro.
- Um lugar aí no exterior. - O loiro responde sem ao menos me olhar no rosto. Por que eu sinto que tem algo de estranho nessa história?
Dou de ombros e acelero em direção ao meu apartamento. Vou o caminho inteiro conversando com o loiro. Ele não parava de me perguntar sobre o carro e isso era bem engraçado. Ao chegar deixo o carro no estacionamento e subimos indo direto em meu quarto.
- Que tipo de roupa eu preciso levar? - Falo enquanto pego uma mala pequena em cima do meu quarto. No caso, tento né.
- Quando vai entender que você é baixinha? - O loiro fala e se levanta pegando a mala em seguida.
- Babaca! - O garoto da risada e volta a falar em seguida.
- Leva as roupas que você gosta de usar, peças íntimas, biquíni e um vestido. - Escuto o garoto falar e arqueio minha sobrancelha.
- Nós vamos viajar a negócios ou vamos viajar de férias? - O garoto me olha e vem até mim, colocando suas mãos em volta da minha cintura.
- Só faz o que digo e confia em mim. - Ouvir essas palavras me causou um certo medo. O que esse garoto estava aprontando? Só arriscando para saber.
- Tudo bem. - Falo e dou de ombros.
Começo a por minhas coisas na mala e depois de pouco tempo eu já havia terminado. Desço e aviso as meninas que voltaria daqui alguns dias. Estranhei o fato da Anna não parar de rir o tempo inteiro. Nem disfarçar que tem algo de errado ela sabe. Me despeço delas e vou até o estacionamento. O loiro pede um Uber e logo vamos rumo ao aeroporto.