Pego o celular, solto o celular. Bufo entediada. O Brayan já estava a alguns minutos parado no posto abastecendo o carro.
- Vai demorar muito? - Falo abaixando o vidro e olhando para o loiro que se encontrava fora do carro.
- Não muito Maria. - Reviro os olhos e fecho o vidro novamente. Fico olhando ao redor do carro.
Sinto um silêncio instalado no ambiente e decido por alguma música. Não consigo ficar em ambientes silenciosos por muito tempo. O loiro entra no carro e fico olhando para o mesmo.
- Tem algum Pen drive nesse carro não? - Falei olhando para o loiro que riu logo em seguida.
- Conecta o celular via bluetooth Eduarda. - O loiro fala enquanto me olha.
- Beleza. - Dei de ombros e conectei meu celular no som do carro.
Mexi em minha biblioteca por alguns segundos, até por minha música preferida a tocar " Love is a bitch". Aumentei o som do carro e comecei a cantar me balançando junto com a música alta que saia do carro do loiro. Por um segundo esqueci que o Brayan estava ao meu lado, quando voltei a perceber, ele já estava perto o suficiente para sentir seus lábios nos meus.
- Saí Brayan. - Empurrei seu ombro de leve, mas o mesmo me puxou novamente.
- Eu já disse que você fica linda desse jeito?
Escuto o loiro falar e fico vermelha na hora. Dou um sorriso de canto de rosto e o mesmo passa sua mão em volto do meu rosto. Por alguns segundos me perco ao ouvir a música e acabo aproximando sua boca da minha. O loiro dá um sorriso provocativo que me faz suspirar. Encosto seus lábios nos meus e começo um beijo calmo. O loiro logo não perde tempo e me puxa para o seu colo. Nego rapidamente separando as nossas bocas.
- Você tenta se aproveitar de mim toda vez que pode não é? - Falo provocando o loiro que revira os olhos.
- Ah morena, até parece que você não gosta. - Arregalei os olhos e olhei para o loiro.
- Não! - Falei convicta, mesmo sabendo que estava errada.
- Beleza, agarro outra então. - Olhei para o loiro e cruzei os braços em seguida.
- Agarra então caralho. - O loiro ri ao me ouvir falar e tenta me dar um selinho, o qual eu desvio rapidamente. - Nem pense Brayan.
Me afasto do loiro e fico encarando o mesmo. Logo ele se aproxima e aperta minhas bochechas depositando um beijo na ponta do meu nariz. Algo que me deixa surpresa e me faz sorrir. Pela primeira vez eu consigo ver um lado sentimental no loiro, ao invés de ver sempre o mesmo Brayan provocativo e safado. Tinha algo diferente acontecendo nele e eu não conseguia notar o que era.
- Liga logo esse carro Brayan, vai fazer eu chegar atrasada. - Falo manhosa enquanto coloco uma outra música a tocar.
- Pô mina, eu venho te buscar por vontade própria e agora tá reclamando? Assim tu fode Eduarda.
Dou de ombros e aponto o dedo do meio para o loiro, que responde com um sorriso de canto. Ah, eu já disse que esse sorriso é lindo? Covardia mano. Reviro os olhos ao perceber o quanto eu estava gamada nesse garoto. Merda.
Após alguns segundos mexendo no celular o loiro liga o carro e segue seu caminho do escritório. Durante uma boa parte do caminho vamos em silêncio. Apenas eu e o rádio tocando uma das várias músicas que eu amava. O Brayan dirigia enquanto inúmeras vezes me olhava de canto de olho disfarçadamente. Dou risada ao perceber.
- Por que tá me cuidando?
- É que você realmente fica linda quando está desse jeito, mina. - Olho confusa para o loiro.
- Que jeito?
- É fofo demais ver a forma como você se mexe e canta enquanto escuta suas músicas, na verdade é magnífico. - Por alguns segundos sinto o olhar do loiro ferver sobre mim. Sinto minhas bochechas corarem e acabo rindo logo em seguida.
- Desse jeito eu até acabo esquecendo o sem coração que você é. - O loiro arqueia uma de suas sobrancelhas e me olha.
- E quem te disse que eu não tenho coração?
- Sou boa observadora. - Falei e pisquei para o loiro.
- Ah, e por que eu sou sem coração Maria Eduarda? - Êxito alguns segundos, mas logo respondo o loiro.
- Quer saber mesmo? Você não passa de um babaca que faz de tudo pra transar com qualquer garota que aparece na tua frente Brayan.
- Alguma vez eu tentei transar contigo Maria Eduarda? - O loiro fala sem tirar o olhar da direção.
- Não!
- Então como pode falar isso? - Reviro os olhos irritada e dou de ombros.
- Ainda assim não passa de um babaca.
O loiro da risada e acelera o carro. Depois de uns cinco minutos acabamos chegando ao local. Finalmente. Pego minha mochila no banco traseiro e desço do carro esperando o loiro ao lado de fora.
- Sabe que vai trabalhar comigo hoje, não é? - Olhei rapidamente para o loiro.
- Quem disse? Não tava sabendo dessa palhaçada não. - Falo enquanto caminho em direção ao escritório.
- Acaba de saber agora, notícia para alegrar o teu dia Maria. - Reviro os olhos e dou um tapa no loiro.
- Notícia péssima isso sim.
Dou de ombros e vou em direção a minha sala, logo o loiro vem atrás de mim. Por sorte a minha sala ficava no segundo andar, então o tempo de elevador era rápido o suficiente para o loiro não tentar nada contra a minha pessoa. Suspiro e logo entro em minha sala.
- Tudo bem, por que você tem que trabalhar junto comigo?
- Meu pai mandou, tem muito papel pra hoje e você não iria dar conta sozinha Maria Eduarda. - Bufo irritada e jogo as chaves da minha sala em cima da minha mesa.
- Tudo bem Brayan, pode começar preenchendo eles então. - Falo indo em direção a porta.
- E você onde pensa que vai? - Dou uma risada ao ouvir o loiro.
- Pode ter certeza que em nenhum lugar que seja da tua conta.
Dou uma piscadinha para o loiro e vou em direção a sala do lado buscar um anexos que eu precisava deixar pronto até o fim do expediente. Quando volto para minha sala vejo o loiro totalmente focado em preencher uns papéis.
- Olha só, não sabia que você gostava tanto disso. - Falei sentando em frente a minha mesa.
- Por que acha que eu to fazendo Direito Maria Eduarda? - Dei de ombros e revirei os olhos.
- Pensei que fosse por causa do seu pai. - O loiro me olha por cima dos papéis e suspira.
- Como percebeu tão rápido? - Olhei confusa para o loiro em minha frente.
- Então realmente só faz por conta da pressão que teu pai te coloca pra ser advogado, não é? - Ele concorda com a cabeça e dou uma risada.
- Que foi Eduarda?
- Digamos que eu entendo bem quando o lance é ser forçada a ser do jeito que o pai gosta. - Reviro os olhos ao lembrar do inferno que passei na época em que meus pais ainda eram casados.
- Quer me contar? Parece que temos muito mais em comum do que achávamos. - O loiro fala enquanto se inclina por cima da mesa. Me aproximo deixando nossos lábios próximos.
- Você acha mesmo? - Falo pausadamente em frente ao loiro que não tirava seus olhos de mim. Logo o mesmo sorri de canto e morde meu lábio inferior. - Nem pensar nisso Brayan. - Me afasto rapidamente do loiro.
- Por que não Maria Eduarda?
- Por que talvez eu esteja no meu trabalho Brayan? Idiota.
Dou uma risada ao ver a cara de desapontado do loiro. O que esse garoto tá fazendo comigo? Eu precisava descobrir e acabar com isso antes que piorasse e eu acabasse sendo fodida nessa história.
A tarde passou rapidamente com o loiro ao meu lado. Ficamos a tarde inteira preenchendo várias folhas. O loiro não perdia nenhuma oportunidade de me incomodar ou tentar me beijar, mas eu sempre recuava. Agora estamos saindo do escritório, dou tchau para a moça da recepção e me sento em um banco que ficava alí na frente, tirando meu celular do bolso da saía.
- O que você pensa que tá fazendo Maria Eduarda? - Contínuo mexendo em meu celular. - Maria, me responde mina.
- Tá com pressa caralho? Tava só respondendo umas mensagens aqui. - O loiro deu de ombros e seguiu em direção ao seu carro. Logo fui atrás do mesmo.
- Direto pra faculdade ou quer passar no teu Ap? - Escuto o loiro falar e dou uma risada.
- Na verdade eu queria fazer algo totalmente diferente. - O loiro me olhou com um olhar curioso.
Abriu a boca exitando em responder, mas logo o interrompi subindo em seu colo e colando os nossos lábios. Pude sentir sua respiração bater em meu rosto, logo deixando todo o desejo que existia em mim tomar conta do meu corpo. O loiro sobe sua mão até minha nuca e junta nossas bocas. Iniciamos um beijo cheio de desejo e vontade. Cravei minhas unhas em suas costas e desci lentamente. Senti o loiro morder meu lábio inferior e passar sua mão por de baixo da minha saia e logo eu sabia a merda que estava prestes a acontecer neste carro.