Casa da Hiyori, 9h20...
Hiyori
Esfreguei os olhos e levantei-me da cama, ficando sentada na mesma. Depois de me habituar à claridade com que a luz enchia o meu quarto, levantei-me e fui tomar banho. Hoje era o primeiro dia de férias de Natal e por isso ia passar o dia com o Yato e o Yukine.
Depois do banho escolhi uma roupa bem quente, hoje estava a nevar. "Bom dia, mãe!" Saudei a mesma assim que entrei na cozinha. "Bom dia, querida. Então, o que vais fazer hoje? Estava a pensar fazermos um bolo juntas, o que me dizes?" Ela sugeriu e fiz uma cara feia.
"Hoje não vai dar, vou ter com o Ya-... Com as minhas amigas, a Ami e a Yama." Por momentos achei que me fosse descuidar, mas consegui corrigir-me a tempo. "Oh, claro. Então fica para amanhã." Ela respondeu e acenti com a cabeça.
Comi rapidamente um pão com manteiga, vesti o casaco e enfiei um gorro na cabeça, calsei umas luvas, peguei no guarda-chuva e saí de casa. Uma vez que estava a nevar podia fazer um boneco de neve com o Yukine, tinha a certeza de que ele nunca tinha feito um (e acho que eu própria também nunca fiz muitos).
Assim que cheguei a casa da Kofuku e do Daikoku fechei o guarda-chuva e entrei na mesma, animada. "Bom dia!" Saudei enquanto abria a porta de deslizar. "Bom dia, Hiyorin!" A Kofuku saudou-me e levantou-se para me abraçar.
"Tão cedo aqui?" O Yukine disse assim que me viu, ao que parecia, ele, o Daikoku e a Kofuku estavam sentados a tomar o pequeno-almoço. "Hmm, pois... Se calhar cheguei cedo demais..." Olhei para o relógio, eram 9h50.
"Nada disso, senta-te connosco!" A Kofuku convidou e tirei o casaco. "O Yato não está?" Perguntei e tirei as luvas e o gorro, pousando ambos juntamente com o guarda-chuva e o casaco junto à entrada.
"Acho que está lá fora." O Daikoku informou-me e levantei-me. "Bem, então vou chamá-lo." Informei e voltei a colocar o meu gorro, pegando também no guarda-chuva. "A Hiyorin gosta do Yato!" A Kofuku riu-se e corei.
"C-Claro que não, só somos bons amigos..." Contrariei e ouvi o Yukine rir-se baixinho. Saí de casa sem dizer mais nada, que história é esta? O Yato não gosta de mim nem eu dele, por isso não sei por que é que eles inventam coisas destas...
"Yato?" Gritei enquanto andava pela rua. "Ya-..." Parei o meu chamamento assim que espreitei por uma rua e vi o Yato e a Bishamon, estavam a olhar um para o outro de forma concentrada. Fechei o meu guarda-chuva para que eles não o vissem e depois de o pousar no chão continuei a espreitar por aquele beco.
"Quando nos voltamos a ver?" A Bishamon perguntou e abri a boca. Eles andam a encontrar-se às escondidas? "Amanhã à noite?" O Yato propôs e pensei em muitas coisas, e maior parte delas foram coisas más...
"Tudo bem." A Bishamon aceitou e foi-se embora. Assim que a vi aproximar-se de mim corri feita louca de volta para casa e acabei por me esquecer do meu guarda-chuva no chão. Assim que entrei em casa todos olharam para mim, visto que eu estava com uma respiração ofegante.
"O beijo foi assim tão longo que até te deixou sem ar?" A Kofuku perguntou e suspirei. "Não foi nada disso... Não encontrei o Yato." Menti e o Yukine arqueeou uma das suas sobrancelhas enquanto olhava para mim.
"Estou de vol-... Hiyori?" O Yato entrou dentro de casa e virei-me para ele. "Oh, olá!" Tentei parecer normal mas fiquei nervosa. "Este guarda-chuva não é teu?" Ele mostrou-me um guarda-chuva cor-de-rosa. O meu guarda-chuva!
"Oh, sim, e-eu deixei-o c-cair na rua... Obrigado por o trazeres." Tirei-lhe rapidamente o guarda-chuva das mãos e juntei-o ao resto das minhas coisas, voltando a sentar-me com o resto do pessoal. Depois de alguns segundos de silêncio (constrangedores), os mesmos foram quebrados pela Kofuku, que me ofereceu alguma da comida que havia na mesa.
O Yato sentou-se ao lado do Yukine e pareceu esquecer o que tinha acontecido à pouco, para minha salvação. Depois de olhar para o relógio reparei que já tinha passado 1 hora, agora eram 11h (da manhã).
"Hey, Yukine." Chamei o mesmo e ele olhou para mim. "Já alguma vez fizes-te um boneco de neve?" Perguntei-lhe e ele pareceu ficar confuso. "Bem, já vi algumas pessoas fazerem mas nunca fiz um..." Ele disse e sorri-lhe.
"Então vamos fazer um." Levantei-me e puxei-o para fora de casa. "Só precisamos de algumas coisas. Uns ramos para servirem de braços..." Disse e peguei nuns paus que estavam no chão. "Estas pedras aqui podem servir para fazermos a boca e os olhos." Disse e peguei num monte de pedras pequenas.
"E falta a cenoura." Informei e vi que a Kofuku nos tinha trazido uma. "Certo, vamos começar!" Disse e aproximei-me de uma zona com muita neve. "Eu não tenho muito geito para isto..." Confessei e tentei juntar a neve de forma a obter uma bola, mas não tive muito sucesso.
"Deixa-me tentar." O Yukine aproximou-se e conseguiu fazer uma bola de um tamanho médio. "Boa, esta serve para a cabeça!" Festejei e o Yato aproximou-se com uma bola enorme. "Isto sim, é uma bola de neve verdadeira!" Ele disse e o Yukine sorriu.
Conseguimos fazer as bolas com o tamanho ideal e depois ajudei o Yukine a pôr a cenoura e as pedras no boneco. "Certo, acho que está bem." O Yukine disse depois de colocar um dos ramos no boneco. Tirei o meu gorro da cabeça e coloquei-o no monte de neve. "Assim tem um toque especial." Sorri ao Yukine e ele retribuiu o sorriso.
"Hmm, Hiyori..." O Yato chamou-me e olhei para ele. "O teu corpo..." Ele apontou para o chão e reparei que tinha perdido o meu corpo outra vez. É sempre a mesma coisa! "Bolas!" Resmunguei e arrastei o meu corpo para dentro de casa.
Depois de algum tempo a beber chá com o resto do pessoal consegui voltar para o meu corpo, que alívio...
"Bom, vou indo para casa." Informei e a Kofuku fez uma cara triste. "Mas não iamos passar o dia todos juntos?" Ela resmungou, cruzando os braços. "Bem, tenho que ir ver prendas para o Natal, falta menos de uma semana!" Informei e ela fez beicinho.
"Então, o que me vais dar no Natal?" O Yato quis saber, com certeza estava à espera que lhe desse algo muito valioso... "Não te preocupes, não te vou dar nenhum templo..." Gozei e ele ficou bastante ofendido.
"Bem, depois falamos." Despedi-me deles e saí da habitação. Assim que fechei a porta suspirei e fui em direção a minha casa. A verdade é que não ia conseguir ficar com eles, ou, mais precisamente, não ia conseguir ficar com o Yato.
Fiquei demasiado confusa com a conversa que ele teve com a Bishamon, foi muito estranha, e não parecia que eles se estivessem a preparár para uma luta...
Enquanto regressava a casa vi os vários fantasmas que se cruzavam no meu caminho, alguns deles são bastante assustadores, mas outros são muito fofinhos. Acho que alguns deles até dariam bons animais de estimação, mas uma vez que são seres malignos só iriam atrair outros fantasmas.
Será que o Yato e a Bishamon têm alguma relação? Bem, sempre me disseram que eles se odiávam, mas talvêz o ódio que sentiam um pelo outro se tenha transformado em amor.
Embora ache que o Yato nunca tenha tido uma namorada a sério, acho que ele é capaz de chamar "namorada" a qualquer rapariga que encontre. Só não sei por que é que ele nunca me chamou isso, se calhar para ele sou alguma excessão, mas ainda bem que ele não me chama nenhum desses nomes...