Reluscer - O Sucessor

By laurelcantuaria

127K 9.5K 6.6K

No território Dartion, durante o início da guerra, o Rei Rafiq enviou seu filho recém-nascido para o mundo hu... More

Sobre a obra
Parte 1 - Transição
01 - Os primeiros passos (parte 1)
01 - Os primeiros passos (parte 2)
02 - Entre perdas e descobertas (parte 1)
02 - Entre perdas e descobertas (parte 2)
02 - Entre perdas e descobertas (parte 3)
03 - O intruso (parte 1)
03 - O intruso (parte 2)
04 - Conhecido pelo desconhecido (parte 1)
04 - Conhecido pelo desconhecido (parte 2)
04 - Conhecido pelo desconhecido (parte 3)
05 - A chegada do sucessor (parte 1)
05 - A chegada do sucessor (parte 2)
06 - De bobo a príncipe (parte 1)
06 - De bobo a príncipe (parte 2)
06 - De bobo a príncipe (parte 3)
07 - O segredo do futuro (parte 1)
07 - O segredo do futuro (parte 2)
08 - Trabalhando em equipe (parte 1)
08 - Trabalhando em equipe (parte 2)
09 - Sereias (parte 1)
09 - Sereias (parte 2)
10 - As aparências enganam (parte 1)
10 - As aparências enganam (parte 2)
11 - Agir como um leão (parte 1)
11 - Agir como um leão (parte 2)
11 - Agir como um leão (parte 3)
11 - Agir como um leão (parte 4)
12 - Quando um líder incomoda (parte 1)
12 - Quando um líder incomoda (parte 2)
13 - A arte e o futuro (parte 1)
13 - A arte e o futuro (parte 2)
14 - A morte (parte 1)
14 - A morte (parte 2)
Segunda parte do livro - Turbulência
15 - A face de Alssami (parte 1)
15 - A face de Alssami (parte 2)
15 - A face de Alssami (parte 3)
16 - Perfeito demais para dar certo (parte 2)
17 - Coração de barro (parte 1)
17 - Coração de barro (parte 2)
18 - Seguir em frente (parte 1)
18 - Seguir em frente (parte 2)
19 - A explosão (parte 1)
19 - A explosão (parte 2)
20 - Sobreviventes? (parte 1)
20 - Sobreviventes? (parte 2)
21 - Concentração Dartion
22 - Lutando por uma escolha
23 - Treinamento
24 - Mergulhando no passado (parte 1)
24 - Mergulhando no passado (parte 2)
25 - O aviso (parte 1)
25 - O aviso (parte 2)
25 - O aviso (parte 3)
26 - O primeiro ataque (parte 1)
26 - O primeiro ataque (parte 2)
27 - Reação (parte 1)
27 - Reação (parte 2)
28 - Uma surpresa a cada degrau (parte 1)
28 - Uma surpresa a cada degrau (parte 2)
29 - O início do fim (parte 1)
29 - O início do fim (parte 2)
30 - A dor
31 - Duas vidas, uma escolha (parte 1)
31 - Duas vidas, uma escolha (parte 2)
32 - Recomeçar
Notas do autor

16 - Perfeito demais para dar certo (parte 1)

1.8K 151 216
By laurelcantuaria

O leão havia feito tudo o que eu disse. Foi assustador e, ao mesmo tempo, curioso. Naquele instante, ele estava com uma das patas erguidas, como se fizesse uma saudação.

Céus. Como isso é possível? Pensei.

— Domador Uno? — disse Gaspar, de repente.

— Exato! — comentou Zambzug. Crispim tem a habilidade de um Domador Uno.

Daquela vez, eu não perguntei nada.

— Parabéns, Crispim — continuou. — O leão interior foi despertado.

— Quê? — disse eu.

Falando sobre o Domador Uno, Zambzug explicou que ao longo da vida, um animal pode ser domado por diversos Dartions. Entretanto, isso deixa de valer a partir do momento em que acontece o reconhecimento espiritual. Quando a alma do animal se conecta a um Domador, os dois viram cúmplices, e só se separam quando a missão termina. Com o fim do ciclo, o animal adquire liberdade e jamais será domado de novo. Quanto ao Domador, passa a ser visto como um líder daquela espécie, podendo atrair bandos nos momentos de perigo.

Após ouvir a explicação, comentei:

— Então vamos lá — estalei os dedos. — É... Finja que morreu — falei brincando, e ele obedeceu. — Mas que leão dramático!

— Não é tão diferente de alguém que conheço — disse Fred, olhando para mim.

— Continue que eu faço ele te devorar.

— Isso não tem a menor graça — retrucou, tentando ficar sério. — Sei que não faria isso. Eu e ele temos uma missão parecida.

— É, mas só ressaltando... não preciso de babá.

De repente, Zambzug se retirou e, quando já estava longe, Gaspar disse:

— Vai começar a busca?

Pela forma que falou, deu a entender que queria ir junto.

— Sim, Gaspar — respondeu —, mas é melhor nos separarmos.

Devido à resposta de Zambzug, tive motivos para desconfiar dele, pois parecia que estava fugindo.

— O que faremos agora? — perguntou Gaspar, cruzando os braços.

— Pois é, o que faremos? — comentei, fazendo o leão voltar a "viver". — Ei, ele não vai ficar me seguindo por aí não, não é?

— Talvez — respondeu Gaspar, pondo as mãos sobre a nuca. — Digamos que ganhou uma nova sombra. Não importa o que faça ou onde o deixe, se ele cismar, sempre dará um jeito de te seguir.

— Como sabe de tudo isso, Gaspar? Por acaso andou roubando os livros da biblioteca? — disse Fred, desconfiado.

— Meu pai — respirou fundo —, meu pai é um Domador Uno.

— Sinto muito... — disse Fred, falhando a voz.

— Tudo bem, não fui o único a sofrer perdas.

Gaspar falava de mim, mas também de Fred, — disso eu tinha certeza. Fred nunca falava sobre seu passado, e isso me incomodava, porque sempre mudava de assunto. Por outro lado, ele conhecia bem a história de muitos.

Quando tudo parecia calmo, uma Defensora veio até nós. Ela estava aos prantos. Desesperada, não parava de puxar os cabelos.

— Senhor, Alfred! Senhor, Alfred! — disse ela, cobrindo os olhos.

— O que houve? — perguntou Fred, surpreso. — Qual é o motivo desse desespero?

Pelo visto, havia acontecido algo grave. Em meio à ocasião, não vi outra saída a não ser acalmá-la. Quanto mais a Defensora falava, mais complicada a situação parecia.

— Durante o ritual, Cáluon e eu saímos para a floresta. Ele queria visitar os pais dele — tentava controlar a respiração. — Foi horrível... — voltou a chorar. — Eles o amarraram e levaram... Eu fugi porque iriam fazer o mesmo comigo. Agora... agora estou me sentindo culpada. Sou uma péssima amiga.

— Acalme-se! — disse ele, abraçando-a. — Vamos trazê-lo de volta, eu prometo. Está na hora de fazer uma visitinha a Farmug... Agora faça o seguinte, tente ocupar sua mente. E, o mais importante, não comente com ninguém sobre isso.

Atenta às palavras de Fred, ela se retirou. E assim que isso aconteceu, Gaspar comentou:

— Vou com você, Fred!

— Eu também vou!

— Não — disse Fred, de modo frio —, vocês não vão! De jeito nenhum.

— Mas somos uma equipe — insistiu Gaspar.

— Não, não e não! Fui claro?

— Sei onde os prisioneiros estão. E, agora, eu também sou um Dartion completo. Você me deve uma, Fred, e sabe disso. Depois de tudo que passei...

Diante dos meus argumentos, vi-o entortar a boca enquanto tentava argumentar.

— Meus pais estão lá — continuei, silenciando-o. — Não ficarei de braços cruzados. Eu irei, quer queira ou quer não. Não passei por tudo aquilo para desistir agora.

Era o meu último argumento.

— Conhece os riscos, mas se é isso que quer...

Quase não acreditei quando Fred concordou. Porém, desconfiei que haveria aquelas exigências chatas que só ele é capaz de criar.

— E quanto ao infiltrado? — perguntou Gaspar.

— Por enquanto, Zambzug cuidará disso.

— E como sabe que não é ele o infiltrado? — indaguei.

— Acredito que Zambzug tenha coisas mais importantes para fazer.

Dito isso, Fred também se retirou.

— Espera. E ele? — apontei para o leão.

Ignorado por Fred, Gaspar me auxiliou. Então, decidimos deixar o leão sob os cuidados de Salua. Existia uma grande chance de aquilo dar errado, porém, era nossa melhor opção.

Após sugerir, Gaspar foi procurar Salua para avisá-la sobre o felino. Ele seguiu Fred.

Fiquei esperando por longos minutos. Achei que tinham me passado a perna. Mas assim que avistei um deles, descartei essa possibilidade.

Daquela vez, Gaspar trouxe Salua. E, ao que parecia, ela estava ciente de tudo. Até mesmo do sumiço de Cáluon.

— Pode deixar! — disse Salua. — Vou ficar de olho nele. Fazia isso com o falcão vermelho do meu pai adotivo.

Através dessa informação, confirmei que ela sabia de algumas coisas. Entretanto, com distorções, pois pelo que conhecia de Salua, jamais concordaria em ficar para trás. Então, era provável que Gaspar a tivesse enrolado.

— Agora é com você. Ordene que o leão obedeça Salua.

— Tem certeza que vai dar certo? — perguntei.

— Certeza eu não tenho, mas é o que podemos fazer no momento.

— Ok! — virei para o felino — Enquanto eu estiver ausente, obedeça Salua. Prometo que quando voltar, eu te darei um nome — acariciei o focinho dele.

Isolei-me durante a madrugada. Alguns tentaram falar comigo, mas eu só queria sossego. Fingi que estava dormindo. Passei horas pensando nas possibilidades do infiltrado estar por perto. Criei até uma lista de prós e contras, e nela incluí todos que conheci no Refúgio.

No dia seguinte, continuei recluso. E somente quando o sol foi embora, encontrei Fred e Gaspar. Estava tudo planejado, íamos invadir o castelo. Não sabia como, porém, acreditava no plano de Fred — se é que existia um.

— Acho que já podemos ir — disse Gaspar, ajustando o colete.

— É, mas cadê o Fred?

— Deve ter ido buscar os jarcotes.

Aproveitando a ausência dele, perguntei:

— E aí, Gaspar, o que descobriu a respeito do plano dele?

— Nada, nadinha mesmo. Mas sei de algo que pode te irritar.

— Então conte logo.

Gaspar coçou a testa, forçou um sorriso e disse:

— Agora, desde que seja ao seu lado, ninguém precisa de permissão para sair do Refúgio. Acredito que isso pesou na decisão de Fred. Talvez ele tenha te confrontado de propósito.

— Aquele trapaceiro...

Eu deveria ter suspeitado. Fred não se comoveu com minha chantagem emocional, ele só precisava da minha presença para sair sem cobranças.    

Continue Reading

You'll Also Like

33K 130 14
[C O N T O S] ❍ [ E R O T I C O] ❍ [ E M A N D A M E N T O] Ah eu acho que enganei os curiosos. Se perca no prazer. Quando as luzes se apagam, é...
7.3K 861 40
Textos bem variados e que também são meus, porém o intuito é de mostrar o que eu faço quando o meu outro lado desperta !
43K 3.8K 62
Filha de Anfitrite e Poseidon, criada como uma mera humana adotada por pais ricos. Maya sempre se sentiu diferente, tinha de tudo porém a vida que l...
12.5M 212K 21
LIVRO FÍSICO DISPONÍVEL NO LINK: https://www.editoralunas.com.br/renatacosta Amy Carter , morava com seu pai numa pequena cidade dos Estados Unidos...