Harry Potter e o Mentor das T...

By MayChagas1

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Depois de um ano difícil onde aprender a não confiar em ninguém, Harry precisa lidar não apenas com a verdade... More

Prólogo
Capítulo 1
Capítulo 1 - Bônus
Capítulo 2
Capítulo 2 - Bônus
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 4 - Bônus
Capítulo 5
Capítulo 5 - Bônus
Capítulo 6
Capítulo 6 - Bônus
Capítulo 6 - Bônus²
Capítulo 7
Capítulo 7 - Bônus
Capítulo 7 - Bônus²
Capítulo 8
Capítulo 8 - Bônus
Capítulo 9
Capítulo 9 - Bônus
Capítulo 9 - Bônus²
Capítulo 10
Capítulo 10 - Bônus
Capítulo 11
Capítulo 11 - Bônus
Capítulo 11 - Bônus²
Capítulo 12
Capítulo 12 - Bônus
Capítulo 13
Capítulo 13 - Bônus
Capítulo 13 - Bônus²
Capítulo 14
Capítulo 14 - Bônus
Capítulo 14 - Bônus²
Capítulo 15
Capítulo 15 - Bônus
Capítulo 15 - Bônus²
Capítulo 16
Capítulo 16 - Bônus
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 18 - Bônus
Capítulo 18 - Bônus²
Capítulo 18 - Bônus³
Capítulo 19
Capítulo 19 - Bônus
Capítulo 20
Capítulo 20 - Bônus
Capítulo 20 - Bônus²
Capítulo 21
Capítulo 21 - Bônus
Capítulo 22
Capítulo 22 - Bônus
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 24 - Bônus
Capítulo 24 - Bônus²
Capítulo 25
Capítulo 25 - Bônus
Capítulo 25 - Bônus²
Capítulo 26
Capítulo 26 - Bônus
Capítulo 27
Capítulo 27 - Bônus
Capítulo 28
Capítulo 28 - Bônus
Capítulo 28 - Bônus²
Capítulo 29
Capítulo 29 - Bônus
Capítulo 30 - Bônus
Capítulo 31
Capítulo 31 - Bônus
Capítulo 32
Capítulo 32 - Bônus
Capítulo 33
Capítulo 33 - Bônus
Capítulo 34
Capítulo 34 - Bônus
Capítulo 35
Epilogo

Capítulo 30

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By MayChagas1

Betado por @smjkbien.
Muito obrigada.


“Para conhecer o caráter de uma pessoa basta observar como ela trata a quem não tem nada a oferecer.
- Hugo Alves Pereira

Na manhã em que finalmente voltaria para mansão Harry achava que nada poderia estragar seu bom humor, mas ele descobriu que estava errado quando Neville veio em sua direção, uma expressão pesada e nada promissora, ele tinha um jornal em sua mão.
- O que aconteceu agora?! – Perguntou o moreno, perdendo o apetite mesmo antes de ouvir a resposta.
Neville colocou o jornal a frente dele sem dizer anda.

Hermione Granger: A erva daninha de Hogwarts
Por Rita Skeeter

O titulo ofensivo não era nada promissor e o conteúdo era ainda pior, Hermione era descrita como uma menina maldosa e manipuladora que se divertia brincando com o coração de Harry e Krum, mencionava o ataque com ‘pús de burbotubora’ como um ato de retaliação dos fãs por magoar Harry e terminava com a seguinte passagem:

“... Mesmo depois de seu comportamento despudorado, parece que Harry Potter ainda permanece apaixonado pela jovem.
‘ ... Eu não posso me desculpar, porque não me arrependo... Eu faria de novo.’ Entoou o menino apaixonadamente em pleno salão comunal. A resposta da nascida-trouxa foi rir e ridicularizar a bela declaração do menino que sobreviveu.
Todos desejamos que Potter siga o exemplo de Vitor Krum e termine esse relacionamento prejudicial com a jovem trouxa.”

Harry bufou cansado, mal parecia que tinha acordado a poucas horas atrás. Ele ergueu os olhos para encontrar Neville ainda de pé ai seu lado, os braços cruzados sobre o peito e a expressão dura de irritação.
- Sabe onde ela está? – Perguntou o moreno se levantando.
- No salão comunal, Ron e os gêmeos estão com ela. Mas isso não está impedindo ninguém de olhar para ela de forma agressiva.
- Por que qualquer um  acha que pode se meter na minha vida amorosa?! – Grasnou Harry sem se preocupar em manter a voz baixa, ele marchou para fora do salão, Neville em seu encalço.
Eles seguiram para a torre ignorando as cabeças se virando em sua direção enquanto passavam. Quando entraram no salão comunal viram Hermione e os Weasleys ao lado da lareira, na face de Hermione permanecia a irritação, mas seus olhos estavam brilhantes e Harry a conhecia bem demais para não saber o significado. Ela caminhou até ela escutando os sussurros crescerem e se transformarem em conversas abertas, mais da metade da sala tinha um exemplar do profeta em suas mãos, ele respirou fundo, parado a frente da menina.
- Já que vocês gostam tanto de falar, falem sobre isso... Qualquer um que fizer qualquer coisa contra Hermione vai ter que se entender comigo. Eu enfrentei um dragão, vocês não querem saber o que eu faria com vocês. – Ele então estendeu a mão para Hermione que hesitou antes de pega-la e entrelaçar os dedos com os dele, Harry se virou então para os amigos no sofá, os gêmeos sorriam matreiros e Ron parecia confuso, o moreno acenou uma despedida e puxou Hermione para fora da sala.
Eles caminharam juntos em direção a sala de aula, ainda faltavam cerca de 10 minutos antes de começar, então estavam sozinhos.
- Você não precisava vir me resgatar em um cavalo branco. – Ralhou a menina, mas não parecia realmente irritada com ele – Sei cuidar de mim.
- Eu sei disso. – Respondeu Harry – Mas da ultima vez você recebeu aquele pacote e eu não quero nada assim acontecendo de novo. Principalmente na minha ausência.
- Vocês arranjaram um jeito então... – Ela parecia simultaneamente satisfeita e irritada – Quer dizer que vamos ter que lidar com o outro você de novo. Maravilhoso.
- Ele vai se comportar dessa vez. – Harry sorriu maliciosamente – E se ele não se comportar... você e o Blaise tem minha permissão para puni-lo como quiserem.
Hermione ficou visivelmente animada com a perspectiva, mas os colegas começaram a chegar e não puderam falar mais sobre o assunto.

Chegar a câmara naquela noite foi mais complicado do que ele gostaria, Karkaroff estava como um cão de guarda na frente do banheiro interditado todas as noites, o que tornaria impossível abrir a câmara sem ser notado. Faltava pouco mais de uma hora quando Harry teve uma ideia. Achar Pirraça não foi muito complicado, o castelo era grande, mas todos sabiam que a maior diversão do Poltergaist era infernizar Filch, e foi lá que Harry o encontrou, espalhando pergaminhos e tinha por toda a sala do zelador.
Harry riu alto para atrair a atenção do Poltergaist.
- Alunos fora da cama. Oh, como Filch vai gostar de saber disso. – Cantou Pirraça, se preparando para começar a gritar, mas Harry foi mais rápido.
- Pensei que você ia gostar de saber que há um certo diretor estrangeiro na escola dizendo que Poltergaists são tão patéticos que nem deveriam ser considerados fantasmas.
- O que foi que você disse?! – Grasnou Pirraça.
- Oh, não fui eu quem disse. – Desculpou-se Harry – Eu vi Karkaroff dizer que ter um Poltergaist em Hogwarts desmerece o castelo e que em Durmstrang ele não nunca permitiria um.
- Eu gostaria de vê-lo tentar me expulsar. Oh, ele se arrependeria tanto de suas palavras.
- Ele fica o tempo todo no banheiro da Murta. – Disse Harry, como quem não quer nada – Ainda deve estar por lá.
Pirraça desapareceu através das paredes tão rápido que Harry teria perdido se piscasse.
- Como você sabia que ele não iria nos entregar?! – Perguntou Neville respirando pela primeira vez desde que Harry começou a falar.
- Ele é um Poltergaist, não um fantasma comum, ele não controla suas emoções, suas emoções o controlam. Por isso é tão fácil irrita-lo. – Respondeu Harry sorrindo para si mesmo.
- Quanto tempo você acha que precisamos esperar?
- Dez minutos no máximo.
Quando caminharam de volta para o banheiro podiam ouvir os gritos e xingamentos de Karkaroff ao longe. Harry abriu a câmara e chamou as escadas, eles desceram até a segunda câmara antes das 11:30hr.
Fazia um tempo que Harry não ia até lá e antes de passar tanto tempo na mansão ele não tinha se dado conta de como os lugares eram similares.
- Há muitos anos não estive neste lugar. – Um sibilar conhecido se fez presente e Harry olhou naquela direção, Nagine deslizava sobre as pedras, sua língua provando o ar com avidez – Tanta coisa começou aqui.
- Foi aqui que a revolução nasceu. – Respondeu Harry aspirando com força como se pudesse absorver as memorias do lugar.
- Foi aqui que Voldemort nasceu. – Disse Ela.
- E aqui que ele voltou. – Completou Harry a voz nublada de emoção.
- Não sei o que estão dizendo, mas está começando a me assustar um pouco. – Disse Neville e só então Harry se lembrou de sua presença, Harry sorriu para ele de forma divertida e implicante, Neville respondeu com um bufar.
- É bom vê-la, Nagine. – Sibilou Harry.
- Não tão bom quanto rever Tom eu imagino. – Disse a serpente e Harry se forçou a não corar, Nagine podia ser muito implicante quanto estava em certos humores – Ele está esperando por vocês fora do castelo.
- Ele veio a Hogwarts?! – Perguntou o moreno surpreso.
- Alguém deve leva-lo para casa, não é?! Ele tem estado com um humor terrível desde que você voltou ao castelo. – Implicou ela outra vez, mas Harry estava ansioso demais para se importar.
- Mostre o caminho. – Nagine não perdeu mais tempo e seguiu para uma gruta larga na primeira câmara. As vezes a passagem era tão estreita que ele tinha de se espremer para passar, Neville caiu mais de uma vez e ambos os rapazes tinham as palmas das mãos feridas de se apoiar nas rochas. Pareciam estar caminhando por horas, iluminados por nada mais do que a luz da varinha de Harry, o rapaz sabia que se fosse deixado sem a liderança de Nagine ficaria perdido nas grutas para sempre. Finalmente chegaram a saída, o ar da noite estava frio e extremamente refrescante depois da unidade abafada das pedras, assim que saíram diante de uma clareira dentro de uma floresta e parado no centro estava Tom, iluminado pela luz da lua, ele tinha ambas mãos no bolso e sorriu quando seus olhos encontraram os de Harry. O rapaz quase cedeu ao impulso estupido de correr e abraça-lo, mas ao invés disso caminhou até o Lorde e acenou em reconhecimento, Tom por sua vez deu passo à frente e deu um passo a frente e apertou seu ombro.
- É bom vê-lo. – Disse ele e Harry concordou com um sorriso – Devemos ir, mesmo que essa seja uma passagem segura, não podemos arriscar.
Tom hesitou em soltar Harry, mas o fez com um suspiro derrotado. Nagine se enrolou ao redor de seu mestre e Harry segurou o pulso de Neville, então os quatro se transportaram para a mansão.

- Como eu vou voltar para o castelo depois?! – Perguntou Neville.
Eles estavam na sala de mármore e Neville estava segurando o punhal ritual que lhe permitiria fazer magia fora da escola. Suas mãos tremiam e ele parecia mais pálido que o normal, mas nenhuma gota de dúvida podia ser vista em seu rosto – Eu não posso voltar pela passagem na câmara.
- Moody vai busca-la na aldeia pela manhã. – Afirmou Tom, parecendo apenas um pouco impaciente – Mas eu não sei por quanto tempo você vai ficar desmaiado, então quanto antes você começar melhor.
- Eu não posso acabar morto fazendo isso, posso?! – Perguntou ele preocupado, Tom revirou os olhos.
- Você vai ficar bem perto da morte e tecnicamente pode entrar em choque por causa da dor.
- Você não acha que deveria ter mencionado isso antes?! – Disse Neville alarmado.
- Neville, é por isso que estamos aqui. – Confortou Harry – Tom vai interromper o ritual se você entrar em choque. Confie em mim, você vai ficar bem.
- Supondo que não vai enlouquecer por causa da dor. – Murmurou Tom.
- Não está ajudando. – Acusou Harry, Tom bufou e descruzou os braços, caminhando para um pouco mais perto de Neville.
- Harry tem quase o dobro do seu potencial magico e conseguiu suportar o ritual. Do jeito que você é, vai machucar bastante, mas nada que vá ‘realmente’ ameaçar sua vida. Se você quer desistir é com você, mas se quer continuar... A hora é agora.
Neville respirou fundo várias vezes, apertando com força sua nova varinha de English Oak. Ele posicionou a lamina sobre o peito e deu um último olhar confiante na direção de Harry, que sorriu encorajador.
- Potentia Pontentiae. – Entoou Neville afundando a lamina em sua carne, ele gritou a plenos pulmões e caiu de joelhos no chão, sua face contorcida em agonia.
Harry se lembrou do tempo em que realizou o ritual, da dor que sentiu, ele queria fazer algo para ajudar, mesmo que soubesse que não podia. Ele assistiu Neville levar a varinha até a ferida, seus dedos brancos ao redor da madeira. O jovem ainda estava gritando e Harry se perguntou por quanto tempo aquilo continuaria.
Como se estivesse lendo sua mente, Tom se aproximou dele, segurando seu ombro e oferecendo conforto.
- Ele está indo bem, os gritos dele nem são tão terríveis quanto os seus foram. – Disse o Lorde, mas aquilo não acalmou o mais novo.
- Quanto tempo ainda vai demorar?
- Apenas mais alguns minutos. Está vendo as runas no punhal?! Elas estão quase apagando. Falta pouco agora.
- Quanto tempo eu demorei?
- Quase uma hora... – Respondeu Tom, sua voz permanecia calma, mas a mão no ombro de Harry apertou com mais força – Fiquei tentado a interromper o ritual algumas vezes... foi difícil me conter, você quase morreu.
- Pensei que fazia parte do processo.
- Faz, mas isso não quer dizer que eu tenha gostado. – Disse Tom fazendo uma careta irritada, Harry quase riu antes de um grito particularmente agudo de Neville matar seu bom humor.
- Neville vai ficar bem? – Perguntou Harry, cheio de preocupação.
- O garoto é forte. Eu não ajudaria se não fosse.
A sala caiu em silencio súbito e os dois moremos olharam para frente. O punhal tinha parado de brilhar e estava caído ao lado do corpo flácido de Neville, a ferida não sangrava mais. Harry correu até o amigo, procurando sua pulsação, ela era errática e a magia do garoto parecia irregular, mas ele estava vivo.
- Devemos colocá-lo na cama. Algumas horas de sono vão ser necessárias antes dele voltar. – Informou Tom, levantando a varinha e flutuando o corpo adormecido de Neville até o leito que tinha preparado mais cedo.
- Ele vai se sentir um lixo quando acordar. – Murmurou Harry, mas ele estava sorrindo.
- Não vai ser tão ruim para ele quanto foi para você.
- Como você pode saber?!
- Quanto mais magia você tem, mas doloroso é o ritual... Acredite em mim, o que ele passou seria um passeio no parque para você. – Harry continuou olhando o corpo adormecido do amigo, desejando que Tom estivesse certo – Venha, você também deve dormir um pouco.
- Se eu disser que não quero você vai me deixar ficar acordado? – Perguntou Harry sorrindo, Tom sorriu para ele em resposta.
- Não posso te obrigar a dormir e nem vou te trancar no seu quarto se é isso que você está perguntando. – Respondeu Tom – Mas você deveria descansar... Ainda temos que treinar oclumência antes da missão e você sabe muito bem como é desgastante para você.
- Você vai dormir?
- Tenho que finalizar o encantamento no anel de Neville. Transforma-lo em uma chave de portal para a mansão onde estão seus pais. Vou descansar depois disso.
- Eu posso ajudar? – Harry sabia perfeitamente que não tinha qualquer conhecimento sobre chaves de portal, mas ele não queria ficar sozinho, toda vez que ficava pensava nas palavras de Draco. ‘Antes você era só Harry Potter...agora você é outra coisa. Agora você é Mordred.’ Harry não queria pensar nisso, não queria pensar no quanto o loiro estava certo.
Tom parecia prestes a negar, mas algo no rosto do garoto o fez mudar de ideia. Ele estava consternado, e ele não gostava de vê-lo daquela forma.
- Se você quer... mas apenas por algumas horas. Depois você vai dormir. – Harry concordou e os dois seguiram para o escritório de Tom. Harry estava feliz por estar de volta em casa.

Harry estava no chão pela decima vez naquela manhã. Tom bufou, ajudando o moreno a levantar, o mais jovem não estava olhando nos olhos do Lorde, constrangido e irritado com sua inaptidão.
- O que está acontecendo com você hoje? Nunca esteve tão distraído. – Disse Tom e Harry se sentiu ainda mais embaraçado, mas Tom riu – Eu disse que você deveria ter ido dormir mais cedo.
- Me desculpe. Vou me concentrar. – Disse Harry encarando o chão, Tom caminhou para frente e segurou o queixo de Harry, forçando o rapaz a olhar em seus olhos.
- Eu não quero que se desculpe, quero entender qual o problema.
- Não é nada. – Tentou Harry, mas Tom apenas lhe segurou com mais firmeza.
- Pequeno, nós estamos treinando Oclumência e você está indo tão mal que eu poderia pegar a resposta direto da sua cabeça. Por que você simplesmente não me diz?
- Porque é estupido e seria uma perda de tempo. – Murmurou Harry.
- Perda de tempo é continuarmos com esse treinamento se você não consegue manter o foco. – Salientou Tom – Harry, nós só temos alguns dias. Então me diz o que está distraindo você...
- Eu... – Começou Harry, suas bochechas corando de forma muito obvia – Eu tive um problema com Draco.
- Ah, o menino Malfoy. – Grunhiu Tom, o desgosto era perfeitamente claro em sua voz – O que ele fez? Ou melhor, o que ele pensa que você fez?
- Ele não pensa que eu fiz... Eu fiz. Eu escondi coisas dele. – Admitiu Harry, Tom riu de forma implicante e o moreno olhou alarmado.
- Não é como se ele precisasse saber de tudo... O que ele poderia fazer para te ajudar?!
- Não é questão de ajudar ou não. Eu deveria confiar nele.
- Confiar não é sinônimo de divulgar. – Explicou Tom – E também não é algo concedido tão levianamente. Quando foi que o menino Malfoy se provou digno de confiança?!
- Ele sempre esteve do meu lado. Desde o começo. – Argumentou Harry.
- Você teve que ameaça-lo. Ele se aproximou de você por medo. Foi assim que isso começou...
O mais jovem queria argumentar, mas a verdade é que não podia, não quando Tom estava certo. Tinha começado através do medo, e ao que parece, terminou da mesma forma. Ele suspirou cansado.
- Tom. Eu não quero falar sobre isso. – Harry odiou a forma como sua voz parecia estar implorando, mas não podia evitar – Não quero falar sobre ele. Podemos por favor, continuar treinando?!
O Lorde o encarou de forma analítica, como se estivesse lendo cada linha de seu corpo, lendo absolutamente tudo que Harry não queria dizer em voz alta, mas no fim ele acenou, concordando em deixar o assunto cair.
- Talvez devêssemos nos concentrar no feitiço que você vai usar com os dementadores. – Sugeriu Tom, o mais jovem acenou afirmativamente, grato por poder se concentrar em algo fora da própria mente – Mesmo que eles estejam sob meu comando agora, isso não vai garantir totalmente sua segurança. Dementadores são criaturas imprevisíveis e vão sentir qualquer pedaço de fraqueza que você possa demonstrar. Precisa estar preparado.
Harry tirou o anel, sentindo sua magia estalar sob a pele, Tom disse que esse feitiço era desgastante demais para ser executado enquanto ele usava o anel, e infelizmente Harry tinha que concordar. A primeira vez que ele tentou quase o levou a inconsciência. Treinaram por algumas horas e estavam no meio de uma demonstração quando Neville finalmente apareceu, cambaleando para fora da mansão em direção a eles. Harry parou imediatamente e correu na direção do amigo, Tom o seguiu de forma muito mais civilizada.
- Neville, como você está se sentindo? – Perguntou Harry, ele podia ver as marcas arroxeadas crescendo sobre as mangas da blusa do rapaz, ele se lembrava das suas próprias.
- Como se tivesse bebido alguma das poções erradas que eu fiz durante a aula. – Disse ele e seu rosto meio esverdeado comprovava isso – Mas não é nada que eu não possa aguentar... já bebi muitas dessas.
- E vai beber mais uma agora. – Anunciou Tom e com um Accio silencioso ele convocou um frasco de reposição sanguínea, entregando a Neville – Deve comer algo também, mesmo que esteja enjoado. Você está muito fraco e vai ficar assim por algumas horas. Venha comigo, vou te entregar um anel de contenção e explicar como funciona. – Tom começou a caminhar em direção a mansão e Harry fez um movimento para segui-lo, mas o Lorde o deteve – Você continua a treinar. Não temos tempo a perder e você ainda não dominou perfeitamente. Vou levar seu amigo até Moody, vamos tentar oclumência de novo quando eu voltar.
Mesmo sem gostar disso Harry acenou, e então os dois desapareceram dentro da mansão. O rapaz continuou a executar a magia, senti-la passar por todo seu corpo e atingir a ponta da varinha, parecia muito fácil agora, natural, mas ele só saberia quando finalmente estivesse diante de um dementador, não que ele estivesse particularmente ansioso para isso.
Estava perto da hora do almoço quando ele ouviu o som de alguém aparatando, por um segundo ele pensou que fosse Tom, mas rapidamente reconheceu que aquela não era a magia do Lorde. O rapaz então assumiu a Persona de Mordred, apenas alguns segundos antes de Lucius Malfoy surgir na clareira. Lucius olhou para ele friamente, os cortes em seu rosto ainda muito longe de cicatrizarem, o loiro caminhou em sua direção e quando parou a sua frente fez um cumprimento duro e desagradável.
- Mordred. – Disse ele, e em sua voz o nome soava como um insulto, Harry quase sorriu.
- Lucius. – Respondeu o mais jovem – O que o traz aqui?
- Tenho assuntos para tratar com nosso Senhor. – Disse ele pomposamente, Harry revirou os olhos.
- Obviamente. Venha, não há qualquer razão para esperarmos aqui fora. – E sem olhar para trás o mais jovem seguiu de volta a mansão, pensou em esperar no hall, mas Tom havia dito que qualquer reunião privada deveria acontecer no escritório e foi para lá que ele seguiu então, Lucius hesitou na porta, como se não soubesse se podia ou não entrar no cômodo sem seu Lorde, Harry por outro lado estava perfeitamente confortável e caminhou até sua poltrona usual, sentando-se e indicando o sofá a sua frente para Lucius – Sente-se Lucius, não vou morder você.
- Você parece muito à vontade no escritório do Lorde. – Sua voz era uma mistura de surpresa e acusação.
- Na ausência de Lorde Voldemort, vocês se reportam a mim. É claro que ele me permite usar o escritório. – Harry sorriu para a face alarmada de Lucius – Anthea.
Um estalido foi ouvido quando a elfo apareceu ao lado de Harry.
- Sim, jovem mestre. Em que Anthea pode ser útil.
- Por favor, traga um pouco de chá para nós.
- Claro jovem mestre. Em um segundo. – Respondeu ela antes de desaparecer com um Pop.
- A elfo lhe chama de mestre. – Salientou Lucius erguendo uma sobrancelha, a pergunta muda pairando no ar.
- Sim, ela chama. – Harry, não estava nenhum pouco disposto a responder a qualquer questionamento de Lucius, Anthea chegou e serviu a ambos, antes de se retirar discretamente, Harry bebericou seu chá calmamente, esperando o que mais Lucius diria, mas o loiro parecia decidido a não dar o próximo passo – O que quer aqui, Lucius?
- Isso é entre mim e o Lorde das Trevas. – Grunhiu o homem e Harry sorriu abertamente.
- Se você quer esperar por ele, fique à vontade. Mas tenho certeza de que o Lorde não vai ficar satisfeito em saber que você se recusou a me dar alguma informação. Principalmente uma informação importante o suficiente para fazer você vir até a mansão durante o dia. – Lucius olhou irritado, nenhum pouco confortável com a situação em que estava – Você parece pensar que eu não mereço a confiança de Lorde Voldemort.
- Você não fez qualquer coisa para se provar como alguém de confiança. – Acusou Lucius.
- Ele não precisa provar qualquer coisa a você, Lucius. – Disse Voldemort entrando no escritório, seu manto de trevas esvoaçando as suas costas.
Harry não tinha percebido sua aproximação, mas isso era sem dúvida alguma a intenção de Tom. Lucius tremeu um pouco sob sua voz, mas nada se mostrava em sua face quando ele levantou e se curvou para o Lorde, Harry estava debatendo consigo mesmo se deveria fazer o mesmo, mas Tom negou discretamente, então ele permaneceu sentado onde estava.
- Meu Senhor. – Entoou Lucius.
- O que o trás aqui, Lucius? – Perguntou Voldemort caminhando até sua mesa e se sentando, Harry se levantou dá poltrona e se moveu para ficar de pé a direita de Voldemort, Lucius olhou entre eles como se esperasse que o Lorde mandasse o rapaz sair.
- Eles invadiram a casa de Bartolou Crouch. Agora sabem que ele está desaparecido. – Informou Lucius, sem olhar para Mordred enquanto falava – Estão interrogando Percy Weasley nesse momento.
- Sabíamos que aconteceria eventualmente. – Disse Voldemort, sem parecer dar qualquer importância ao assunto – Para ser sincero, essa farsa foi mais longe do que eu imaginei que iria. Devemos agradecer a tolice crédula do jovem Weasley por isso.
O primeiro instinto de Harry era defender Percy, mas então ele percebeu que era inútil, principalmente porque Percy era um tolo crédulo e arrogante.
- O que devemos fazer quanto a isso?
- Nada. Deixe-os investigar. É um beco sem saída. – Voldemort acenou despreocupadamente – Concentre-se em se preparar para a missão que se aproxima. Essa pequena descoberta do Ministério, vai mesmo funcionar a nosso favor... Estarão muito ocupados com suas auditorias para prestar atenção a nossos planos. Suponho que você já tenha preparado os barcos.
- Sim, Meu Senhor. – Confirmou Lucius – E Narcisa e Lupin já prepararam a enfermaria. Só estamos esperando suas ordens.
- Não as minhas, Lucius. – Corrigiu o Lorde, um sorriso maníaco surgindo na boca sem lábios – Mordred vai lidera-los.
- Meu Senhor. Isso é realmente prudente? – O loiro empalideceu no mesmo segundo que as palavras deixaram seus lábios, dando-se conta do que tinha acabado de fazer.
- Está me questionando, Lucius?! Acha que não sou capaz de tomar decisões? – Sibilou Voldemort e Harry quase sentiu pena do loiro.
- Meu Senhor. Acho que Lucius não me considera digno. – Ofereceu Harry, e o loiro não pareceu satisfeito com sua interrupção, mas estava muito preocupado para dizer algo mais sobre isso.
- Você quer responder a isso, Lucius?! – Perguntou Voldemort, e Harry notou uma pontada de diversão em sua voz.
- Eu não encontrei nada sobre este garoto, meu senhor. – Começou o Malfoy, ignorando o rapaz e falando apenas para o Lorde das Trevas – Nenhum de nós encontrou. Não existe qualquer alusão ao seu nascimento... quem poderiam ser seus pais. Como foi criado. Como alguém assim, sem história pode ser digno de estar a seu lado, meu senhor?!
- Eu o criei. Sua história e tudo sobre ele pertence apenas a mim. – Respondeu Voldemort, seus olhos vermelhos brilhando com alguma emoção maníaca que Harry desconhecia, mas que estranhamente não o assustou – Mordred, por que você não mostra a Lucius onde é seu lugar?!
Harry precisou se controlar para não tremer, ele sabia que precisaria fazer algo assim em algum momento, mas ele gostaria que fosse outra pessoa que não Lucius, Draco o estava odiando e fazer algo mais contra seu pai só pioraria as coisas. Mesmo assim, Harry deu passo à frente e ergueu a varinha sem qualquer animação.
- Desipiens. – Entoou Harry sem qualquer animação, Lucius caiu de joelhos, seus olhos arregalados e face repleta de pavor e agonia, o rapaz sabia perfeitamente quais reais e aterrorizantes as imagens que Lucius via podiam ser, ele treinou aquela maldição com Blaise alguns meses antes e o Sonserino tinha conseguido um bom tiro.
- Não... – Ofegou Lucius aterrorizado – Não, não Draco. Solte-o.
- É o suficiente. – Disse Mordred engolindo em seco ao ouvir o nome de Draco, suspendendo a maldição, Lucius tentou se levantar alarmado, mas o rapaz não permitiu – Genus. - Lucius caiu de joelhos outra vez, dessa vez com um estalo doloroso, o loiro olhou para o mais jovem furioso e assombrado – Você me disse antes Lucius, que se deve tomar cuidado de não se indispor com as pessoas erradas... Eu sou uma das últimas pessoas com quem você quer se indispor. As visões que você teve não se comparam ao que eu farei com você se estragar tudo em nossa missão com sua insubordinação. Já disse que admiro sua coragem, mas coragem não é sinônimo de estupidez. Você vai me respeitar. Fui claro?! – Lucius acenou, mas não parecia sincero, Harry forçou o apelo do feitiço fazendo o homem cair sobre as mãos – Diga.
- Sim. Perfeitamente claro.
- Ótimo. – Harry o libertou e ajeitou sua postura ao lado de Voldemort, voltando a parecer imperturbável – Da próxima vez que tiver alguma informação útil. Reporte a mim. Não há necessidade de perder o tempo de nosso Senhor.
- Sim, meu senhor. – Respondeu Lucius automaticamente e Voldemort riu devido ao tratamento.
- Saia agora, Lucius. Vou chama-lo de volta quando estivermos prontos para agir. - Lucius foi rápido em se curvar, para ambos dessa vez e se retirar, Voldemort ainda estava rindo quando escutaram o loiro desaparatar – Isso foi muito mais divertido do que eu imaginei que seria. – Harry deixou a persona de Mordred cair e acenou vagamente para Tom, muito sério – Você não parece animado com isso. O que foi Harry? Eu pensei que você odiava, Lucius.
- Eu odeio. – Concordou o rapaz ainda muito seriamente – Mas eu também não queria tortura-lo.
- Você sabe que ele não te respeitaria de outra forma. – Salientou Tom encarando o rapaz, procurando algo que pudesse explicar aquela reação – Não foi sequer tão ruim quanto poderia ter sido.
- Isso não quer dizer que eu gostei. Lucius é detestável, mas é o pai de Draco. Eu não queria machuca-lo outra vez. – Afirmou o rapaz caminhando de volta até sua poltrona e se deixando cair.
- Draco. – Murmurou Tom amargamente – Então se trata do menino Malfoy?! O que aconteceu entre vocês? Você não pareceu tão incomodado da última vez que machucou Lucius.
- E esse é o problema. Eu não estava incomodado. Eu não estou. – Gritou Harry – Eu entendo que foi necessário e que se ele não me respeitar como líder as coisas podem se tornar complicadas. Mas eu não deveria entender. A alguns anos atrás nada justificaria machucar uma pessoa e agora eu quase não me importo. Eu mudei. Eu não sou mais o Harry que eu costumava ser.
- E isso te preocupa. – Não era uma pergunta, o que era bom, pois o rapaz não acreditava que podia dizer mais nada naquele momento, Tom se levantou de onde estava e caminhou até Harry, agachando-se ao seu lado na poltrona – É natural mudar.
- Mas e se eu mudei para pior? Se eu me tornar cruel e impiedoso, como...
- Como eu?! – Perguntou Tom e Harry olhou para ele alarmado, prestes a dizer algo para desmentir aquilo, mas Tom não parecia irritado – Harry, você nunca será como eu.
Algo no peito de Harry se apertou dolorosamente, porque ele sabia. Ele sempre soube que nunca poderia se comparar a Tom, mas ouvi-lo dizer aquilo o machucava de uma forma incompreensível.
- Eu sei que nunca serei. Você é Lorde Voldemort. – Disse o rapaz amargamente.
- Não foi o que eu quis dizer. – Tom pegou uma de suas mãos o surpreendendo – Você se lembra quando nos conhecemos? Eu quero dizer, o dia em que nós realmente nos falamos pela primeira vez?
- É claro que sim. – Harry quase acrescentou que se lembrava de tudo sobre Tom, mas preferiu guardar aquilo para si mesmo.
- O que você estava fazendo naquela hora?
- Eu estava sentado no balanço. – Respondeu o rapaz sem entender o que aquilo poderia significar.
- Não. Você estava prestes a levar um soco no rosto. Um grupo de garotos trouxas estava a ponto de dar uma surra em você, um deles era seu próprio primo.
- E daí?
- Daí que seu primeiro instinto quando eu apareci foi protege-los. Você não se importou com o quanto eles eram imbecis. Você só sabia que eles não tinham o poder de se defender contra mim e você tinha.
- Bom, eu tinha um complexo de herói estupido naquela época. – Disse Harry dando de ombros como se não se importasse.
- Você se preocupa com as pessoas. – Corrigiu Tom acariciando levemente a mão do rapaz – Faz parte de você e isso não mudou. Você poderia apenas virar as costas para tudo que Dumbledore vem fazendo, poderia só viver sua vida sem nunca se preocupar com nada disso, mas você está aqui, você está me ajudando a tornar o mundo bruxo melhor, porque esse é quem você é. Por isso você nunca vai ser como eu... porque eu não me preocupo com as pessoas. Eu só me preocupo em fazer o que eu quero.
- Você também quer fazer um mundo melhor para as pessoas.
- Não. Eu sou egoísta. Eu quero um mundo melhor para mim. – Respondeu Tom, sorrindo implicante, Harry gostava de ver Tom sorrir, principalmente porque ele era o único a quem Tom permitia aquele tipo de sorriso tão aberto e humano – Eu não sei o que o garoto Malfoy disse a você para te fazer sentir tão mal, e pro bem dele, é até melhor que eu não saiba, mas não há nada de errado com quem você é Harry. Não importa o quanto você mude, seu coração sempre vai valer muito mais do que o de qualquer outra pessoa. Estamos entendidos?
Harry sorriu e acenou, se sentindo muito melhor do que tinha se sentido desde que Draco terminou com ele. Estava a ponto de dizer algo sobre isso quando notou que ainda tinha uma das mãos na de Tom, e o Lorde ainda a estava acariciando calmamente, como se não percebesse o que estava fazendo, Harry corou e não sabia como reagir aquilo.
Um estalar alto sobressaltou os dois, que encararam os olhos imensos de Anthea, que sorria para eles.
- Mestres, o almoço está servido. – Anunciou ela alegremente antes de se curvar até que as longas orelhas tocassem o chão e então desapareceu outra vez.
- Vamos comer e depois continuamos a treinar oclumência. – Disse Tom, puxando ele de pé e seguindo para a sala de jantar.
Se algum deles notou que ainda tinham as mãos dadas até se sentarem ninguém disse nada a respeito.

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