Enfermeiro

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Moço, eu atrasado pro plantão, posso me trocar no carro?

Se trocar? Eu acho que pode,
não sei?
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tudo bem ficar de cueca?

?
tudo?
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Seungkwan achou que fosse uma pegadinha, igual aqueles testes de fidelidade, mas por que raios o rapaz pediu pra se trocar em seu carro? O desespero devia ser grande mesmo.

Acabou pegando dois faróis vermelho com trânsito e com isso demorando um pouco mais do que esperado, então pensou que talvez tenha dado tempo do moço se trocar devidamente em casa.

Pensou errado.

ㅡ Boa noite, moço ㅡ desejou o rapaz alto e meio musculoso assim que entrou no veículo às pressas e Seungkwan apenas acenou com a cabeça e já deu partida no carro. ㅡ Vou me trocar, posso acender a luz?

Perguntou e já acendeu a luz do banco de trás antes de obter uma resposta. Foi tirando a camisa básica que vestia e trocando por uma branca, uniformizada.

E o motorista estava perdido.

Se lembrou de já ter levado aquele rapaz umas duas vezes, mas nunca conversaram, então não sabia o nome dele. E nenhuma das vezes tinha visto-o sem camisa também.

Não olhou em momento algum pelo retrovisor, mas estava descrente que ele se trocava mesmo ali no banco traseiro. Em algum momento, a barra da calça que o cara vestia todo desengonçado pela falta de espaço bateu na cabeça do motorista e o cara musculoso pediu desculpa.

ㅡ O senhor tem água? ㅡ ele perguntou, na cara de pau, e Seungkwan pensou que fosse para o passageiro beber, no mínimo.

Entregou a garrafinha que tinha apenas um gole de água restante e viu o rapaz molhar a mão e depois o cabelo, passando gel e arrumando o cabelo olhando na câmera do celular. Seungkwan quis rir e perguntar se ele tava tirando uma com a sua cara, mas a forma como o rapaz fazia tudo naturalmente e tinha o rosto sério não parecia ser brincadeira.

ㅡ Deixa eu te fazer uma pergunta. Você sempre se troca nas viagens de uber? ㅡ Para não parecer grosso, o motorista riu fraco no final da pergunta, encarando o passageiro pelo retrovisor e ele riu também.

ㅡ Não exatamente. É a primeira vez que eu faço isso ㅡ disse, arrumando as roupas que tirou e guardando na mochila. ㅡ Eu trabalho na loja da minha esposa e num hospital, hoje meio que perdi a hora e tive sair correndo da loja direto pro hospital.

ㅡ Ah, faz mais sentido. Pensei que fosse uma brincadeira de mal gosto ㅡ respondeu e o viu o homem no banco de trás corar levemente.

ㅡ Desculpe se te deixei constrangido.

"Se?", pensou Seungkwan.

ㅡ Tudo bem ㅡ riu fraco e logo estava virando a esquina do hospital que o passageiro trabalhava. ㅡ Boa sorte no seu plantão,...?

ㅡ Mingyu. Kim Mingyu. Obrigado, juro que se eu te chamar novamente algum dia, não vai ser pra me trocar ㅡ brincou e o motorista riu de novo, mas ficou meio confuso com a expressão sugestiva no rosto do Kim, que era casado.

Depois que ele desceu, seguiu pronto para pegar o próximo passageiro. Após muitos clientes esquecidos, pegou o costume de sempre checar o banco onde o último passageiro teria ocupado e o chão, para ver se tinham esquecido algo.

Depois da criança, não esperava nada mais estranho.

Não lhe surpreendendo, Mingyu tinha esquecido algo. Uma meia. Uma fucking meia preta no chão do carro.

ㅡ Como alguém esquece uma meia? ㅡ Se perguntando, acabou sendo interrompido por uma mensagem no aplicativo e quase sentiu a pressão baixar ao ver o endereço.

A loja de Seokmin.

!

!

!

Próxima parada do Seungkwan: Cardíaca


Boa tarde.

UberWhere stories live. Discover now