O ar fugiu. Foco um ponto na parede branca a minha frente. Tento puxar o ar mas meus pulmões não obedecem.
— Você precisa manter a calma agora.
— Manter a calma? Por que você fez isso?
— Não foi por maldade. Eu juro. Eu vou contar a verdade e vocês vão ficar bem. Ele vai entender que eu também não sou um babaca. - Derek se explica, já que chamou o Gabe pra vir até a casa dele.
— Ele não vai entender. Ele vai quebrar a sua cara e só depois perguntar. E você vai merecer. - Gabe é a pessoa mais ciumenta que eu já vi.
— Vamos esperar e esclarecer tudo.
Sento com braços e pernas cruzadas. Passam 20 minutos e começo a roer as unhas. Onde está o Gabe?
— Ele já deveria estar aqui. - Meu coração se aperta.
— Só se ele ficou com medo e desistiu. - Derek brinca, mas eu não acho graça. — Relaxa, ruivinha. Ele já vai entrar por aquela porta reivindicando sua garota.
— Me empresta seu celular. Vou ligar pra ele.
Ele me passa o telefone, mas quando eu ligo só dá caixa de mensagens. Meu coração já não bate normalmente e minha respiração falha.
Ligo pra Brian.
— Você viu o Gabe? - É o que Pergunto quando ele diz alô.
— Charlie? Que número é este?
— É do Derek. Me responde, Brian! Cadê o Gabe? - Sou impaciente.
— Passa o telefone pro Derek.
— NÃO! Cadê o Gabe? Responde Brian!
— Você precisa ficar calma, Charlie. Passa o telefone pro Derek. Eu vou falar com ele e depois com você.
— Um caralho. Fala agora! CADÊ O MEU NAMORADO? - Meus olhos já estão inundados. Sei que aconteceu algo ruim.
Brian respira fundo do outro lado da linha.
— Gabe sofreu um acidente. Ele-
E eu não ouvi nada além disso.
O celular caiu. Derek deve ter pego do chão, mas eu não vi. Fui perdendo as forças das pernas e caindo. O choro ficou sufocado.
Eu não conseguia soltar o grito de pavor que estava preso dentro de mim.
Onde está o meu namorado? Gabe não fez isso! Ele não fez!
— Se levanta, Ruivinha! Vamos! - Derek tenta me levantar.
Mas eu só consigo olhar pra ele e não raciocinar. Raciocinar dói. Porque se eu raciocinar, eu vou saber! Vai ser real, e não pode ser! Isso é um tremendo de um pesadelo!
— Charlotte, olha pra mim! - Não consigo focalizar seus olhos. — Charlotte, você precisa ser forte agora. Ouviu? Me escuta!
Escutar o quê?! Eu já não conseguia ouvir mais nada.
A dor se intensificou tanto, ela foi a um patamar tão agonizante, que eu não aguentei. Tudo ficou escuro e eu só ouvi:
— Puta que pariu!
— Charlotte! Charlotte! Acorda! - É a senhora Susan.
Como a mãe do meu namorado está aqui na minha frente agora? Seus olhos inchados e vermelhos. Suas roupas amassadas.
— Que bom que você está acordando, querida! - Ela diz.
Olho ao redor e estou em um quarto branco de hospital. No sofá está Derek e Brian. Eles se levantam e vem até mim.
— Eita, Ruiva. Que susto! - Derek é o primeiro a falar. Brian ainda está com o olhar baixo.
— O que houve? - Eu pergunto para Brian. Mas é Derek quem responde.
— Você desmaiou, ruivinha. Eu entrei em pânico quando não consegui te acordar. Trouxe você correndo para esse hospital e encontrei nosso amigo aqui e a mãe do seu namorado.
Então uma enxurrada de pensamentos invade meus pensamentos e meus olhos se enchem de lágrimas. Olho pra Susan, que está calada no canto do quarto.
— Onde está o Gabe? - Pergunto para qualquer um que esteja pronto pra me responder.
Susan se vira pra mim e me olha com ternura.
— Descanse, querida!
— Desculpa, Susan! Mas eu preciso saber onde está o Gabe. Que tipo de brincadeira é está? Cadê ele?
Brian toca minha mão.
— Gabe sofreu um acidente de carro hoje.
— ONDE ESTÁ O MEU NAMORADO? - Grito em desespero.
— Ele está na mesa de cirurgia. Mas não há muitas esperanças.
— O quê? - Tento me levantar, mas uma tontura se abate sobre mim e perco o equilíbrio.
— Charlie. - Sua mãe vem e me abraça.
Eu me solto, sem muita delicadeza.
— NÃO. QUE PORRA É ESSA DE ESPERANÇA? - Grito pra Brian.
— Se acalma, Charlotte. Não adianta ficar assim.
— VOCÊ ESTÁ LOUCO. GABE, - Começo a gritar. O desespero tomando minha sanidade. — GABE! ONDE VOCÊ ESTÁ? ME ESCUTA, SEU PANACA, NÃO SE ATREVA A MORRER! NÃO SE ATREVA A MORRER, BABACA! ME ESCUTA DE ONDE VOCÊ ESTIVER, EU TE AMO. TE AMO, OUVIU? NÃO PARTA MEU CORAÇÃO ASSIM! VOLTA GABE! VOLTA PRA MIM, BOBÃO! PARA DE BRINCADEIRA! POR FAVOR! POR FAVOR! NÃO MORRE, NÃO ME DEIXA, NÃO MORRE MEU AMOR!
As palavras eram gritadas e eu esperava que surtissem efeito. Que onde ele estivesse pudesse me ouvir e voltar. Voltar pra mim.
— Porque nosso amor é mais forte que isso, não é? - Falo segurando em Susan. — O cara não morre e deixa a mocinha chorando não é? Ele vai voltar e vai me pedir em casamento em uma viagem à Disney como eu sempre sonhei, não vai? Nós vamos ter filhos e levar eles pra te ver e brincar naquele enorme jardim que vocês têm. É este o nosso clichê, não é?!
Susan está chorando tanto quanto eu e parece desesperançada.
Mas eu não tenho essa opção. Eu não posso perder a esperança. Perdê-la significa perdê-lo.
Perder o cara que me ensinou a beijar, a amar, a perdoar... Eu não posso. Não posso desistir disso.
Mas essa dor aperta. Ela sufoca. E eu não consigo. Não consigo manter meus olhos abertos. E fico grata quando a inconsciência me leva.
Oi gente,
Continuo sem palavras e torcendo pelo Gabe!
Meu coração ficou apertado com o cap. Como vocês estão aí?
Como já foi dito, PQLVC é um livro físico e estou tentando postar aos poucos e ele completo só vai ficar por pouco tempo.
O livro tá esgotado em todas as plataformas. Por isso decidi postar pouco a pouco até que a editora reponha.
Eu tenho algumas unidades comigo disponíveis pra compra. Elas vão autografadas caso queiram. Então, me chamem no meu Instagram @sarahcagiano pra combinarmos.
Lembrando que ele custa 50 do livro (preço dos sites) + 18 do frete pra qualquer lugar do BRASIL!
Não consigo nem pensar nas estrelinhas, só quero o Gabe bem! Levem isso em consideração.
Amo vocês.
(E o Gabe)
Beijos, S. 💗