2 - Colorindo uma vida de ton...

By Lanny_Ferreira

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Esse é um livro lésbico que trás a segunda temporada da história: Clara e Duda. Deixo meus grandes agradecime... More

2º TEMPORADA DE CLARA & DUDA
Capítulo 1 - Eduarda
Capítulo 2 - Melissa
Capítulo 3 - Conspirações
Capítulo 4 - Estupro
Capítulo 5 - Rafael
Capítulo 6 - Consciência
Capítulo 7 - Noite na praia
Capítulo 8 - Devaneios
Capítulo 9 - Madrugada
Capítulo 10 - Pesadelos
Capítulo 11 - O despertar
Capítulo 12 - Revelações
Capítulo 13 - Telefonema
Capítulo 14 - O beijo
Capítulo 15 - Lívia
Capítulo 16 - Sem rumo
Capítulo 17 - Surpresa
Capítulo 18 - Reconciliação
Capítulo 19 - Pizza
Capítulo 20 - Xixi
Capítulo 21 - Análise clínica
Capítulo 22 - Hora da verdade
Capítulo 23 - Quem é o pai?
Capítulo 24 - Social
Capítulo 25 - É você?
Capítulo 26 - O ogro de bom coração
Capítulo 27- Um novo dia
Capítulo 28 - Bola de demolição
Capítulo 30 - O diario
Capítulo 31 - Ciúmes?
Capítulo 32- Um sentimento sem rótulos
Capítulo 33- O peso do passado
Capítulo 34 - Sexo ou amor?
Capítulo 35 - Desisti
Capítulo 36 - Jornal
Capítulo 37 - Uma nova chance
Capítulo 38 - O hospital
Capítulo 39 - Laura
Capítulo 40 - Samatha
Capítulo 41 - Ultrassom
Capítulo 42 - 6 meses depois
Capítulo 43 - 9 meses de gestação
Capítulo 44 - Embriagada de saudades
Capítulo 45 - Laura e Lívia
Capítulo 46 - Lara
Capítulo 47 - Agentes investigativos
Capítulo 48 - Sitio em Petrolina
Capítulo 49 - Você ainda a ama?
Capítulo 50 - Festival de balões
Capítulo 51 - O plano
Capítulo 51 - O plano -bônus
Capítulo 52 - EUA
Capítulo 53 - O passado
Capítulo 54 - Clara
Capítulo 55 - Parte final

Capítulo 29 - Domingo

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By Lanny_Ferreira

Domingo - Porto de Galinhas - Pernambuco

***

Lívia

**

— Laura, só mesmo você para me fazer sair de casa quando tudo que mais quero é deitar na minha cama e chorar até esquecer meu próprio nome. — pontuei. 

— Liv, olha seu corpo? Olha esse bumbum perfeito? Olha essa cinturinha de barbie? Olha essa cor de pele? Acha mesmo que iria te deixar gastar esse belo domingo chorando? Pior por aquela garota? O mundo precisa ter a chance de ver a mais bela obra de arte já esculpida por Deus. —  falou dando-me a mão e me girando no meio da praia. —  Você nasceu para andar de biquíni. Esse corpo me causa inveja. 

— Por um momento tive medo que finalizasse a frase com a palavra: "vontade". —  rimos juntas. 

— E por que não? Me deu a chance de repensar e reformular.  

— Sem gracinhas senhorita Laura, ou ficarei extremamente envergonhada.  — me escondi atrás de um sorriso tímido. 

— Desculpa, mas é que mesmo tendo te conhecido há menos de três dias, já me sinto tão ligada a ti. Eu criei simpatia por você desde o primeiro momento, não sei exatamente por qual motivo. Creio que talvez ver a garota que mais odeio te tratar mal, me fez querer me aproximar e cuidar de ti, ser sua amiga. Ou talvez eu goste de ti sem porquês. — ela sorriu timidamente e continuou. — estou feliz que tenha aceitado meu convite de vir a praia. Seria terrível estar aqui sem você.

 — Me fale sobre você? Estamos aqui, agora, neste lugar, mas ainda somos quase duas completas estranhas. Não sei nada de você, exceto o fato de que é a redatora chefe da minha ex e tem um carro tão lindo que nem parece de verdade. (risos) — continuamos caminhando pela praia, sentindo nossos pés tocando a areia macia e a conversa fluindo. 

— O carro foi presente do meu pai. Nem faz muito tempo que ganhei. Foi um agrado pela graduação. Bom, vou falar sobre mim, mas depois quero te ouvir também. É justo! — ela respirou fundo e deu continuidade. — Sou Laura Scarlett. Tenho 22 anos e conclui minha faculdade de jornalismo há alguns meses atrás. Entrei no jornal fazem quase dois anos, inicialmente como estagiaria e quando conclui meu grau facultativo tomei a posição e a responsabilidade de redatora-chefe. 

— Céus! O jornal te deu a confiança de dirigir toda equipe, sendo que até então era somente uma estagiaria? Não que eu esteja duvidando da sua capacidade... Longe disso, mas é que tem tanta gente lá sonhando com essa vaga. Eduarda mesmo sempre a quis. Lembro que por vezes ela me falou sobre sua vontade se se tornar uma grande jornalista e crescer naquilo que faz.

— Vou te contar algo que quase ninguém daquela redação sabe, além de um número limitado de funcionários confiáveis.

— Diga-me? — a curiosidade já me dominava.

— Sou a dona do jornal. Bom, na verdade sou a filha do dono. O que dá quase no mesmo. Eu não deixo que todos saibam sobre esse detalhe para que não pensem que estou lá apenas por isso. Eu estudei muito para merecer o cargo em que estou e até meu pai confia-lo a mim, eu tive que mostra-lo  que eu o merecia. Meu pai me desafiou a me sustentar sozinha e manter minhas responsabilidades no trabalho apesar com um salário de estagiaria. Disse que se eu passasse um ano sem precisar do dinheiro dele e conseguir crescer no jornal sem que soubessem sobre minha paternidade, eu seria a pessoa a quem ele confiaria toda a redação. E eu consegui. Antes de me tornar redatora, fui estagiaria, colunista. Foi um teste árduo e eu o consegui. Ele não me deu simplesmente por ser sua filha, deu porque eu o mereci. É por isso que não falo do meu parentesco abertamente. Não quero que duvidem da minha capacidade, da minha paixão pelo que faço. Há quem me chame de "megera", "cobra" e entre outras coisas nos corredores da redação, eu mesma já ouvi varias vezes, mas é que sou extremamente exigente, mas não misturo meu profissional com meu pessoal, do contrario, sei que se eu fosse uma daquelas riquinhas mimadas, eu já teria demitido muita gente dali, inclusive sua amada. — ela me olhou como se tivesse tirado um árduo e pesado segredo das costas.

— Não se preocupe, seu segredo estará a salvo comigo. Nem Eduarda, nem Guilherme saberá por mim. — tranquilizei. — Caramba, você é mesmo uma caixinha de surpresa. Nunca imaginei que estaria andando pela praia com uma das garotas mais ricas da capital.

— Se tivesse me conhecido há um pouco mais de tempo atrás, teria que lidar com uma dura que contava centavos com o misero salario de estagiaria. Saiba que sou muito mais que isso. Sou bem mais do que meu carro, do que meus vestidos e sapatos caros, do que meu dinheiro... Sou por trás disso tudo uma garota incrível. 

— Modéstia parte. — completei sorrindo.   

— Hein, modéstia não é meu forte. Sou leonina, dá licença môfia? Deixe eu me amar. (risos)

— Tu nem é essas coisas todas... Nem te acho linda. Você nem fode meu psicológico só com um sorriso. Essa marra de redatora madura nem me deixa encantada. — sorri fingindo pouco interesse. 

— Aé senhorita Lívia? Corra já, porque se eu te pegar, vou te fazer tantas cocegas que só vou parar quando se desculpar pelo que disse. — ao ouvir isso sai em disparada me distanciando o mais veloz possível dela.

Ela me alcançou e me derrubou na areia da praia, caindo por cima do meu corpo e deixando nossos olhares se cruzarem em meio a toda aquela imensidão. Eu me senti tímida, mas não conseguia parar o momento... Ela pouco-a-pouco aproximava nossos lábios e quando eu quase já estava me rendendo a situação, ouço uma voz rouca e grave chamar meu nome. Laura apressadamente saiu de cima de mim e quando me dei conta de quem se tratava quase vomitei com a visão. Era Rafael na companhia de Samantha. Porque sempre ele para atrapalhar minhas noites e dias? A imagem de ambos juntos me incomodava. Não sei explicar exatamente a causa, mas o sorriso de Samantha me fazia sentir uma sensação ruim. Porque eles estavam na praia e pior: j-u-n-t-o-s? Alguém me explica? 



Rafael

**

Eu odeio sentir esse caralho de dor que rasga meu peito. Que porra é essa? Porque essa garota estava em cima dela? Se eu soubesse que ao decidir caminhar pela praia me depararia com essa imagem, teria desistido. Me sinto um tonto por te-la cuidado por toda a noite e curado seus machucados e feridas do coração, para que na manhã seguinte ela esteja esbouçando com outra um sorriso que deveria ser para mim.  

— Lívia? — Chamei seu nome ao presenciar com pesar a cena. Felizmente cheguei a tempo de impedir... eu não me perdoaria se esse beijo acontecesse, se é que já não aconteceu um outro antes, mas apenas pensar na hipótese me mataria. 

— Vocês por aqui também? — indagou se recompondo da queda. — Perseguição ou coincidência? 

— Claro que coincidência. — Samantha respondeu antecedendo-me. Senti uma dose de ciúmes em sua afirmação... Seu timbre estava firme, como nunca antes esteve.

— Pois é, nós também por aqui. Decidimos aproveitar o belo domingo de sol. — tentei forçadamente oferecer um sorriso educado. — Bom, foi um prazer vê-los, mas estamos de saída. Passei aqui apenas para cumprimenta-las ao vê-las de longe. 

— Jura? Pensei que a palavra certa fosse "atrapalhar". — Lívia me disse com antipatia. 

— Nem sei por que ainda tento ser educado com você. Me perdoe então por ter "atrapalhado". — vociferei fazendo aspas no ar com os dedos. — Vamos embora Samantha? Vamos deixar o casal se divertir. 

— Não somos um casal. — Liv disse prontamente. — diferentemente de vocês. 

— Vendo de longe, eu podia jurar que eram. Mas enfim, não me diz respeito. Se cuidem e tenham um bom domingo. — segurei forte a mão de Samantha e a guiei para longe dali.

Samantha

**

Por que ele parece tão incomodado com a visão de ambas juntas? Até minutos atrás estava sorridente e fazendo tantas piadas, agora simplesmente fecha a expressão e me faz sentir como se fosse apenas parte da paisagem. Se fosse em outra situação eu estaria feliz por ele ter segurado minha mão na frente de todos, mas nessa situação, faz parecer que ele está me usando para causar ciúmes numa garota que estava praticamente beijando outra. Estou me sentindo tão patética. Sinto de forma tão visível o incomodo constante dele quando se trata dela. No outro dia, na social, pude sentir o quanto estava apressado para se livrar de mim e correr para cuida-la, sei que ele jamais me afirmaria isso, mas no fundo sei que foi exatamente o que aconteceu. Eu podia ver em seus olhos que ele queria cuidar da garota que ele tanto afirma sentir desprezo. A pior parte de tudo é que sei que ele está apenas tentando se enganar. Pode ser tudo, exatamente tudo o que ele sente por ela, menos desprezo. Essa expressão fechada ao vê-la com outra. Esse brilho nos olhos quando a viu. São sinais... E eu daria tudo para estar errada, porque eu queria ser a garota que lhe causa tudo isso.  



Laura

**

Ela mudou. Não é a mesma Lívia que até meia hora estava rindo e brincando comigo na areia. Ele se foi, mas deixou um clima tenso por aqui. Afinal, quem é esse idiota? Lembro-me de te-lo visto na social, mas não sei quem ele representa na vida de Lívia. Será um ex namorado? A forma tensa como ela ficou em sua companhia me faz acreditar nessa possibilidade. Mas ela me falou somente sobre Eduarda como ex, afinal de contas, de onde surgiu esse cara? Brotou do chão só para atrapalhar meu beijo? Não posso acreditar que o destino esteja jogando tão fortemente contra mim. Não basta Eduarda, agora mais esse? 

— Ele foi seu namorado? — indaguei vencida pela curiosidade.

— Não! Claro que não. De onde tirou isso? — ela parecia surpresa com minha indagação.

—De onde tirei? Essa pergunta é realmente seria? Vocês pareciam estar no meio de uma DR de casal... Eu e a outra garota ficávamos nos olhando como se fossemos parte de uma plateia invisível para vocês. Ele me pareceu bem chateado por minha presença ao seu lado... e você me parecia ainda mais pela menina com quem ele saiu de mãos dadas. 

— Por Deus Laura, chega de falar essas tonterias. — reclamou impaciente. —  Meu domingo já foi para o espaço... É melhor irmos embora.

— Vai mesmo deixar que estraguem o domingo que até então estava perfeito para mim?

— Eu nem devia ter saído de casa. Eu disse que não estava bem para sair, mas você insistiu e insistiu...

— Está bem Lívia, se é o que desejas, vamos embora. Não sabia que mudaria tão rapidamente de humor. — caminhei apressadamente, deixando-a para trás. 

— Será que você poderia me esperar? — gritou.

— Se quiser me alcançar, aumente os passos... Não estava com tanta pressa para ir embora? Então vamos. — vociferei.

— Você está brava comigo? — ela indagou me fazendo parar os passos para responde-la olhando em seus olhos. 

— O que acha? Estava tudo perfeito até você simplesmente começar a me tratar mal. Eu não sou uma idiota, Lívia. Não sou invisível e não vou deixar que comece a me tratar como se fosse. Se quer ir embora, nos vamos, porque para mim esse domingo também já deu. — voltei a caminhar apressadamente. 

— Laura, me perdoa por favor. Eu não quis te chatear. Não imaginei que ficaria assim... — lhe dei apenas o silencio como resposta e continuei seguindo. 

Quando me dei por conta, já estávamos dentro do carro no meio de uma discussão que até parecia não ter fim. A verdade é que eu estava cansada de falar, cansada de sentir, cansada de ouvir. Simplesmente calei-me e deixei que o ciúmes em mim, morresse em meu peito. Meus olhos se perdiam na imensidão do caminho e meus pensamentos estavam absorto. Talvez eu estivesse me metendo em um barco naufrago e me afundar junto não seria o melhor. 

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