Uber

Bar

Onde o senhor está?
Já estou aqui
[Visualizada 23:31]

No bar
Tá tendo um tiroteio, tô abrigado no bar

Ah sim
[Visualizada 23:35]

Quer cancelar?

O que mais impressionava Seungkwan não era nem o fato de estar falando com um passageiro que está no meio de um tiroteio correndo risco de vida, mas sim como ele travava como se não fosse nada. Ainda cogitou se deveria esperar e levar o rapaz ou ir embora. Muito estúpido.

Não cancelou.

Avisou o passageiro que esperaria um pouco e onde estaria, e estacionou na rua de trás. Ouvia a sirene da polícia e gritos do tipo: "Sai daí agora, tá cercado". Pelo fato da polícia estar lá, Seungkwan achou que o assalto ou o quer que fosse já tinha acabado e que estava tudo sob controle. Até ouvir tiros.

Não passava nem wi-fi, os olhos arregalados e as mãos presas no volante, Seungkwan devia ter cancelado. Se xingava de burro pra baixo e depois de ter tido uma paralisada legal, alcançou o celular pronto para avisar que não daria para esperá-lo, mas levou um susto ao ter a porta ao seu lado aberta de repente.

ㅡ Vamos? ㅡ O rapaz estava ofegante e suando, provavelmente veio correndo e estava atônito, tão assustado quando o motorista.

O silêncio era perturbador, mas não tinha clima nem de perguntar se o cara estava tendo uma boa noite ou algo assim, então Seungkwan seguiu quieto dirigindo até parar no primeiro farol na rodovia.

ㅡ Obrigado por ter me esperado, se tivesse ido embora eu estaria perdido ㅡ o rapaz estava claramente sem jeito ao agradecer por ter colocado o motorista numa situação dessa.

ㅡ Ah, está tudo bem. Pegaram o cara? ㅡ Perguntou, agora menos acanhado ao tocar no assunto provavelmente traumático, e o passageiro se ajeitou no banco, inquieto.

ㅡ Não. Ele fugiu.

Não tiveram mais tempo para conversar, pois logo chegaram no destino do moço, onde seria facilmente denominado de lugar perigoso. Tudo escuro e muito estranho, não andaria ali sozinho nem que fosse pago, mas Seungkwan tinha simpatizado até demais com ele, sem fazer ideia de quem ele levava.
Assim que o cliente pagou e saiu do carro, debruçou na janela, levantando a blusa e mostrando o revólver escondido na barra da calça ao motorista e Seungkwan novamente se sentiu à beira da morte.

ㅡ Você não me viu e não me trouxe aqui, certo? ㅡ Quase sussurrou e Seungkwan assentiu freneticamente. ㅡ Muito bom, obrigado pela carona. Já que me esperou, se me pegarem nunca te vi também, boa noite.

E saiu fora, entrando num prédio mais acabado da rua e Seungkwan não teve outra reação a não ser sair dali o mais rápido que pôde antes de surtar.

Acabou indo parar num McDonald's 24h no centro da cidade, longe de onde acabara de vir. Sentou sozinho numa mesa e parou dois segundos para refletir. O que diabos tinha acontecido? Depois de comer dois lanches e um milkshake para acalmar, tentou pensar positivo.

Talvez fosse bom, e se fosse parar lá naquele canto de novo, e fosse assaltado ou algo assim e o cara lhe defendesse?

ㅡ Eu vou largar esse bico, meu deus.

!

!

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O próximo é especialzin