Eu estou naqueles pesadelos que parecem reais. Não estou? Porque não faz o menor sentido um cara vir por trás da minha, digo, da Charlotte. Agarrar ela e eles terem um momento "casalzinho" na minha frente. Tem?
— Derek. - Ele estende a mão pra mim. Mas sua outra mão está rodeando a cintura da nerd. — Muito prazer. Você é?
Não consigo tirar os olhos da mão dele na cintura dela. Charlotte percebe e, bem lentamente, tira ela de lá. Não precisava demorar tanto pra fazer isso.
— Este é o Gabe. Capitão do time e o garoto mais popular daqui. - Charlotte faz as honras. - Gabe, este é o Derek. Ele é-
— O melhor amigo de todos. - Ele completa e dá um beijo demorado no rosto dela. É crime eu quebrar a cara dele aqui e agora? Porque minhas mãos estão quase incontroláveis. Estou tentando, juro que estou.
— De onde você surgiu? - Pergunto sem cerimônia alguma. Ele sorri em desafio. E eu não retribuo. Se isto fosse um desenho, minha cabeça estaria vermelha e soltando fumaça, enquanto um barulho de apito de trem tocava.
— Eu vim estudar aqui. - Ele responde.
— Por quê? - Continuo o inquérito.
— Bom, acho que já está tarde né?! Você deve estar atrasado pro treino, Gabe. - Charlotte se intromete. Olho para ela e seus olhos estão suplicantes.
— Nos vemos mais tarde? - Digo baixo, só pra ela. Mas a proximidade do indivíduo é tanta que é possível que ele tenha ouvido.
Charlotte anui. Me viro e sigo meu caminho. Quer dizer, o início do meu pesadelo.
Como se não bastasse "brigar" por ela com o meu melhor amigo, vou ter que fazer isso com o melhor amigo dela também. Eu devo ter feito muita merda na minha vida.
Mas, como dizem, sorte no jogo, azar no amor, certo? Errado! No jogo o treinador está me detonando. Fazendo eu treinar 10x mais por causa de algumas ausências justificadas.
— O que está havendo com você? - Brian vem até mim ao término do treino.
— Fora o treinador quase comer meu fígado hoje? - Ele anui e ri. — Fora um monte de matéria que eu tenho que aprender?
— Você sempre pode contar com a Charlotte. - Ele soa sincero.
— Eu sei. Ela continua sendo minha tutora. Você conheceu o cara novo?
— Cara novo?
— Derek. Ele e a Charlotte pareciam íntimos e próximos. Se eu fosse você abria meu olho.
— Por causa do cara novo?
— Porque se não você vai perdê-la.
— Acho que você deveria ouvir seu próprio conselho.
— Como assim?
— Vai deixar o cara chegar agora e levar a Charlotte? - Ele indaga. O que eu perdi?
— Cara, você quer ajuda pra acabar com ele? Porque eu sozinho consigo, e aí você vai ter a garota-
— A Charlotte não é minha garota e você sabe disso. - Ele diz.
— Eu sei?
— No fundo você sabe. E eu sei sobre vocês.
Merda!
— Cara, me desculpa. A culpa foi minha, não dela. Eu deveria ter controlado meus impulsos e- Tento uma explicação, ainda que não exista uma. Mas ele está rindo e me interrompe.
— Não precisava ser um gênio pra adivinhar. Você parecia que ia engolir a garota com o olhar. Mas eu só acreditei mesmo depois que ouvi da boca da própria Charlotte .
— Ela contou pra você? - Ele anui. — E vocês estão bem?
—Sim.
Dou de ombros, porque simplesmente não entendi. O cara sabe sobre tudo. Tipo, tudo mesmo.
— Cara, de qualquer forma, me desculpa. E eu me ofereço, voluntariamente, pra fazer o amigo dela correr daqui.
Ele ri.
— Você deveria investir seu tempo em trazer a Charlie de volta e não em assustar alunos novos. Pense nisso.
— Ok. Essa história já está estranha demais pro meu gosto. Conta logo o que rola entre vocês dois. Porque não faz o menos sentido você querer que eu invista na sua garota, quando, claramente, você vive com ela pelos cantos.
— Primeiro, a Charlie é uma pessoa incrível e é linda. Apesar de ser bem esquisitinha, as vezes. De um jeito bom, claro. Mas não rola nada entre nós. Eu tentei, você sabe. Mas ela deixou tudo bem claro. Ela está a fim de você, cara. Por que não pára de dar mole e vai atras dela? Antes que outro faça por você-
Eu só consegui compreender até q parte que ela está afim de mim. Parei pra deixar aquela frase entrar e não pensei duas vezes. Corri pra casa e encontrei ela lá. A nerd estava no meu portão, esperando como sempre.
Caminho até ela, meu olhar fixo, como se não existisse nada no mundo além dela. Ela olha para os lados examina sua roupa e franze as sobrancelhas em um claro sinal de confusão.
— Por que você tá me olhando com essa cara de bobão? - É a primeira coisa que ela diz. Meu sorriso se abre ainda mais. — É sério, panaca. Você está me assustando.
— Você é linda. - É tudo que eu digo. Ela faz cara de surpresa.
— Qual parte eu perdi?
— Se você entrar comigo agora eu te explico. Quer dizer, eu te mostro.
Ela sorri de lado e eu a levo pra dentro.
— Olha só, se não é o meu casal preferido. - Minha mãe aparece. Meu pai logo atras.
— Se resolveram? - Meu progenitor é especialista em me envergonhar.
— Nós vamos estudar, ok?
— Devo avisar se precisar entrar no seu quarto, filho? - Minha mãe entrou na onda. Estou feito. Charlotte está com seu rosto abaixado, também morrendo de vergonha, certeza.
— Só vamos estudar. Mas, de preferência, aquela coisa de bater na porta antes de entrar seria bem-vinda. Por educação, entendem? Acho que ouvi sobre isso em alguma parte da minha infância. Acho que foi no dia que eu estava entrando no escritório e vocês dois-
— Eu já entendi, garoto. Vão estudar!
Parece que o jogo virou, não é mesmo?! Meus pais ficam vermelhinhos. E aproveito a deixa pra puxar Charlotte pro meu quarto e explicar minha "súbita" mudança de comportamento. Explicar não, mostrar!
Oi gente,
Desculpa pelo atraso, descumpri minha promessa. Em minha defesa, tô com bastante trabalho acumulado e dando um jeito em tudo. Desculpas, desculpas, desculpas.
Mas, o que acharam do cap?
Espero que gostem. Foi feito na correria, mas dei o meu melhor.
Aperta a estrelinha e deixa um comentário bem amorzinho pra eu ler.
Amo vocês.
Beijos, S. 💗