— Sem querer ofender, 007. Mas matar todo mundo não é um exagero? - Alec ataca novamente.
Benjamin o olha com paciência, garanto que se o comentário fosse meu, eu já não estaria vivo a essa hora.
— Elas ou vocês? Vou deixar que escolha. - A voz do meu "sogro" soa confiante.
— Acho que sabemos a resposta. - Brian responde por Alec, que deixa seu sorriso animado vacilar.
— O senhor tem um plano? - Tento manter o clima dentro do profissional por aqui.
— Obviamente. E vamos começar fazendo uma visita à Laila e suas acompanhantes. Eu e você, Ruggiero. - Ele olha pros meninos e continua: — Quanto menos gente for melhor.
— Eu concordo. - Alec senta, bastante aliviado, devo dizer.
— Enquanto isso, - Benjamin continua. — Nem uma só palavra a Lottie. É preciso que façam algo.
— É só dizer. - Derek também mostra seriedade.
— Preciso que reúnam o dinheiro da dívida. Não deixarei que eles levem nenhum tostão, mas a armadilha pode ser necessária se eu não os pegar a tempo.
— Eu já pedi ao meu gerente que fizesse a retirada. - Digo.
— Ótimo. Autorize seus amigos a buscarem a grana.
— E como é que nós vamos andar com esse dinheiro todo por aí? - Alec pergunta.
— É mesmo perigoso. - Brian completa. Benjamin revira os olhos, iguaizinho a Charlotte.
— Deixarei pessoas cuidando da segurança de vocês. Não se preocupem. Por hora, é isso. Tenham uma boa tarde.
E ele sai, assim como entrou, do nada. Ficamos todos nos olhando sem pronunciar uma única palavra.
— Até que foi bem tranquilo, né?! - Derek quebra o silêncio e lanço um olhar mortal pra ele.
— Não dava pra ter avisado antes? - Questiono, já com a mandíbula travada e os punhos também.
— E estragar a surpresa?
— Sorte sua que a Charlotte gosta muito de você. Do contrário, te deixaria sem dentes agora mesmo.
— Não seja exagerado. Eu trouxe a solução dos seus problemas. Então, ao invés de querer me dar uma surra, por que não agradece o favor?
— Ei, bonitinho. Você quer mesmo testar a paciência do capitão? - Alec vai até ele.
Não que eu fosse partir pra cima do cara sem motivo algum, até porque, realmente, ele ajudou pra caramba. Mas ele merecia um soco por ter me apresentado o pai da Charlotte justo agora. Tá, um soco não, um saquinho. De leve.
(...)
Dois dia depois de ter conhecido Benjamin, ele entra em contato e marca comigo na esquina do prédio da Louise.
Lógico que sou pontual, não quero dar mole com, eu espero, meu futuro sogro. Sua postura está mais ameaçadora do que eu me lembrava e tento imitá-lo quando chegamos a porta do "inimigo".
Greta é quem abre a porta e uma cara de surpresa dá lugar a um sorriso rápido demais.
— Eu sabia que você viria. - Sua voz ainda me causa ânsia. Como pude me envolver com isso?
— Precisamos conversar. Todos nós. - Digo sem demonstrar nenhum sentimento.
— Sua tia está? - Benjamin se pronuncia. Claro que ele sabe que todas estão presentes, foi apenas uma pergunta retórica.
— Está sim. Entrem! Entrem! - Ela se atrapalha ao nos dar passagem e tentar ser sexy ao mesmo tempo. Que dó.
Laila e Louise aparecem segundos depois de adentrarmos o pequeno apartamento. Observo tudo a meu redor e não entendo como alguém que deu uma festa como aquelas mora nessas condições. Quer dizer, o apartamento, apesar de pequeno, poderia ser bem mais arrumado, é limpo.
Laila está branca como uma folha. Seu olhar está fixo no homem que é pai de sua filha. Sinto que estou perdendo uma boa parte do que aconteceu, mas finjo demência porque não tenho nada a ver com isso.
— C-como? P-Por q-que? - Ah, é daí que veio a gagueira da Charlotte.
— Laila, soube que está ameaçando minha filha, então, temos assuntos pra tratar, não é mesmo?
— E-Ela é mi-minha fi-filha também.
— Fomos péssimos pais, confesso minha parte nisso. Mas você sempre soube o porquê da minha ausência e eu sabia que a Charlotte teria ao seus pais. Mas, assim que a vi sozinha, voltei pra recuperar o tempo perdido. E você voltou também. Quer me contar o motivo?
Laila engole em seco. As meninas estão igualmente pálidas.
— Não se mete nisso, Benjamin. Eu te peço.
— Se o assunto fosse só seu, eu não me meteria mesmo. Mas você envolveu minha filha.
— Vai bancar o papai preocupado? - Ela toma outra postura.
— Eu sou um pai preocupado. E vou garantir que minha filha não tenha mais problemas nem com você e nem com ninguém. Nem que pra isso- Ele não termina.
— Vai ficar me ameaçando, Ben? - Ela muda até o tom de voz. — Você jamais me faria mal. Sempre foi apaixonado por mim e morreria se eu te pedisse.
— Isso foi antes. Agora eu te mataria pela minha filha.
— E você acha que é isso que ela quer? Que o papai suje suas justas mãos com o sangue da mamãe?
— Você já está com seus dias contados. Conheço seus cobradores e ambos sabemos que falta pouco. - Ele olha para três, uma por uma.
— Mas você tem um plano, se bem te conheço. Porque, inteligente como é, sabe que a dívida não será paga somente com nossos sangues.
— Sei que não. Mas se for preciso usar o seu sangue pra proteger a minha filha, eu não hesitarei.
Vejo quando a coragem some dela e as lágrimas começam a surgir, lentamente.
— Ben, por favor, por todo amor que sentimos um pelo outro, por toda a nossa história, por todas as promessas que você me fez. - Ela se aproxima dele e toca seus braços. Laila se submete ao cúmulo da humilhação quando se ajoelha na frente dele e continua a implorar: — Me ajude. Você sabe como, eu sei. Você sempre foi meu herói. Me salva, Ben. Me salva.
Benjamin está olhando para mulher abraçada a suas pernas. Parece que apenas os dois estão ali. Então eu vejo passar pelo seu rosto um sentimento que arrepia cada pêlo do meu corpo.
Oi gente,
Demorei, mas cheguei.
Será que Benjamin vai ajudar a Laila?
Espero que gostem do cap e não esqueçam a estrelinha.
Novidade: PQLVC passou VouD no número de views e tudo 😂 Se você ainda não leu VouD, corre lá porque é muito bom, modéstia à parte. Ele era meu número 1, agora é 2. Mas tem parte do meu coração, então, indico muito.
Também estou reescrevendo "Talvez um felizes para sempre", se você não leu. Juro que vocês vão viciar comigo. Quem leu pode confirmar.
Propagandas a parte.
Amo vocês.
Beijos, S. 💗