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Sobre avaliações, gatos e.. balas de melancia

Seungkwan, pela primeira vez no ano, começou o dia de bom humor.

Iria sair a nova temporada da série que ele e Hansol esperaram por muito tempo, então naquela noite depois dos expedientes de ambos, eles iriam fazer uma maratona ousada no meio da semana a noite toda como se não fossem acordar acabados no dia seguinte para trabalhar.

Isso era o que menos importava, depois do ano novo maluco que tiveram, nada mais os atinge. Inclusive Solar, depois de contarem tudo que ela havia feito bêbada, ela jurou que foi o auge e que jamais superaria esse limite de vergonha que passou. Seungkwan e Hansol apostaram 10 conto que conseguia sim.

O Boo passou a noite passada conversando com eles por mensagem sobre isso e agora está cansado, mas de bom humor mesmo assim.

Levantou da cama só o bagaço e teve duas crises existenciais antes do café da manhã mal tomado, mas estava de bom humor.

Quase chorou ao não entrar na sua jeans favorita e foi trabalhar de moletom parecendo professor de educação física prestes a se aposentar, sua auto-estima toda remendada pareceu desistir da sua função, mas ele estava...

Tá, talvez não estivesse tão bom assim seu humor, mas estava lá dirigindo pela cidade à uma da tarde, no tempo bosta que enfrentava e já tinha pego dois daquele tipo de clientes. Clientes chatos. Cri cri, que enchia o saco por falar demais ou questionava tudo, até se bebia um gole de água enquanto parava no farol.

E foi nesse pequeno surto interno que tinha enquanto encarava um cãozinho mancando no meio da rua que lhe veio em mente algo que já tinha pensado várias e várias vezes, mas só então pareceu bem claro. Tinha tido essa ideia há muito tempo, mas parecia ser só uma hipótese distante, antes. Mas... e se?
Pegou o celular e pensou em ligar para o namorado, que provavelmente estaria em horário de almoço, mas decidiu não o fazer. Falaria com ele de noite.

E então pegou o passageiro que era uma moça bem vestida, parecia brava e que estaria disposta a brigar por qualquer seta errada que desse, então o motorista não tentou nem puxar assunto.

ㅡ Tá com frio? Quer que aumenta a temperatura do ar? ㅡ mentira, ele não conseguia.

ㅡ Ah, não, tô bem. Obrigada ㅡ ela sorriu fraco lhe encarando do banco de trás e Seungkwan realmente estava chocado por ela ser tão bonita.

Parecia ser da sua idade, mas não lembrava de tê-la visto na escola, faculdade ou qualquer lugar que tenha frequentado, todos os adolescentes que conviveu eram feios, inclusive ele mesmo, ao menos pensava assim. Era um ou outro que se salvou, como Seokmin que parecia ter nascido sorrindo bonito daquele jeito e que dormia no formol. Além de Solar, que parecia vinho: quanto mais velha, mais gostosa ficava.

Discretamente, Seungkwan aumentou a temperatura enquanto ela olhava para fora. Se ela estava bem, uns dois ou três graus não fariam diferença para si, mas ele estava sentindo os dedos congelarem no volante. Não era longe o destino e ela apenas lhe pagou e saiu falando no telefone, mas pelo menos acenou com a mão para o motorista em agradecimento e despedida. No mínimo.

Depois dela, levou diversas pessoas parecidas. Todos sem paciência, quietos e um até cochilou no carro. Se Seungkwan fosse um cara mau, já teria sequestrado tanta gente que já nem cabia a conta nos dedos das mãos.

Parou para comer quase quatro da tarde, a refeição toda desregulada e nada saudável que o horário e o lanche de rua lhe permitia ter, antes de torcer para não ter que levar ninguém enquanto ia vagarosamente pela cidade até a empresa do namorado. Queria encerrar seu dia o mais rápido possível, ao menos a parte chata dele.

Ficou ainda parado na frente do grande prédio por uma meia hora antes de ver Hansol sair por ele com um sorriso grande no rosto, logo lhe roubando um selinho ao entrar no carro.